sábado, 6 de novembro de 2010

Brasil é o país que mais avança em índice de desenvolvimento da ONU

Brasil sobe quatro posições no novo IDH; avanço é o mais expressivo de 2009 a 2010
Reformulado, Índice de Desenvolvimento Humano usa Renda Nacional Bruta em vez de PIB e apresenta novos indicadores sobre educação
do PNUD

O Brasil subiu quatro posições de 2009 para 2010 e ficou em 73º no ranking de 169 nações e territórios da nova versão do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que passou por uma das maiores reformulações desde que foi criado, há 20 anos. O índice brasileiro, de 0,699, situa o país entre os de alto desenvolvimento humano, é maior que a média mundial (0,624) e parecido com o do conjunto dos países da América Latina e Caribe (0,704), de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano. O documento, intitulado A verdadeira riqueza das nações: caminhos para o desenvolvimento humano, foi divulgado nesta quinta-feira em Nova York.
Em razão da mudança de metodologia, não se pode comparar o novo IDH com os índices divulgados em relatórios anteriores. Mas seguindo a nova metodologia, em comparação com os dados recalculados para 2009, o IDH do Brasil mostra uma evolução de quatro posições.
A lista é encabeçada pela Noruega (0,938), seguida de Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda. A última posição é ocupada por Zimbábue (0,140), superado por República Democrática do Congo, Níger, Burundi e Moçambique. O Brasil está logo acima de Geórgia (74º), Venezuela (75º), Armênia (76º) e Equador (77º), e abaixo de Ilhas Maurício (72º), Macedônia (71º), Irã (70º), Ucrânia (69º) e Bósnia-Herzegóvina (68º).
O índice manteve suas características principais — varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano) e engloba três aspectos essenciais do desenvolvimento humano: conhecimento (medido por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Assim, conserva a premissa que norteou sua criação em 1990: o progresso deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação.
Para o 20º aniversário da publicação, foram introduzidas mudanças nos indicadores de renda e educação e no cálculo final (leia mais abaixo o texto “As mudanças na metodologia do IDH”). A reformulação resultou em aprimoramento, mas implicou uma redução no número de países e territórios abrangidos: 15 (incluindo Cuba, Omã e Líbano) saíram da lista por não disporem de informações verificáveis para pelo menos um dos quatro indicadores usados no índice.
Dos três subíndices que compõem o IDH, apenas o de longevidade não passou por alterações: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer. No subíndice de renda, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que contabiliza a renda conquistada pelos residentes de um país, incluindo fluxos internacionais, como remessas vindas do exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda gerada no país, mas repatriada ao exterior. Ou seja, a RNB traz um retrato mais preciso do bem-estar econômico das pessoas de um país. No subíndice de educação, houve mudanças nos dois indicadores. Sai a taxa de analfabetismo, entra a média de anos de estudo da população adulta; para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez da taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos.

Evolução recente
Esta não é a primeira vez que o IDH passa por mudanças — a disponibilidade de novos dados e as sugestões de alguns críticos fizeram com que o índice se adaptasse ao longo das últimas duas décadas. Porém, a fim de possibilitar que sejam verificadas tendências no desenvolvimento humano, a equipe responsável pelo relatório usou a nova metodologia não só para calcular o IDH de 2010, mas também o de 2009 e de outros seis anos de referência: 1980, 1985, 1990, 1995, 2000 e 2005. Para o Brasil, há dados completos desde 2000.
Desde aquele ano, o IDH brasileiro teve um ganho de 7,6% (73ª maior variação numa lista de 137 países). O progresso foi mais rápido que o latino-americano (6,6%) e mais lento que o global (9,3%). De 2005 para cá, a alta foi de 3,1% (92º mais veloz em uma lista de 169 países e territórios). De 2009 para 2010, o aumento foi de 0,8%, o 53º mais elevado entre 169 países. Com isso, o Brasil subiu quatro posições desde o ano passado, a maior alta mundial — apenas França, Irã, Indonésia, Iêmen e Nepal chegaram perto disso (avançaram duas posições).
Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e os anos de escolaridade esperada recuaram em 0,8 ano. A renda nacional bruta teve alta de 27% no período.

