sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cristão, Idólatra, Evangélico, ou apenas um Fariseu Oportunista?

Os bispos Benedito Beni e Luiz Gonzaga Bergonzini fazem campanha para Serra, observados pelo sorridente presidente da CNBB
Deu na folha de São Paulo:
Serra elogia papa; Dilma não vê prejuízo
Tucano diz que Bento 16 tem "pleno direito" de orientar fiéis, e petista nega relação entre texto e polêmica do aborto
Candidato do PSDB faz campanha com caráter religioso, e adversária reafirma sua posição contrária à prática
DO ENVIADO A UBERLÂNDIA (MG)
DE BRASÍLIA

No dia em que o papa condenou o aborto e pediu para os bispos brasileiros orientarem politicamente os fiéis católicos, o candidato José Serra (PSDB) elogiou Bento 16 e retomou o tom religioso na sua campanha.
"O fato é que o líder espiritual mundial da Igreja Católica tem pleno direito de emitir as suas diretrizes e orientações para os católicos do mundo. Ele tem plena liberdade de fazê-lo, é um guia espiritual muito importante", disse Serra, em Uberlândia.
"E defesa da vida é o que merece fazer parte das palavras do papa, além do que é previsível, além do que é bom para o mundo ouvir isso, a defesa da vida."
Antes de dar entrevista, Serra também imprimiu tom religioso em dois momentos de sua campanha ontem.
Primeiro, ganhou de presente uma imagem de Nossa Senhora da Abadia, padroeira de cidades do Triângulo Mineiro, que ele ergueu como se fosse uma taça.
Depois, em discurso, citou a Bíblia para enaltecer sua estada em Minas, onde estava na companhia dos senadores eleitos Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS) e do governador Antonio Anastasia (PSDB).
"Eu não sei qual é o trecho da Bíblia, mas há um trecho na Bíblia que Deus vem a Salomão, em sonho, no dia em que ele assume o reinado, e oferece a ele qualquer coisa: "Tudo que você quiser será dado". E Salomão respondeu: "Eu só quero uma coisa, sabedoria e conhecimento", disse Serra, sob aplausos.

DILMA
Dilma Rousseff (PT) também comentou a declaração de Bento 16 ontem. A presidenciável disse que não vê prejuízos para sua campanha na mensagem do papa para que bispos brasileiros preguem voto contra políticos que defendam a descriminalização do aborto.
Ela negou qualquer constrangimento com a fala e afirmou que é preciso respeitar o posicionamento do papa que, segundo ela, é uma orientação. "Eu acho que é a posição do papa e tem que ser respeitada. Ele tem o direito de manifestar o que pensa. É a crença dele."
Antes de ser candidata, Dilma defendeu abertamente a descriminalização da prática. Já na campanha, disse ser contra e que a discussão cabe ao Congresso.
Para Dilma, a manifestação de Bento 16 não tem relação com os rumores que circularam contra ela em templos e igrejas de que a petista defenderia o aborto.
"Vamos separar as questões. Eu não acho que o papa tem nada a ver com isso. No Brasil, ocorreu outra coisa: uma campanha que não veio à luz do dia. Foi uma campanha de difamações, calúnias e algumas feitas ao arrepio da lei. Ele [papa] veio a público e falou a posição dele", afirmou.
A candidata reafirmou que é "pessoalmente contra o aborto", mas defendeu que a prática seja tratada como questão de saúde pública.


(PAULO PEIXOTO, MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)




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