segunda-feira, 26 de março de 2012

Essa História vem de longe: o povo líbio sempre foi desprezado e massacrado pelos europeus

Desprezo e brutalidade contra o povo líbio

Palestra do clérigo saudita sheik Muhammad al-Sharif na IQRA TV (Arábia Saudita) em 19 de dezembro de 2004

Transcrição do vídeo para a língua portuguesa:

O hino do exército italiano combatente era assim:
"Reze, mãe, e não fique triste, seja alegre e esperançosa. Eu vou acabar com a maldita nação e lutar contra a religião do Islã. Eu estou indo apagar o Corão. Eu estou indo pela glória da Itália, e se alguém lhe perguntar: 'Por que você não chora por seu filho?' então responda: 'Ele morreu combatendo os muçulmanos'".
Esta é uma canção que os soldados cantavam para levantar sua moral durante o combate. Durante o desembarque na Líbia, os italianos mataram, somente em Trípoli, mais de 5.000 homens, mulheres e crianças, que não fizeram nada de errado.
Os italianos fizeram isso por maldade e desejo de intimidar. Eles mandaram aos líbios uma longa carta, na qual eles lhes informavam que "estamos vindo para resgatá-los da desprezível ocupação turca".
Meus irmãos, prestem atenção como eles embelezam as palavras e distorcem os fatos. Eles vieram para remover o estado Otomano Muçulmano, com todos os seus problemas e falhas, a fim de brandir a cruz nos países muçulmanos. Esta é uma lógica inaceitável.
A Itália afundou no atoleiro da Líbia e não podia escapar dele. Tornou-se motivo de chacota da Europa. O que ela fez? Mussolini, o grande tirano, fundador do Partido Fascista Italiano, nessa altura estava no poder, e causou problemas para os europeus. Como você sabe, ele era um grande tirano e ditador. Finalmente, ele foi enforcado e foi para o inferno.
Este Mussolini enviou um comandante com o nome de Graziani. Um general do exército chamado Graziani, para substituir o general anterior, sob o comando de um homem chamado Badoglio, que era o governador italiano.
Graziani era racista, odioso, cristão fervoroso, um fascista, ou seja, um membro do Partido Fascista Italiano de Mussolini. Graziani era muito arrogante, e era desprezível no trato com as pessoas. Ele não tinha nenhuma honra, humanidade ou compaixão. Ele fez as mais desprezíveis coisas na Itália.
Seu mandato durou 20 meses, apenas 20 meses, em que ele conseguiu cercar os mujahidin Sanusi, liderados por Omar Al-Mukhtar. Ele eliminou Omar Al-Mukhtar com astúcia e enganação, como eles sempre fazem. 20 meses, em que os líbios foram submetidos a todo tipo de tortura.
Ele costumava reunir os líbios e dizer-lhes: "Ouçam, eu lhes dou três opções: o navio (o que significava a deportação para a Itália), quatro metros (o que significava a forca) ou balas. Eu não lhes dou nenhuma outra opção”. Desse jeito, com grande arrogância e racismo.
Graziani construiu uma cerca de 300 quilômetros de extensão, assim como os irmãos de macacos e porcos estão tentando construir na Palestina, uma cerca de 300 quilômetros de extensão ao longo da fronteira líbio-egípcia, quando ele capturou Al-Kufra.
Como Graziani capturou Al-Kufra? Ele entrou quando apenas velhos, mulheres e crianças estavam presentes. A maioria dos mujahidin estava fora de Al-Kufra. Eram poucos homens jovens, apenas algumas centenas, contra todo o exército italiano, armado com aviões, etc., que entrou em Al-Kufra.
O que Graziani fez quando ele entrou? Ele tomou 200 mulheres, virgens e não virgens, e os italianos as estupraram nas noites seguintes à ocupação de Al-Kufra.
Ele assassinou 15 xeiques dos Sanusi e outras tribos. O que ele fez? Levou-os em um avião a uma altura de 400 metros circundando sobre Al-Kufra, e ele os atirou, um por um, do avião. Quando eles batiam no chão os soldados italianos aplaudiam com alegria e folia ruidosa de embriaguez. Eles assistem um homem caindo a 400 metros de um avião, e quando ele bate no solo e é despedaçado, obviamente, o que eles fizeram? Eles estão felizes, cantando e gargalhando.
Esta é a cultura europeia moderna. Estes são os seus direitos humanos. Este é o orgulho europeu na idade moderna, e é isso que eles fazem.
Isso me faz lembrar da antiga Roma, quando os romanos se reuniam no anfiteatro de Roma. Eles traziam os pobres escravos e os lançava aos leões famintos, que não haviam comido há dias. Todos os romanos, suas mulheres e crianças no anfiteatro, você conhece os anfiteatros, que todos assistem, eles assistiam os leões devorarem os pobres escravos indefesos, e eles estavam todos felizes, embriagadamente cantando e dançando no anfiteatro.
Esta é a sua cultura... Esta é a cultura que eles querem espalhar na Líbia.
Graziani era famoso por seus tribunais voadores. O que são tribunais voadores? Ele tinha um avião, e junto com vários juízes militares, ele voava por toda a Líbia. Ele pousava em uma aldeia ou uma cidade, em seu pequeno avião, reunia as pessoas na praça principal, trazia os mujahidin Sanusi, e os julgava em um processo rápido. Em 5-10 minutos o juiz militar os sentenciava. Eles os matavam, ou fuzilando-os, ou enforcando-os, e depois embarcavam no avião em direção a outro lugar.
Ele passou 20 meses na Líbia, e matou 30 pessoas diariamente. Todo dia ele matava 30 pessoas em seus tribunais voadores.
O governador militar de Tubrok reuniu as pessoas, tomou um Alcorão e começou a pular e pisar sobre ele, dizendo: "Vocês nunca vão se tornar seres humanos a menos que vocês abandonem o Alcorão".
Esta é a lei italiana.
Badoglio, o governador-geral italiano na Líbia ordenou que todos os ladrilhos do seu palácio... Ele ordenou que o salão de seu palácio fosse revestido de ladrilhos com o nome de Maomé, a melhor de todas as pessoas. Cada ladrilho tinha o nome de Maomé, para que as pessoas pisassem nele quando viessem e se fossem.
Este foi Badoglio.



