quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

WikiLeaks decerra o véu da hipocrisia

"Poderia tornar-se uma ferramenta jornalística tão importante quanto o Ato da Liberdade de Informação" - Time Magazine

WikiLeaks é uma organização sem fins lucrativos dedicada a trazer notícias e informações importantes para o público. Nós fornecemos um modo inovador, seguro e anônimo para fontes independentes ao redor do mundo vazarem informações para nossos jornalistas. Nós publicamos material de valor ético, político e histórico, mantendo a identidade das fontes anônimas, proporcionando assim um caminho universal para a revelação de injustiças reprimidas e censuradas.

WikiLeaks depende de seus apoiadores para ficar forte. Por favor, mantenha-nos na vanguarda do anti-censura e apoie-nos hoje. Você também pode ler mais sobre WikiLeaks, a nossa missão e objetivos.


Para ir ao WikiLeaks, clique aqui, aqui ou aqui
  


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A coisa pública não tem segredos

Press Release
Cablegate: Telegramas das embaixadas
Domingo, 28 de novembro de 2010
WikiLeaks publica telegramas confidenciais das embaixadas americanas
A partir do dia 28 de novembro de 2010, o WikiLeaks começou a publicar 251.287 telegramas de embaixadas americanas pelo mundo - o maior vazamento de documentos confidenciais da história.
Para a organização, os documentos vão permitir que pessoas de todo o mundo conheçam a fundo como funcionam as atividades americanas no exterior.
Os telegramas, que cobrem desde 1966 até o final de fevereiro de 2010, contêm informações confidenciais enviadas por 274 embaixadas em diversos países e pelo Departamento de Estado em Washington para essas embaixadas.
Do total, 15.652 são classificados como secretos.
"Os telegramas mostram os EUA espionando seus aliados e a ONU; ignorando a corrupção e abusos de direitos humanos em Estados ‘serviçais’; negociando a portas fechadas com Estados supostamente neutros e fazendo lobby em prol das corporações americanas”, diz o porta-voz da organização, Julian Assange.
No caso brasileiro, o WikiLeaks obteve 1.947 documentos enviados pela embaixada em Brasília entre 1989 e 2010. Desses, 54 são classificados como secretos e 409 como confidenciais.
O ano de 2009 foi o recordista em telegramas: foram 348, quase um por dia. Em 2010, foram 59 comunicados de janeiro a fevereiro apenas.
Além deles há 12 do consulado de Recife, 119 do Rio de Janeiro e 778 de São Paulo.
Eles revelam como os diplomatas americanos realmente vêem o Brasil à medida que o país busca reconhecimento internacional – nem sempre com bons olhos – e como a embaixada faz lobby pelos interesses dos EUA, desde petróleo até a venda de equipamentos militares.
Também relatam encontros com autoridades, membros do governo e da oposição, jornalistas e diplomatas de outros países. Revelam como os diplomatas americanos narraram alguns dos acontecimentos políticos e econômicos mais importantes dos últimos sete anos. E como os EUA continuam buscando influenciar a política nacional, mesmo na era Obama, fazendo lobby contra governos vizinhos.
Entre outras coisas, os documentos mostram que os EUA trabalham proximamente com o Brasil em operações de contraterrorismo e que vêem buscando um papel maior em termos de segurança e combate às drogas.