Em comparação com países que estavam em nível semelhante de desenvolvimento em 2000 — os quatro logo acima e os quatro logo abaixo no ranking do IDH —, o Brasil saiu-se como um dos melhores. Se há dez anos era o quinto nesse grupo de nove nações, agora é o terceiro. O grande salto, porém, foi da Ucrânia, que registrava índice semelhante ao brasileiro em 2000, e em 2010 é o país com maior IDH desse conjunto.
As alterações foram pequenas para os países da América Latina ao longo da última década. Chile, Argentina e Uruguai mantêm-se no topo do IDH desse grupo, seguido de México e Peru. Bolívia e Paraguai ainda registram os índices mais baixos. Nas posições intermediárias, estiveram Colômbia, que acelerou menos entre 2000 e 2010, Equador, Venezuela e Brasil. O indicador brasileiro era o sexto no início do período, chegou a ser superado pelo venezuelano em 2009, mas neste ano voltou à sexta colocação.

As mudanças na metodologia do IDH
Os pilares do IDH não foram alterados: o índice varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior) e engloba três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano: conhecimento (mensurado por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Mas houve modificação em alguns indicadores e no cálculo final do índice.

Subíndice de longevidade
Não mudou: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer.

Subíndice de educação
É o único que engloba dois indicadores, e ambos foram alterados. Sai a taxa de alfabetização, entra a média de anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais). Para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez de taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos (expectativa de vida escolar, ou tempo que uma criança ficará matriculada, se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar). Essas alterações foram feitas porque alguns países, sobretudo os do topo do IDH, haviam atingido níveis elevados de matrícula bruta e alfabetização — assim, esses indicadores vinham perdendo a capacidade de diferenciar o desempenho dessas nações. Na avaliação do Relatório de Desenvolvimento Humano, as novas variáveis captam melhor o conceito de educação e permitem distinguir com mais precisão a situação dos países. No entanto, assim como os indicadores anteriores, não consideram a qualidade da educação. No método antigo, a taxa de analfabetismo tinha peso 2 nesse subíndice, e a taxa de matrícula, peso 1. Agora, os dois novos indicadores têm peso semelhante.

Subíndice de renda
O PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que abrange os mesmos fatores que o PIB, mas também leva em conta recursos enviados ou recebidos do exterior — é uma maneira de captar melhor as remessas vindas de imigrantes, excluir da conta o envio de lucro para o exterior das empresas e computar a verba de ajuda humanitária recebida pelo país, por exemplo. Assim como na versão anterior usava-se o logaritmo natural do PIB per capita, agora usa-se o logaritmo natural da renda. Também foi mantido o modo como os valores são expressos: em dólar corrigido pela paridade do poder de compra (PPC), que leva em conta a variação do custo de vida entre os países.

Normalização dos subíndices
Para poder comparar indicadores diferentes (a renda é expressa em dólares, a expectativa em anos, por exemplo), cada subíndice é transformado numa escala de 0 a 1. Por isso, estabelece-se um valor máximo e mínimo para cada indicador. Até o relatório do ano passado, os níveis máximos eram fixados pelo próprio RDH; neste, foram usados os valores máximos verificados na série de dados (desde 1980). Com isso elimina-se a arbitrariedade na escolha desses níveis máximos e mínimos.

Atualização dos dados
Até o ano passado, o IDH sempre trabalhava com indicadores de dois anos anteriores à publicação do relatório. O RDH 2009, portanto, trazia um IDH que refletia a situação de 2007. No RDH 2010, são usados alguns valores e projeções do próprio ano de 2010. Há dados disponíveis para este ano referentes à expectativa de vida e à média de anos de estudo. Para a renda nacional bruta, foram feitas estimativas aplicando-se os dados mais recentes do Banco Mundial às projeções de crescimento feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No número de anos esperados de escolaridade, foi utilizado o dado mais recente disponível.