Pietro Badoglio
Militar e político italiano filiado ao Partido Fascista, considerado um herói nacional pelos fascistas e imperialistas de seu país, Pietro Badoglio, nascido em 1871, estudou na academia militar de Turim, serviu no exército italiano, participando das invasões militares na Eritréia (1896) e na Líbia (1912). Durante a I Guerra Mundial, apesar de responsável pelo desastre e derrota da Batalha de Caporetto, subiu ao posto de General e foi nomeado Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército Real Italiano no final de 1917. Nos anos seguintes, ocupando vários altos comandos do Exército italiano, Badoglio exerceu um esforço constante para modificar documentos oficiais a fim de esconder seu papel na derrota.
Importante quadro do Partido Fascista Italiano, foi embaixador no Brasil num breve período a partir de 1922, sendo logo em 1924 nomeado Chefe de Gabinete de Mussolini e em 1926 promovido ao posto de marechal da Itália.
Foi governador-geral da Líbia entre 1928 e 1934 com o título de “marquês de Sabotino”, quando, juntamente com seu vice, general Rodolfo Graziani (o “carniceiro de Fezzan”), após incontáveis massacres e atrocidades, conseguiu derrotar os rebeldes líbios, proclamando em 1932 o fim da resistência líbia pela primeira vez desde a invasão italiana em 1911.