"A publicação desses documentos revela a contradição entre a persona pública dos EUA e o que a potência faz por debaixo dos panos. E também porvam que, se os cidadãos querem que seus governos hajam de acordo com as suas aspirações, devem exigir explicações sobre o que acontece às escondidas".
"Toda criança americana aprende que George Washington, o primeiro presidente dos EUA, não conseguia mentir. Se as administrações atuais seguissem o mesmo princípio, o vazamento de hoje seria apenas um pequeno vexame" diz Julian Assange. "Em vez disso, os EUA têm alertado governos ao redor do mundo - até mesmo os mais corruptos - sobre a publicação de hoje e se armando para a exposição que fatalmente irão enfrentar."
Diferentemente dos outros lançamentos do WikiLeaks, nas quais uma grande quantidade de documentos foi publicada de uma vez, a organização vai lançar os arquivos das embaixadas ao longo das próximas semanas.
"Os telegramas da embaixada vão ser lançados em etapas. Consideramos que o tema é tão importante e o alcance geográfico tão amplo que se publicássemos tudo de uma vez não estaríamos fazendo justiça a esse material”.
"Devemos a quem nos confiou material garantir o tempo necessário para que ele seja noticiado, comentado e discutido amplamente - o que seria impossível se centenas de milhares de documentos fossem publicados de uma só vez".
"Enquanto os documentos mostram cinismo e abuso diplomáticos chocantes, o fato desse material ter vazado prova que existem pessoas boas e corajosas dentro do governo que acreditam em transparência e em uma política exterior mais ética”, afirma Julian. “Essas pessoas estão buscando reformar as instituições para as quais trabalham. O lançamento de hoje mostra que elas também têm poder. Mas é a resposta o mundo a esses documentos que vai determinar se a sua publicação levará a uma mudança".
“Assim, nas próximas semanas vamos poder julgar o clima político em dezenas de países através da maneira como eles respondem. Será que vão se empenhar numa campanha para desviar as atenções ou será que vão fazer uma campanha para mudar a maneira como as coisas são feitas?”
Os telegramas, em números:
No total, são 251.288 documentos, ou 261.276.536 de palavras (sete vezes mais do que nos arquivos secretos sobre o Iraque).
Uma pessoa lendo com atenção levaria 70 anos para ler todos os arquivos.
Os telegramas são de 1966 até o final de fevereiro de 2010 e são provenientes de 274 embaixadas, representações e consulados.
Os principais assuntos são:
Relações internacionais – 145.451 Assuntos internos dos governos – 122.896 Direitos humanos – 55.211 Condições econômicas – 49.044 Terroristas e terrorismo – 28.801 O Conselho de Segurança da ONU – 6.532
O Iraque é o país mais discutido – 15.365 telegramas (desses, 6.677 foram enviados do Iraque)
A embaixada de Ancara, na Turquia, foi a que mais enviou telegramas – 7.918
8.017 telegramas foram enviados pelo Departamento de Estado.
15.652 telegramas são secretos, 101.748 são confidenciais e 133,887 não são classificados.
Telegramas enviados pela embaixada dos EUA em Brasília -
Total: 1.947 54 secretos 409 confidenciais.
Por ano: 1989 - 1 2002 - 1 2003 - 45 2004 - 196 2005 - 306 2006 - 391 2007 - 321 2008 - 279 2009 - 348 2010 - 59
Consulado em Recife - 12 Consulado no Rio de Janeiro - 119 Consulado de São Paulo - 777
Total do Brasil: 2855
Contato (somente para veículos com público superior a 500 mil)
sunshinepress@this.is