Cálculo
Até a edição de 2009, o IDH era calculado como a média simples dos três subíndices (somava-se os três e dividia-se o resultado por três). A partir deste relatório, recorre-se à média geométrica: multiplicam-se os três subíndices e calcula-se a raiz cúbica do resultado (um número que, multiplicado três vezes por ele mesmo, é igual ao resultado da multiplicação). Antes, um desempenho baixo em uma dimensão poderia ser diretamente compensado por um desempenho melhor em outra. Com o novo cálculo, essa compensação perde força — um valor ruim em um dos subíndices tem impacto maior em todo o índice. Além disso, a metodologia permite que 1% de queda na expectativa de vida, por exemplo, tenha o mesmo impacto que 1% de queda na renda ou na educação.

Nível de desenvolvimento humano
O Relatório de Desenvolvimento Humano deixa de classificar o nível de desenvolvimento de acordo com valores fixos e passa a utilizar uma classificação relativa. A lista de países é dividida em quatro partes semelhantes. Os 25% com maior IDH são os de desenvolvimento humano muito alto, o quartil seguinte representa os de alto desenvolvimento, o terceiro grupo é o de médio e os 25% piores, os de baixo desenvolvimento humano.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Bahia: 4.737.079 votos (70,85%) para Dilma.

Paraíba da Viola, repentista
Praça Cairu, em frente ao Mercado Municipal, Salvador, BA
"Quem merece o voto é Lula pelas coisas que ele fez
Dilma vai do mesmo jeito com a maior rapidez
Se Serra quer ser eleito mas não será desta vez

Zé Serra quer tapear a nossa população
Mas arreceba o recado dum cantador do sertão
Com mentira e falsidade ninguém ganha  uma eleição

Essa é a opinião dos cantador menestréis
Que Dilma pertence a Lula que honrou os seus papéis
E Serra não bota a venta onde Dilma bota os pés"





Memórias da eleição



LEVANTE DE MEU TAMBURETE!
Avani


          Estive na Bahia, em Seabra. Lá todo mundo é Dilma: intelectuais, participantes de um Congresso, estudantes, donas-de-casa, trabalhadores. O comércio é Dilma, os taxistas são Dilma, as crianças são Dilma. Participamos minha filha, a amiga Eli e eu de uma manifestação pró-Dilma, após uma passeata-carreata.  Na cidade, nos   disseram, é proibido falar mal de Lula. Se você pergunta para uma pessoa quem é o candidato dela, a pessoa responde assim: “Por quê? Tu vai votar contra Lula, é?” Isso cala qualquer intenção de voto em Serra.
            De lá fomos para Irecê. Lá todo mundo é Dilma, quem não é Dilma, é Lula. Lá o povo faz um sinal como se fosse uma serra serrando pescoço, e dizem assim: Serra ó! E fazem o gesto. Os taxistas todos são Dilma. E não aceitam que falem mal de Lula na frente deles, não.
            De lá fui para Piritiba. Lá os atuais governantes, vereadores e ex são todos Serra. Dizem até que por causa dessas facilidades de Lula ninguém lá quer trabalhar, todo mundo só pensa em fazer faculdade e por isso não tem mais empregadas domésticas disponíveis, pois ou estudam ou ganham bolsa-família em valor superior ao que eles pagam por serviços domésticos. Já dá para ver que pagam muito pouco, pois o bolsa-família paga em média R$ 200,00 para uma família com três filhos na escola. A opção política por Serra com esses argumentos me pareceu saudade da escravidão. Agora, trabalhador mesmo é Dilma, é Lula, a esperança do futuro. Um caminhão cheio de pessoas dos povoados vizinhos que chega a Piritiba é todo Dilma, desde o bofe, como me disseram. “É Dilma, é Lula, é gente como a gente.”
            De lá fui para Salvador, e aí então foi o máximo de felicidade e prazer ver a cidade toda com Dilma. Todo mundo lá é Dilma. Todos os taxistas são Dilma. Os trabalhadores informais são Dilma, o vendedor de sorvete é Dilma, o vendedor de água nos faróis ostenta um adesivo com o 13 colado no isopor. Na feira de artesanato em frente ao Mercado Modelo é o reduto dos eleitores de Dilma, que ostentam o 13 em suas barracas sem o menor constrangimento. Lá não se aceita falar mal de Lula, ninguém tolera.
            Soube de dois vendedores que expulsaram de suas barracas paulistas e cariocas que foram lá falar mal de Lula, falar mal de Dilma. O caso mais emblemático foi um que me foi contado pela própria protagonista sob o testemunho de todos ao redor que viram a cena e ouviram. Foi assim: uma carioca sentou-se num banquinho de plástico branco, desses que se usam atualmente, e começou uma conversa com a dona da banca de artesanato. Sem saber que estava na Bahia (como me disseram), falou assim:  “Dilma é terrorista, chefe de quadrilha”. Pra que minha gente? A dona da banca levantou-se e disse retada para a forasteira:
- A senhora faz o favor, levante desse tamburete agora. Esse tamburete é meu, e só senta quem eu quiser. E não senta nesse tamburete quem fala mal de Lula e de Dilma. A senhora está é com inveja de não ter entrado para a quadrilha dela! Não precisa comprar nada aqui, vá-se embora. Nas minhas vistas, sentada em meu tamburete, falar mal de Dilma? O que é isso?
            Essa é a Bahia de Lula.
            Quando o motorista de táxi me deixou no aeroporto de Salvador, e saiu me saudando pela janela do carro: é Dilmaaaaaaaaa!!!, eu tive a certeza absoluta, como dois e dois são quatro, que seria Dilma. E foi. Esta certeza quem me deu foi o povo da Bahia, meu povo querido. O bom filho à casa torna para refrigerar a alma.  E foi o que aconteceu comigo. Viva a Bahia! Viva o povo baiano!



