quinta-feira, 26 de abril de 2012

ONU e OTAN: antros de "foras-da-lei"

Revelado o jogo duplo da OTAN na Líbia sob a cobertura da ONU
Pequenos aviões teleguiados desempenharam papel decisivo

Por: Akhtar Jamal
Publicado originalmente no Pakistan Observer em 20.02.2012

Um jornal canadense revelou o conto do jogo duplo da OTAN na Líbia e divulgou como os países da OTAN colaboraram uns com os outros para derrubar o regime líbio e secretamente forneceram as mais sofisticadas armas e drones (aviões teleguiados) para os "rebeldes" líbios.

Segundo o jornal Ottawa Citizen os Estados da OTAN fizeram mau uso do embargo de armas e do bloqueio marítimo da ONU e impuseram sanção unilateral enquanto permitiam que "forças especiais" e instrutores apoiados pela NATO se esgueirassem para a Líbia por via marítima.

O jornal também revelou que dezenas de drones do tamanho de uma pequena mala foram também enviados à Líbia para monitorar e rastrear as forças de Qaddafi e caçá-las.

Ele disse que os parceiros da OTAN no Mar Mediterrâneo impuseram um embargo sob a autoridade da Resolução 1973 das Nações Unidas e permitiram o fornecimento de armas, sem qualquer interceptação, para as forças anti-Qaddafi.

A publicação lembrou que em maio de 2011 a OTAN montou um círculo de 20 navios de guerra para impor um embargo de armas da ONU para todos os lados, uma vez que tal embargo foi claramente destinado a impedir a entrega de armas tanto para Qaddafi quanto para aqueles que estavam lutando contra ele.

O jornal acrescenta que centenas de toneladas de munições e armas passaram facilmente através do bloqueio, "expondo o que os críticos dizem que foi o real motivo do Canadá e da NATO durante a guerra da Líbia: a mudança de regime, sob o pretexto de proteger civis".

Ele lembrou que o Qatar, um dos dois países árabes que participaram na missão da Otan, fornecendo aos "rebeldes" mísseis antitanque Milan de fabricação francesa, com entregas feitas pelo mar. O país também deu-lhes uma variedade de caminhões e equipamentos de comunicações, enquanto os conselheiros do Qatar entraram na Líbia para fornecer treinamento. Afirmou que o Egito embarcou rifles de assalto e munições, com o apoio dos EUA enquanto a Polônia fornecia mísseis anti-tanques e veículos militares.

O jornal canadense Leader-Post relatou que o Canadá forneceu drones (aviões teleguiados) de vigilância aos "rebeldes" para que eles pudessem melhor atacar as tropas líbias, dia ou noite.

A reportagem afirmou que oficiais canadenses fizeram uma viagem de 18 horas de barco desde Malta até uma instalação de treinamento do NTC em Misrata, navegando sem problemas através do bloqueio da OTAN, para entregar os aviões e mostrar aos "rebeldes" como fazer voar o avião, usando-o para identificar uma posição militar líbia.

Ele acrescentou que aviões franceses, sem contestação dos caças da OTAN que impunham uma zona de exclusão aérea, haviam desembarcado cerca de 40 toneladas de munições e armas, incluindo mísseis antitanque, para "rebeldes" lutando no sudoeste de Trípoli.

Os franceses, como as outras nações bombeando armas para as mãos das forças de oposição, justificaram suas ações com uma resposta que parecia ter saída diretamente da novela “1984” de George Orwell. Havia de fato um embargo de armas no lugar, eles reconheceram, mas havia também uma outra resolução da ONU permitindo "todas as medidas necessárias para proteger civis sob ameaça" de ataque.

O ministro do Exterior francês Alain Juppé afirmou que a entrega foi de "armas de auto-defesa" e por isso eles não violavam a resolução da ONU.

O jornal disse que a finalidade declarada pela OTAN de proteger os civis líbios foi vista por críticos como uma rua de mão única, com o foco sendo em proteger apenas aqueles aliados com os "rebeldes". "Emergeria mais tarde que as forças 'rebeldes" caçavam líbios negros que eles acreditavam que apoiavam Kadafi, bem como trabalhadores africanos estrangeiros."

A BBC entrevistou um empreiteiro de construção turco que disse ao serviço de notícias ter testemunhado o massacre de 70 chadianos que estavam trabalhando para sua empresa. Houve também relatos de que os "rebeldes" limparam etnicamente a cidade de Tawergha, 38 km ao sul de Misrata, bem como outros locais. Tawergha originalmente tinha mais de 30.000 pessoas, a maioria de descendentes de escravos negros trazidos para a Líbia nos séculos 18 e 19, mas a cidade, que apoiava Kadafi e fornecia soldados para sua causa, tinha sido esvaziada."