acesse o WikiLeaks pelos endereços: http://www.wikileaks.ch e http://wikileaks.info

WikiLeaks: Bradley Manning, um verdadeiro herói

Leia o artigo completo no sítio do JB Digital

sábado, 27 de novembro de 2010

Quando os tucanos terão paz? Onde está o Ibama?

Ibama: é preciso salvar os tucanos de tanta ofensa
A imagem do tucano está mais uma vez deteriorada. Não bastasse o que fizeram com esse lindo exemplar de nossa fauna a partir de 1988, associando-o ao PSDB, o partido da privataria fundado pelas elites "modernas" de São Paulo e Minas, agora o coitado aparece morando com o chefe de uma organização criminosa violenta no bairro da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
O infeliz animal foi capturado pelos futuros "modernos" privatas em 1988 e hoje está na história, associado às privatarias ocorridas entre 1994 e 2002, que tomaram de assalto as grandes e lucrativas empresas públicas estatais brasileiras, estratégicas para o desenvolvimento nacional.
A maioria dos eleitores brasileiros ajudou o tucano a sair de perto do governo em 2002, elegendo Lula, que acabou com a privataria federal e mostrou a importância da empresa pública. Lula e seus eleitores conseguiram manter os tucanos longe dos bens públicos federais até 2014.
Já a maioria dos eleitores de São Paulo, achando-se a mais esperta e bem informada do país, insuflada pela grande mídia das quatro familias (Folha, Veja, Estadão, Globo), acabou de eleger novamente governador, até 2014, aquele que desde 1994, por 12 anos seguidos, foi o grande chefe e o maior privata da história do estado, o que privateou TODAS as empresas estatais paulistas entre 1994 e 2006.
Animal estava na casa de chefe do tráfico
na na Vila Cruzeiro (Foto: Thamine Leta / G1 RJ)
A polícia encontrou um tucano durante a varredura na Vila Cruzeiro, na Penha, na Zona Norte do Rio feita nesta sexta-feira (26). A ave estava na casa do chefe do tráfico na comunidade, acusado de ser o responsável pela queda de um helicóptero da polícia ano passado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte.
A polícia continua na favela para encontrar possíveis locais onde estão guardados munições e armas. Os agentes tentam ainda cumprir mandados de prisão. Entre eles o de Fabiano.
Para ler a notícia completa, no original, clique aqui.




sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Serra, o pobrezinho, procura trabalho para ganhar a vida.

Na foto a empolgação tucana na visita de Serra ao Congresso em 24.11.2010:

Aos jornalistas, Serra declarou: "Não estou em campanha. Estou me recuperando fisicamente da campanha, procurando trabalho, decidindo o que vou fazer para ganhar a vida. E vou continuar como, desde os 20 anos de idade, no trabalho político."

O Brasil tinha apenas 14 campi universitários federais. O governo Lula criou mais 110.

Em 2003, quando Lula assumiu a presidência, o Brasil tinha um total de 14 campi universitários federais.
Nos 8 anos de governo Lula foram criados 110 novos campi nos 27 estados.
Portanto o Brasil tem hoje 124 campi de universidades federais.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Programa Nacional de Banda Larga avança

Como a mídia mente e manipula a mente

Noam Chomsky é um gênio da razão humanista. Sempre um cientista, com metodologia, muito conhecimento adquirido e incomparáveis argúcia e capacidade intelectual, busca o verdadeiro ideal humanista: o fim da exploração do homem pelo homem. Amar o próximo como a si mesmo. Não é ser o próximo ou o próximo ser você. São individualidades, com a mesma origem que as identifica. Não é todo mundo ser igual. Mas é sim todo mundo ter iguais direitos básicos e praticar esses direitos básicos de ter moradia decente, alimentação, emprego/trabalho, saúde, educação, transporte, informação.
No início da década de 1970, em plena Ditadura Militar, nas universidades brasileiras sua teoria linguística era estudada, mas não se falava de sua atividade política de intelectual militante da causa humanista.
Junto com o ex-presidente Jimmy Carter, permanece como exemplo dos grandes militantes humanistas norte-americanos que lutaram e ainda lutam contra o imperialismo e a barbárie.
O texto abaixo foi reproduzido do sítio do Adital.





O linguista Noam Chomsky elaborou a lista das "10 Estratégias de Manipulação" através da mídia.

1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação contínuas de distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar, de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: o Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de adiar. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e desnecessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência de esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência geraram uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

* Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de
Massachusetts

sábado, 20 de novembro de 2010

Lula recebe Prêmio Indira Gandhi de 2010 para a Paz, Desarmamento e Desenvolvimento


Lula recebe mais um prêmio, um reconhecimento internacional, relacionado à sua firme e constante atuação para impor como prioritária à agenda política mundial a luta imediata e simultânea pela democracia, pela paz e desenvolvimento, contra a fome e a miséria. Nesta luta ele tem sido o primeiro do mundo, tornando-se referência inquestionável para todos os cidadãos e moradores do Brasil e de todo o mundo nestes últimos 8 anos. Do Haiti ao Irã e à França, dos países de língua portuguesa aos países árabes, do Mercosul e Unasul à Onu, foram anos de esforços constantes, inteligentes, competentes e eficazes pela imposição dessa agenda mundial.
Lula já recebeu outras premiações internacionais, como o de "Estadista Global" em janeiro deste ano no Fórum Econômico Mundial, e o Prêmio Pela Paz 2008, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em maio do ano passado.