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O político mais popular do planeta

"Há homens que lutam um dia e são bons,
há outros que lutam um ano e são melhores, 
há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis."
(Bertold Brecht)




Dicionário do Folclore Brasileiro: o "Caso da Bolinha de Papel"

Mais uma vez, eles tentaram.
O povo nunca foi bobo e agora está melhor informado.
Zé Molinha pula a bolinha
A bolinha de papel nos tempos da bossa-nova:





domingo, 31 de outubro de 2010

O futuro se apresenta

Povo bem informado é difícil de ser enganado:
sabe o que quer e rejeita falsificações.
Brincam com as mãos de um trabalhador...
...que continuam as mesmas mãos...
... que passam à frente a outras mãos...
... e para que continue assim em caminho promissor, o mais urgente é a prática do direito de todos à informação e à comunicação. Sem isso não existe democracia.
Brasil para todos, mesmo, somente com Banda Larga Para Todos.





sábado, 30 de outubro de 2010

Jesus disse, Lucas e Mateus escreveram: "Hipócritas! Tirem primeiro as vigas* dos seus próprios olhos!"

Parece que estão cantando um hino religioso
Mas estão difamando e caluniando
O cisco no olho do irmão
Lucas 6,41-42 
“Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho?  Como é que você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão".

Mateus 7,3-5
“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: “deixa-me tirar a palha do teu olho”, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (Mt)