“Pessoas de Tawergha que buscaram segurança nos campos de refugiados foram caçadas por grupos "rebeldes", levadas embora e desapareceram, avisou a Anistia Internacional. As mulheres da cidade foram estupradas."

O jornal também descreveu em detalhes como membros da Otan atacaram sistematicamente Qaddafi e seus familiares, embora mantendo oficialmente que não eram alvo do regime, porque a ONU não tinha dado esse mandato.

Ottawa Citizen também reuniu informações que claramente sugeriram que o ex-líder líbio foi assassinado em uma execução do estilo crime de guerra e apesar disso os líderes ocidentais se regozijaram com sua morte.





Qaddafi: eterna caça dos norte-americanos

A política francesa na Líbia nos anos 1980-1990

Por: Roland Dumas
Publicado em 19Jan2012 pelo IDC



Roland Dumas, ministro das Relações Exteriores da França nos períodos 1984/1986 e 1988/1993, durante a presidência de François Miterrand, faz sua exposição, tendo ao lado a historiadora e ex-parlamentar russa Natalia Narochnitskaya, atual presidenta da Fundação Perspectiva Histórica em Moscou e também do Instituto Democracia e Cooperação, patrocinador da mesa-redonda de debates sobre "O conflito líbio e o direito internacional", realizada em sua sede em Paris em 08 de dezembro de 2011.



Senhora Presidente,

Quero lhe agradecer por ter me convidado para este magnífico lugar totalmente adequado aos assuntos como esse que nós vamos tratar hoje e me dando a oportunidade de encontrar alguns amigos de longa data assim como novas cabeças que eu descubro com prazer.

Você colocou o problema da discussão moderna do direito internacional e das organizações internacionais em todo o mundo tal como ele é. Você concentrou suas reflexões sobre um problema que você formulou em sua exposição: “a questão surge acerca da intervenção de um governo estrangeiro sobre um outro governo para fazê-lo mudar a sua política ou alterar o seu pessoal".

Isto é realmente o que temos visto nas últimas semanas e que propõe uma reflexão a todos os estudiosos do direito internacional assim como aos observadores internacionais no mundo que se transforma rapidamente. É suficiente olhar para o que aconteceu na Costa do Marfim ou na Líbia nestes últimos tempos para constatar que esse problema é de uma cruel atualidade.

Hoje, a ação na Líbia – já que focamos nossa discussão sobre o protótipo desta ação, desta novidade – tem girado em torno da Resolução 1973, a qual tem sido um grande caso. Esta resolução foi brandida longamente antes da intervenção pois já temos falado em março de 2011. A Resolução 1973 continua a ser um tema de discussão até mesmo entre os não-especialistas.

Pela minha parte, vou concentrar meu propósito em torno de algumas reflexões. Eu gostaria de dar a esta conferência um ponto de vista particular sobre o que tenho vivido ao longo dos últimos quinze anos dentro das relações franco-líbias. Não é nenhum segredo que eu consegui estabelecer relações políticas pessoais entre França e Líbia. Eu, pessoalmente, já efetuei uma boa dezena de viagens a Trípoli e ao sul da Líbia.

Mas primeiro eu gostaria de fazer um balanço da resolução 1973, pois que ela me parece inovadora. Acho que todo o mundo já compreendeu aqui que se trata de uma “embalagem” jurídica internacional. Ela tem tido como pretexto a proteção das populações civis. Nós já conhecíamos a reivindicação do direito de ingerência pelas causas humanitárias, deixando de lado os problemas de ação armada. Foi uma verdadeira inovação tanto mais que não existem nos textos da ONU. Você vai procurar em vão por todas estas disposições relativas à protecção das populações civis.

É bem evidente que a lei é feita para evoluir. Mas o que é contraditório é que a Resolução 1973 tendo tido por objetivo proteger as populações civis foi conduzida na realidade a um conflito jurídico agudo posto que ela se aplicaria a países que não assinaram o ato de ratificação e que não tem concordado com o abandono da sua soberania.

Uma outra reflexão poderia contestar a validade desta resolução: como é que esta ação protetora é transformada em uma ação de eliminação. Eu fui à Líbia no início do conflito, por ocasião dos primeiros bombardeios. Eu visitei hospitais que eram antes radiantes de limpeza e asseio. Eu vi pacientes com as duas pernas cortadas que eram motoristas de táxi, ou outros que trabalhavam em um escritório de seguros.

Dessa forma, eu tenho tido diante de mim a imagem de civis protegidos, mas bombardeados. Mas ela não estava só. Esta Resolução 1973 foi usada para cobrir a intervenção militar, porque ela era uma operação militar que bem aconteceu. Na realidade ela foi votada em condições tais que seu nascimento em si pode ser suspeito.