O presidente brasileiro que está saindo Luiz Inácio Lula da Silva foi selecionado para o prestigioso Prêmio Indira Gandhi para a Paz, Desarmamento e Desenvolvimento para 2010, disse uma notícia liberada pelo Truste Memorial Indira Gandhi.

Lula foi selecionado para o prêmio por um júri internacional, presidido pelo primeiro-ministro Manmohan Singh, principalmente pela promoção de laços fortes entre os países em desenvolvimento, promovendo o crescimento inclusivo e pela sua contribuição à causa da parceria Índia-Brasil.

"Lula tem defendido a causa do sul global e tem trabalhado para fortalecer os laços entre os países em desenvolvimento ... sua prioridade desde o início foi o crescimento inclusivo e a consolidação e ampliação dos programas sociais", observou o comunicado.

A uma galáxia de personalidades internacionais tem sido dado o Prémio Indira Gandhi com os últimos três premiados sendo o primeiro-ministro de Bangladesh, Sheikh Hasina, ex-Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, e Bill & Melinda Gates Foundation.



"O Prêmio Indira Gandhi para a Paz, Desarmamento e Desenvolvimento para 2010 será concedido ao presidente brasileiro que está saindo Luiz Inácio Lula da Silva, o Truste do Memorial Indira Gandhi Trust anunciou hoje aqui.
A decisão de lhe outorgar o prémio foi tomada por um júri internacional, presidido pelo primeiro-ministro Manmohan Singh, disse um  comunicado do Truste.
Disse que o presidente Lula foi escolhido por "sua notável contribuição para a causa da eliminação da fome e promovendo o crescimento com inclusão no Brasil, por sua defesa de laços mais fortes entre as economias em desenvolvimento e por sua extraordinária contribuição à causa da parceria Índia-Brasil."
O comunicado disse que o presidente Lula tinha lutado pela causa do sul global e havia trabalhado para fortalecer os laços entre os países em desenvolvimento da África, Ásia e América do Sul.
A formação do IBAS, fórum trilateral que reúne Índia, Brasil e África do Sul, deve muito a sua visão, disse.
"Através de seus esforços, o status eo perfil do Brasil cresceu e é reconhecido como um jogador-chave na comunidade global. As relações com a Índia têm sido firmemente alargadas e aprofundadas. Brasil e Índia são parceiros em muitas das formações mais recentes multilaterais, incluindo o IBAS, BRIC, G-20 e BASIC", disse.
O presidente Lula nasceu em uma família que enfrentou privações em uma região subdesenvolvida do Brasil. Sem o benefício da escolarização, teve de passar algum tempo nas ruas antes de encontrar seu primeiro emprego formal na idade de 14 anos. Através da perseverança e habilidade, ele levantou-se para, consequentemente, estabelecer liderança para o movimento sindical brasileiro e se tornar um membro fundador do Partido dos Trabalhadores. Ele foi eleito Presidente do Brasil em 2002 e foi reeleito para um segundo e último mandato em 2006.
Segundo o comunicado, a prioridade do presidente Lula desde o início foi o crescimento inclusivo e a consolidação e expansão dos programas sociais. Ele mencionou o combate à fome e programas de transferência condicional de renda. Este último é hoje amplamente reconhecido como um modelo de sucesso para a entrega de benefícios financeiros às famílias pobres no cumprimento de condições tais como as crianças frequentando escola e sendo vacinadas. A pobreza no Brasil foi dramaticamente reduzida, disse.



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A carapuça do Prates

No feriado do dia 15 de novembro o comentarista Luiz Carlos Prates, da RBS TV de Florianópolis, em irado discurso sobre os acidentes no trânsito, desferiu impropérios contra cidadãos da classe "C" por comprarem carros financiados, culpando no final o atual "governo espúrio" que permitiu que qualquer miserável tivesse um carro.
Os senadores Ideli Salvatti e Magno Malta protestaram contra essa ofensa e desrespeito ao cidadão por meio de uma concessão pública e levarão à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado a proposta de convocação dos donos da emissora para prestar esclarecimentos.
Enquanto isso o chargista Bessinha mostra a carapuça do Prates.