Mônica Serra Allende disse às suas alunas de dança na Unicamp que ela e o marido José Serra fizeram um aborto voluntário na década de 60 no Chile. Nem a Mônica grávida nem o bebê tinham problemas de saúde. Alegou que viviam em época de ditadura e estavam inseguros em ter um filho. Por isso fizeram o aborto.
Não é verdade que a Sra. Mônica tenha vivido sob ditadura a não ser nos primeiros dias do golpe militar chileno, pois foi das primeiras pessoas a fugir da barbárie do regime de Pinochet, juntamente com seu marido José Serra, que já fugira do golpe militar brasileiro em 1964, também logo no seu início, nunca tendo vivido ou lutado efetivamente contra as ditaduras no Brasil e no Chile. Nem seu José nem dona Mônica. Foram se exilar nos Estados Unidos de Nixon e Kissinger, promotores do sangrento golpe (e que já deviam ter a ficha política de José Serra desde a UNE), onde estudaram vários anos na Universidade de Cornell, uma universidade privada e cara (clique aqui e aqui).
Diante de toda a grande mídia brasileira, também chamada de Partido da Imprensa Golpista, essa mesma senhora difamou ao máximo possível uma outra senhora que nunca havia praticado tal ato. A um eleitor evangélico, que citava Jesus Cristo como o “único homem que prestou no mundo” e que declarou voto em Dilma, a esposa do candidato José Serra afirmou que a petista é a favor do aborto. “Ela é a favor de matar as criancinhas”, disse a mulher de Serra ao vendedor ambulante Edgar da Silva, de 73 anos, em Nova Iguaçu, na baixada fluminense.
Quando José Serra era ministro da saúde assinou em novembro de 1998 norma técnica para o SUS (Sistema Único de Saúde), ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez.
Foi uma norma necessária para a saúde pública da mulher brasileira, em atendimento à legislação já votada há muito tempo. Mas José Serra fez e não deveria esconder, porque era ministro do poder executivo e tinha obrigação de executar a lei promulgada.
Dilma nunca disse ser a favor do aborto. Ela se posicionou, abordando o tema como uma questão de saúde pública.
Causa espécie que Serra engrosse, agora, o coro dos que pretendem condenar Dilma Rousseff por uma opinião sobre uma política implementada pelo próprio Serra.


* Devido à pressa por causa da eleição, tivemos que utilizar, em vez de traves, conforme consta na parábola, vigas de viaduto já caídas em cima dos carros que trafegavam pela Rodovia Raposo Tavares, obtidas em fotos sobre o acidente  do Rodoanel.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cristão, Idólatra, Evangélico, ou apenas um Fariseu Oportunista?

Os bispos Benedito Beni e Luiz Gonzaga Bergonzini fazem campanha para Serra, observados pelo sorridente presidente da CNBB
Deu na folha de São Paulo:
Serra elogia papa; Dilma não vê prejuízo
Tucano diz que Bento 16 tem "pleno direito" de orientar fiéis, e petista nega relação entre texto e polêmica do aborto
Candidato do PSDB faz campanha com caráter religioso, e adversária reafirma sua posição contrária à prática
DO ENVIADO A UBERLÂNDIA (MG)
DE BRASÍLIA

No dia em que o papa condenou o aborto e pediu para os bispos brasileiros orientarem politicamente os fiéis católicos, o candidato José Serra (PSDB) elogiou Bento 16 e retomou o tom religioso na sua campanha.
"O fato é que o líder espiritual mundial da Igreja Católica tem pleno direito de emitir as suas diretrizes e orientações para os católicos do mundo. Ele tem plena liberdade de fazê-lo, é um guia espiritual muito importante", disse Serra, em Uberlândia.
"E defesa da vida é o que merece fazer parte das palavras do papa, além do que é previsível, além do que é bom para o mundo ouvir isso, a defesa da vida."
Antes de dar entrevista, Serra também imprimiu tom religioso em dois momentos de sua campanha ontem.
Primeiro, ganhou de presente uma imagem de Nossa Senhora da Abadia, padroeira de cidades do Triângulo Mineiro, que ele ergueu como se fosse uma taça.
Depois, em discurso, citou a Bíblia para enaltecer sua estada em Minas, onde estava na companhia dos senadores eleitos Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS) e do governador Antonio Anastasia (PSDB).
"Eu não sei qual é o trecho da Bíblia, mas há um trecho na Bíblia que Deus vem a Salomão, em sonho, no dia em que ele assume o reinado, e oferece a ele qualquer coisa: "Tudo que você quiser será dado". E Salomão respondeu: "Eu só quero uma coisa, sabedoria e conhecimento", disse Serra, sob aplausos.

