quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O que diz o diretor do SciencesPo

Lula foi eleito por unanimidade pelo Conselho de Administração do Sciences Po para receber o título de Doutor Honoris Causa. Antes disso, eleito pelos cidadãos brasileiros, ele chegou ao nível máximo de responsabilidade e aplicou planos de alta eficiência social.

Richard Jean-Marc Descoings, nascido no dia 23 de junho de 1958 em Paris, é um funcionário graduado do estado francês. Em 1996 foi designado diretor do Instituto de Estudos Políticos e da Fundação Nacional das Ciências Políticas, que juntas formam o Sciences Po, escola onde estudou entre 1977 e 1980 e pela qual se diplomou em Serviço Público. Também se diplomou pela Escola Nacional de Administração, de onde saiu em 1985 para uma profícua e ascendente carreira no serviço público, especializando-se em direito público e assuntos educacionais. Em 2000 foi nomeado Conselheiro do Estado Francês.
Em fevereiro de 2009 Descoings foi condenado pela justiça francesa por difamação contra o líder político de extrema-direita Jean-Maria Le Pen por tê-lo acusado em seu blog de ter sido responsável pela violência praticada contra um cinegrafista numa conferência realizada no Instituto de Estudos Políticos de Paris.









As seguintes declarações de Descoings foram retiradas de entrevistas que concedeu nestas últimas semanas:

Fundado em 1871, o Instituto de Estudos Políticos de Paris, universidade por onde passou a nata da elite francesa, vem, cada vez mais, investindo em sua relação com países da América do Sul, sobretudo o Brasil.
 
Foram criados estudos de pós-bacharelado inteiramente dedicados à região, sendo instituída, inclusive, uma cátedra sobre o Mercosul.Há 15 anos apenas 15 brasileiros estudavam no Sciencjavascript:void(0)es Po e hoje eles já são 150.

O presidente Lula fez uma carreira política de alto nível, que mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo. O Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula, e ele não tem estudo superior. Isso nos pareceu totalmente em linha com a nossa política atual no Sciences-po, a de que o mérito pessoal não deve vir somente de um diploma universitário.

Na França, temos uma sociedade de castas. E o que distingue a casta é o diploma. O presidente Lula demonstrou que é possível ser um bom presidente, sem passar pela universidade.

Lula foi eleito por unanimidade pelo nosso Conselho de Administração. Ele não saiu da elite tradicional do Brasil, mas chegou ao nível máximo de responsabilidade e aplicou planos de alta eficiência social.

O Brasil tem um dispositivo de bolsas de estudo extraordinário. As universidades brasileiras são de boa qualidade. Temos 15 parcerias no Brasil, inclusive com a USP, em São Paulo. O Brasil, para nós, é um país-alvo para a cooperação universitária. Há hoje muitos jovens europeus que querem ir ao Brasil estudar ou fazer carreira no Brasil. Tem muita gente que sonha hoje em ir para o Brasil.

Sim, há uma diferença no olhar dos estudantes franceses para o Brasil, uma mudança extremamente profunda. Na Sciences-po, há 30 anos, o Brasil era visto como um país grande em superfície. Mas não era considerado uma potência mundial.

Hoje, quando os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) se propõem a ajudar a Europa a sair da crise financeira e da dívida, é uma mudança formidável na História da Humanidade.



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