É só isso, Mário Mota, só isso. As pessoas saem absolutamente desatinadas por uma pressa que não se justifica por nenhuma razão. Eu andei ontem na BR 101. Nunca a tinha visto com tanto movimento nem em dias de semana. Ontem (domingo 14) era metade de um feriadão. Quem tinha de ter saído tinha saído, e ainda era muito cedo para voltar para casa. Mas o que é isso? Antes de mais nada, a popularização do automóvel. Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito jamais leu um livro, mora apertado em uma gaiola que hoje chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade de vida, mas tem um carro na garagem. E este camarada, casado, como não suporta a mulher nem a mulher suporta ele, sai, vão para a estrada. Vão se distrair, vão se divertir. E aí, inconscientemente, o cara quer compensar suas frustrações com excesso de velocidade. Tem cabimento o camarada não vencer a curva? Como se a curva fosse feita para vencer. Quando o camarada morre sozinho, problema dele. Mas e quando mata um inocente? Ontem, havia um acidente na estrada, no trecho norte da BR 101, eu vinha para Florianópolis, era do outro lado. Os caras paravam do lado em que eu vinha e atravessavam a pé para ver o que tinha acontecido. Com um movimento absolutamente incomum, se um desgraçado destes – e esta é a palavra – é atropelado e feito um sanduíche na pista, o que é que vão dizer? "Este trânsito insano". Insano é o cara que para o carro, atravessa a BR para ver o que aconteceu com a outra pessoa. Então, é isso, estultícia, falta de respeito, frustração, casais que não se toleram, popularização do automóvel – resultado deste governo espúrio que popularizou, pelo crédito fácil, o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso.




terça-feira, 9 de novembro de 2010

Internet: liberdade, criação e controle



Copiado do




Iniciativas tentam por a internet sob controle
publicada quinta-feira, 04/11/2010 às 10:23 e atualizada sexta-feira, 05/11/2010 às 08:10
por Juliana Sada

Publicamos hoje a continuação da entrevista com o sociólogo Sergio Amadeu. Nesta segunda parte um dos maiores especialistas em internet no Brasil aponta quais são as grandes ameaças à privacidade e liberdade na rede.
A primeira parte da entrevista sobre o Plano Nacional de Banda Larga intitulada “Jogo complexo: a grande mídia não está sozinha” pode ser lida aqui

Quais são os obstáculos que estão postos e quais iniciativas de cerceamento da liberdade na internet?

Existem governos, como o da China, e grupos de pessoas ou políticos conservadores que querem transformar os protocolos, o controle que é dado tecnicamente na internet em controle político e cultural.
É difícil a gente falar isso: a rede amplia a liberdade de expressão, amplia a capacidade de interação entre as pessoas, ela é uma rede que permite a liberdade nesse sentido. Mas ela é uma rede também de controle. Ela é uma rede cibernética: de comunicação e controle.
Atualmente você pega um grupo como o Google que conseguiu atrair a atenção e interesse das pessoas, que passaram a entregar as suas informações voluntariamente, porque era legal usar o Gmail,o Youtube, o Orkut, as aplicações, o mecanismo de busca…É uma empresa que não obrigou ninguém a passar tanta informação para eles mas eles são um repositório de informações jamais alcançado  por alguém na história da humanidade.
Nunca tivemos uma situação onde pudéssemos falar tanto e nunca fomos tão controlados. É uma aparente contradição mas não é. A própria rede para ser dispersa, tem que ser extremamente controlada. Mas na hora que eu transformo esse controle tecnológico, que é tipico da cibernética, em controle  cultural e começo a dizer que deve passar por determinados lugares, que tem que definir o comportamento político cultural das pessoas. Daí eu tenho algo extremamente grave. Então nós estamos com um grande problema hoje. E uma das grandes expressões desse problema de transformação do controle tecnológico em controle político se dá em torno da neutralidade da rede.