Badoglio assumiu o comando das forças italianas invasoras na Etiópia no final de 1935 e logo no início de 1936 pediu e recebeu permissão para usar guerra química, empregando então o “gás mostarda” para efetivamente destruir os exércitos etíopes em várias batalhas: Primeira de Tembien, de Amba Aradam, Segunda de Tembien, de Shire, de Maychew. Ao mesmo tempo sistematicamente bombardeava e metralhava hospitais e ambulâncias da Cruz Vermelha. Assim, em 5 de maio de 1936 capturou a capital Addis Abeba, sendo nomeado o primeiro vice-rei e governador-geral da Etiópia com o título de “duque de Addis Abeba”.
Dali um mês Badoglio retornou à Itália para suas funções como Chefe Supremo do Estado-Maior Geral Italiano, deixando o “carniceiro” Rodolfo Graziani como vice-rei e governador geral da Etiópia.
Fascista até à medula, por questões de estratégia militar e não de moral ideológica, Badoglio era pessimista sobre as chances de sucesso italiano em qualquer guerra europeia e discordava de Mussolini com relação à aliança com a Alemanha, à guerra contra a França e a Grã-Bretanha e aos preparativos da Itália para a entrada da Segunda Guerra Mundial. Assim, em 4 de dezembro de 1940, em meio à desastrosa campanha militar da Itália na Grécia, ele renunciou ao cargo de chefe de gabinete do governo de Mussolini.
Em julho de 1943 foi nomeado primeiro-ministro pelo Rei Victor Emmanuel III em substituição a Benito Mussolini, em setembro assinou a rendição incondicional da Itália aos Aliados e em 13 de outubro a Itália declarou guerra à Alemanha Nazista.
Em junho de 1944 Badoglio renunciou. Apesar de seus crimes de guerra na Líbia e na Etiópia, as atrocidades e massacres que comandou contra populações civis, o uso que fez de armas químicas e bombardeios a instalações e equipamentos da Cruz Vermelha, Pietro Badoglio nunca foi levado à justiça, devido a expedientes e conveniências políticas, principalmente pela ajuda que deu aos Aliados na invasão de seu próprio país em setembro de 1943.
Pietro Badoglio morreu em 1 de Novembro de 1956, com 85 anos de idade.
Rodolfo Graziani
Nascido em 11 de agosto de 1882, Graziani decidiu em 1903 seguir uma carreira militar. Serviu na Primeira Guerra Mundial e se tornou o mais jovem coronel do exército real italiano.
Na década de 1920, Graziani comandou as forças italianas na Líbia e foi responsável por esmagar a rebelião Senussi. Durante esta chamada "pacificação", mandou construir vários campos de concentração e campos de trabalho, onde milhares de prisioneiros líbios morreram, alguns diretamente por enforcamento (como Omar Mukhtar) ou a tiros, mas a maioria indiretamente, de fome ou doença. Seus feitos lhe renderam o apelido de “o carniceiro de Fezzan" entre os árabes, mas foi chamado pelos italianos de ”Pacificador da Líbia“.
De 1926 a 1930 Graziani foi o Vice-Governador da Cirenaica italiana na Líbia. Em 1930, ele se tornou governador da Cirenaica e manteve essa posição até 1934. Em 1935 tornou-se o governador de Somália Italiana. Em 1935-1936, durante a Guerra de invasão na Etiópia, Graziani foi o comandante da frente sul. Feroz e sem piedade, Graziani dizia: "Mussolini terá a Etiópia, com ou sem os etíopes".
Addis Abeba, capital da Etiópia, foi capturada em 5 de maio de 1936 pelo exército da frente norte, comandado pelo marechal Pietro Badoglio. Em 9 de Maio, Graziani foi premiado por seu papel como comandante da frente sul com uma promoção ao posto de marechal da Itália.
Após a guerra, Graziani foi agraciado com o título de Marquês de Neghelli e feito vice-rei da África Oriental Italiana e Governador-Geral de Shewa/Addis Abeba. Após escapar de um atentado em 19 de Fevereiro de 1937, Graziani ordenou uma represália sangrenta e indiscriminada, que ficou conhecida como “Yekatit 12”, quando cerca de 30 mil civis de Addis Abeba foram mortos indiscriminadamente, outros 1.469 foram sumariamente executados e mais de mil notáveis etíopes foram presos e depois exilados da Etiópia. Vários outros massacres e atrocidades de civis foram também comandados na Etiópia por Graziani, que já era conhecido como “o carniceiro de Fezzan” na Líbia e passou a ser denominado também de “o carniceiro da Etiópia".
De 1939-1941, Graziani foi o comandante-em-chefe do Estado-Maior do Exército Real. Em junho de 1940 tornou-se o Governador Geral da Líbia e comandante-em-chefe dos territórios italianos do Norte da África, quando tentou conquistar o Egito e a Tunísia, sendo no entanto derrotado pelos Aliados.
Graziani foi o único marechal que permaneceu leal a Mussolini quando este caiu em desgraça no Grande Conselho do Fascismo em 1943.
No final da guerra, Graziani passou alguns dias preso em Milão antes de ser transferido para a África sob custódia e proteção anglo-americana até fevereiro de 1946 (milhares de fascistas foram assassinados na Itália no verão e outono 1945), quando retornou à prisão na Itália.
Em 1948, um tribunal militar condenou Graziani a mais 19 anos de prisão, por sua colaboração com os nazistas, mas ele foi solto depois de apenas alguns meses da pena com a alegação, pelos seus advogados, de que ele "recebera ordens".

Ele nunca foi processado por crimes de guerra específicos, como os cometidos contra os líbios e etíopes (massacres de populações civis, uso de gases venenosos, bombardeio de instalações da Cruz Vermelha). Apesar das provas apresentadas à Comissão de Crimes de Guerra da ONU da política italiana de terrorismo sistemático, inclusive o telegrama escrito por Graziani a seu subordinado General Guglielmo Nasi em que admitia pretender eliminar fisicamente todas as autoridades ("Tenha em mente também que eu já intencionei a destruição total de chefes e notáveis etíopes e que esta deve ser realizada completamente em seus territórios.").
Ao contrário dos alemães e japoneses, os italianos não foram submetidos a processos movidos por tribunais dos Aliados. O Foreign Office britânico sempre se opôs à inclusão, nesta Comissão da ONU, da Etiópia e do julgamento dos crimes cometidos pelos italianos durante a invasão de 1935-36.
No início dos anos 1950 Graziani participou do neofascista Movimento Sociale Italiano, tornando-se seu "presidente honorário" em 1953.
Em janeiro de 1955, com 72 anos de idade, ele morreu de causas naturais, em Roma.

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