DILMA
Dilma Rousseff (PT) também comentou a declaração de Bento 16 ontem. A presidenciável disse que não vê prejuízos para sua campanha na mensagem do papa para que bispos brasileiros preguem voto contra políticos que defendam a descriminalização do aborto.
Ela negou qualquer constrangimento com a fala e afirmou que é preciso respeitar o posicionamento do papa que, segundo ela, é uma orientação. "Eu acho que é a posição do papa e tem que ser respeitada. Ele tem o direito de manifestar o que pensa. É a crença dele."
Antes de ser candidata, Dilma defendeu abertamente a descriminalização da prática. Já na campanha, disse ser contra e que a discussão cabe ao Congresso.
Para Dilma, a manifestação de Bento 16 não tem relação com os rumores que circularam contra ela em templos e igrejas de que a petista defenderia o aborto.
"Vamos separar as questões. Eu não acho que o papa tem nada a ver com isso. No Brasil, ocorreu outra coisa: uma campanha que não veio à luz do dia. Foi uma campanha de difamações, calúnias e algumas feitas ao arrepio da lei. Ele [papa] veio a público e falou a posição dele", afirmou.
A candidata reafirmou que é "pessoalmente contra o aborto", mas defendeu que a prática seja tratada como questão de saúde pública.


(PAULO PEIXOTO, MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Zé Mola para presidente? Que peninha...

-- Trololó, bateram forte! Tô no mundo da Lua!
Deu na Folha de São Paulo

16/10/2010 - 18h35
Visita de Serra a missa no Ceará termina em tumulto
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A CANINDÉ (CE)

Terminou em tumulto a visita do candidato do PSDB à Presidência,José Serra, a uma missa na festa de São Francisco, em Canindé, interior do Ceará, na tarde deste sábado. A festa é o maior evento religioso da cidade.
Havia militantes com bandeiras do PT e de Serra. No final da missa, houve corre-corre e o tucano chegou a ser empurrado, mas não se feriu.
Os ânimos foram inflamados por declarações do frade que celebrou a missa, cujo nome não foi informado.
Ele reclamou da chegada de Serra quando a cerimônia já estava em andamento e declarou, na presença do tucano, que a igreja não autoriza a divulgação de panfletos associando a presidenciável petista Dilma Rousseff à defesa do aborto.

"PROFANAÇÃO"
Quando chegou ao local da festa, Serra foi vaiado por cerca de cem militantes petistas que, segundo a Guarda Municipal, faziam um bandeiraço em frente à catedral.
Ao entrar na missa, em um galpão atrás da catedral, Serra e comitiva sentaram nas primeiras fileiras, provocando uma pequena confusão, o que irritou o frade.
"Gostaria que a missa não fosse tumultuada com os políticos que aqui chegaram, por favor", disse ele.
Durante a missa, o frade disse que não se referia a "A" ou a "B", mas àqueles que estavam conversando. "Se vieram com outra intenção, peço que saiam assim como entraram", disse. "Isso é uma profanação", afirmou.
Perto do fim da missa, o frade exibiu um panfleto que, segundo ele, atacava Dilma. "Acusam a candidata do PT em nome da igreja. Não é verdade", disse o frade.
O plateia aplaudiu. "Não está autorizada essa coisa. A igreja não está autorizando essas coisas", repetiu ele.
No final da missa começaram a chegar ao local militantes com bandeiras de Serra --e foi quando houve o tumulto com a militância petista. Serra não quis comentar as declarações do frade.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que acompanhou a missa, se exaltou e afirmou que era um "padre petista" como aquele que estava "causando problemas à igreja".
Seguranças da igreja não permitiram que a imprensa se aproximasse do religioso.

"TENHO UMA MOLA"
Antes da missa, Serra havia se reunido com políticos locais. "Tenho sofrido nesta campanha ataques, mentiras de profissionais da mentira que nunca imaginei na minha vida", discursou, sem explicar ao que se referia.
"Não fosse a minha vida, meu testemunho que sempre dei de correção na vida pública, eu ficaria abalado. No caso, agora, faço o contrário. Tenho uma mola. No momento que batem, eu subo."
Com Agência Brasil 

Zé Molinha pula bolinha