Você pode explicar o conceito de neutralidade da rede?
A internet ela pode ser entendida como uma rede lógica, uma rede de informações. Para usarmos a internet, utilizamos a infraestrutura de telecomunicações, ou seja, os controles do que a gente chama de camada física da rede. Essas operadoras de telecom querem controlar o fluxo de informações que passa por seus cabos.
A internet até hoje não funcionou assim porque uma camada era neutra em relação às outras. Daí o termo neutralidade da rede. Ou seja, até hoje não era permitida a discriminação dos pacotes, seja por origem, destino, conteúdo…
Agora essas operadoras dizem “não, nós estamos com um problema: as pessoas tão baixando vídeo e compete com um tráfego importante de dados. Os vídeos tem que pagar para andar na minha rede”. É como se fossem pedágios virtuais nesse sentido. E elas querem assim: se o blog do Sergio Amadeu não tiver acordo com uma operadora americana, não vão abrir o blog com a mesma velocidade do MSN, que tem um acordo.
Então nos vamos implantar estradas pedagiadas, vamos implantar as regras de mercado dentro do ciberespaço. O ciberespaço sempre permitiu ação do mercado mas ele não é o mercado, ele é o espaço comum, onde todos eram tratados de maneira equânime. E as operadoras com essa tentativa de restrição, estão interferindo diretamente no meu interesse, na minha liberdade de me comunicar.
Isso coloca em risco a criatividade da rede. Se eu criar uma nova aplicação, o que vai acontecer? Uma operadora pode dizer “não sei o que é isso, não vou deixar passar”. O Twitter poderia não existir, o Youtube…Pois todo mundo que quiser criar algo vai ter que ser sócio deles, senão não vai poder caminhar nas redes. Isso é uma aberração.
Defender a neutralidade na rede, é defender a liberdade de expressão, de criação, de invenção. E é uma das coisas mais importantes no mundo da internet hoje.

Que iniciativas existem nesse sentido?
Nos EUA, a Justiça deu ganho de causa à empresa Conquest que alegava poder privilegiar determinados pacotes de informação em detrimento a outros em sua rede. E a FCC, a Anatel deles,  está contra essa decisão e tem ações legais no parlamento americano para aprovar projetos que garantam a neutralidade na rede, contra a descriminação dos pacotes.
No Brasil colocamos no Marco Civil da Internet que um dos princípios da internet no Brasil é a neutralidade na rede. Isso colocaria, ao menos no nosso território, uma situação difícil para operadoras que começassem a interferir nos pacotes.  É um movimento no qual a gente tenta aprovar leis em todos os países importantes do mundo pra garantir a neutralidade da rede.
Porque isso não depende de cada país já que o acesso não tem fronteiras, certo?
Essa questão é bem interessante. O que a gente quer fazer em cada país é garantir que a internet continue livre e não fazer uma lei para dizer “meu país é diferente”. Então é um espírito de uma parte da opinião pública mundial que luta por isso. Olha que interessante: a internet é transnacional mas se os EUA aplicarem o processo de quebrar a neutralidade, eles vão impor essa lógica no mundo inteiro pois é la que estão os maiores provedores de conteúdo e as principais redes sociais.
Então, na verdade, temos que lutar com leis contra o poder de oligopólio desse controladores das redes físicas. A rede física é que controla os cabos, satélites, cabos submarinos…Esses caras são oligopólios no mundo, é mais fácil a gente convencer o governo americano a fazer algo do que a convencermos uma operadora dessa. Porque eu não posso eleger-los, eu não posso controlar-los. Eles não se guiam por preceitos democráticos, é a ditadura do capital. Então é muito grave,  daí estranhamente para defender a liberdade transnacional, a gente recorre às leis nacionais.  Dizendo “neste pedaço da terra, o fluxo é livre, naquele também, naquele também” e se esses países forem os mais importantes, a gente venceu a batalha.

E qual o interesse das operadoras em fazer isso? Tem a ver com o interesse da indústria fonográfica em barrar o download de músicas, por exemplo?
O interesse maior é eles ganharem mais dinheiro, é cobrar. E aí tem a indústria do copyright, que pensa “bom, se eles puderem controlar a rede, eu faço um acordo com eles pra não passar protocolo bitorrent pela rede deles e aí eu acabo com a pirataria”. É ilusão dos caras isso. Mas o principal interesse das operadores é aumentar seu controle, eles pegam o controle técnico que tem – os computadores sabem que pacotes estão passando – e aí eles ganham mais dinheiro.
E para ganhar mais dinheiro eles destroem a liberdade de expressão, de criação. Eles passam a ter um controle grande porque se eu inventar a Web 3D, vou ter fazer um acordo com ele porque senão eles podem barrar meu conteúdo. Vamos ter cercas digitais e eles só abrem a porteira mediante pagamento ou acordo. Isso é um controle gigantesco sobre a criatividade.
No mundo, as operadoras estão se concentrando – vão ser de 10 a 12 grandes operadoras, que tem mais poder que  Estados. E é um poder sobre a comunicação e então a gente tem que  superar essa nossa dependência desse tipo de companhia – não sei ainda qual seria a solução mas a situação atual é grave. Essas empresas são estratégicas do ponto de vista do direito a comunicação hoje e elas tem que ter o controle social.

Quem são as grandes empresas de telecom? Quem são esses grupos que controlam o mercado?
Tem algumas empresas grandes dos EUA, a AT&T, Conquest, Verizon…Alguns grupos europeus como a Telefônica, a Vodafone e algumas alemãs. Tem duas grande chinesas, muito grandes. Mas o que está acontecendo é que essas empresas estão se coligando, então o grande perigo é essa enorme concentração. É um setor estratégico, eles tem toda a infra-estrutura da rede. Por exemplo, como é que a China faz: eles não deixam que alguns IPs sejam lidos o fluxo de alta velocidade vem e ao entrar na China, tem um computador que filtra. É o chamado grande firewall chinês, a grande barreira.

É possível haver uma regulação a nível mundial? Alguma instância de decisão?

Não, acima dos Estados Nacionais tem acordos. Seria uma boa ideia a gente tentar fazer um acordo em defesa da liberdade na internet mas é muito difícil. No momento nós temos que ganhar a opinião pública em cada país. Porque aí as sociedades em cada local brigam. Na Espanha tem uma briga forte em defesa da neutralidade da rede. Na França infelizmente a gente perdeu para o Sarkozy, que criou lei absurdas. Mas a gente tem um movimento mundial.

Você pode explicar sobre a lei aprovada na França e que foi debatida no parlamento de vários países europeus?
A grande iniciativa hoje é chamada “three strikes”, são as três batidas. Eles identificam que você está baixando, por exemplo, um arquivo de música. Então ele violam a sua privacidade para ver que tipo de arquivo você está baixando. Se for um arquivo protegido pelo copyright, ou melhor dizendo cerceado pelo copyright, eles te mandam um aviso “você está violando a lei” – é a primeira batida. Se você continuar, eles te mandam um segundo aviso e na terceira vez eles cortam a sua conexão, em geral por um ano.
Qual o problema disso? Pense na minha casa que tem três pessoas usando a internet, só eu baixei a música. Na hora que me desconectam, são prejudicadas outras pessoas que não tem nada a ver com isso. Quer dizer, é uma lei inexequível. Tanto é que na França ela foi aprovada há mais de um ano mas não foi aplicada.
A grande questão em relação ao IP [Internet Protocol, número de identificação de um computador na rede] é a seguinte: para você navegar na internet você tem que ter um número de IP, então é muito fácil identificar o IP, a máquina e a região em que está. O grande problema é você individualizar o IP, ou seja, vincular um IP a uma identidade civil. Daí toda aquela navegação, tudo o que aquele IP fez pode ser rastreado por outros e não só autoridades. Basta que eu sabia que o IP x é do Sergio Amadeu. Eu acabo seguindo o rastro digital. Então é uma coisa bem complicada do ponto de vista da privacidade.