Eu vou relatar um fenômeno (o que parece mais importante do que tudo isso e que não me diz respeito diretamente: a legitimidade legal da Resolução 1973) que precedeu a ratificação da resolução em questão. Eu apenas farei alusão ao que tenho vivido, primeiro como um simples deputado francês, em seguida como ministro das Relações Exteriores do meu país, depois como conselheiro a serviço do presidente da República, para mostrar a vocês através destes eventos o fio vermelho (o guia, o fio condutor) que levou à essa adoção da Resolução 1973, esta última sendo apenas o chapéu que esconde o todo.

Minhas relações com a Líbia começaram desde o ano de 1983, quando eu estava no Parlamento. Eu já tinha tido algumas amizades de longa data com os argelinos. Um dia recebi um telefonema de um de meus amigos de Argel que eu tinha conhecido na época da guerra na Argélia, que me comunicou que ia vir a Paris pois ele estava encarregado de uma missão que me dizia respeito e sobretudo ao presidente Mitterrand. Eu o recebi e ele disse que estava na posse de uma mensagem enviada pelo coronel Qaddafi. Esse amigo me explicou que Qaddafi desejava ter contatos pessoais diretos com o presidente Mitterrand e eu poderia servir de intermediário.

Eu me fui portanto para o Palácio do Eliseu e informei o Presidente Mitterrand daquela iniciativa do coronel Qaddafi. Depois de ter refletido o Presidente da República me disse que esta iniciativa não era sem interesse e que se eu não estava contra ele me designava para ir encontrar com o coronel Kadafi e perguntar o que ele queria.

É assim que eu conheci pela primeira vez o coronel Qaddafi. Depois eu fiz três viagens secretas, na sequência, algumas foram peculiares, mas sempre úteis. O Presidente da República tinha colocado à minha disposição uma aeronave com piloto pessoal. Antes de empreender a quarta viagem eu estava de férias na Córsega. Eu recebi um telefonema e me disseram que o coronel Qaddafi queria me rever. Eu telefonei então para o presidente Mitterrand e me enviaram um avião com a bandeira tricolor francesa. Eu hesitei muito em tomá-lo, mas o tempo pressionando eu então o tomei para ir para a Líbia.

Evidentemente, vinte e quatro horas após o avião francês desembarcar em Trípoli esta informação tornara-se amplamente pública. Depois eu aprendi que um pequeno agente do aeroporto de Trípoli deu informações para a Embaixada Britânica. Foi uma lição para lembrar. Isso me custou censura da parte do embaixador francês na Líbia por causa dessas quatro viagens sem dar um sinal para a Embaixada da França.

Quando eu vi o coronel Qaddafi pela primeira vez, ele ocupava o Chade. Sua preocupação era de ver a concordância da República sobre a substituição do governo do Chade que ele dizia que era hostil (o governo de Hissène Habré). Depois eu descobri que o atual presidente do Chade, (Presidente Idriss Deby Into) era o objeto de sua escolha na época.

Eu fui para a Líbia com a idéia de convencê-lo da necessidade de desocupar o Chade. Nós tivemos uma discussão bastante viva, e finalmente eu tinha um acordo verbal com ele indicando que ele evacuaria suas tropas do Chade, quando ele estabeleceria relações pacíficas naquela região. Você compreende bem que essa preocupação que nós tínhamos afetava todos os países africanos. Qaddafi não era uma "criança do côro" (calmo e bem comportado)! Então deixá-lo ocupar o Chade, que era um país amigo, era ao mesmo tempo deixar pairar uma ameaça sobre os outros países da África. Eu me lembro que alguns políticos africanos foram muito turbulentos sobre a questão da conciliação do coronel Qaddafi. Por razões estratégicas e pelo fato da política internacional de amizade com os países africanos, queríamos contê-lo.

Finalmente, minhas primeiras viagens foram seguidas de algumas outras e, no cômputo final, obtivemos a evacuação do Chade pacificamente. O Presidente Mitterrand em sinal de recompensa aceitou conhecer pessoalmente o coronel Qaddafi. Este que era exatamente o objetivo de Qaddafi.

Foi muito interessante ver a quem obedecia o líder líbio. Ele admirava muito a pessoa de Gamal Abdel Nasser e da conversa que tive com Qaddafi, eu havia compreendido que Nasser lhe tinha aconselhado a manter amizade com a França. Tornou-se uma obsessão para ele, malgrado o fato de que tinha essa "bola do Chade", em direção do qual nós mesmos enviamos tropas.

Finalmente, ele evacua suas tropas do Chade e o encontro entre os chefes de Estado teve lugar. Mas ele não se desenrolou em Paris - como outros o farão, na minha opinião desajeitadamente, depois disso - mas em Creta.

Primeiro exemplo. Resolvemos este problema de forma muito inteligente.

Segundo exemplo. Quando eu era ministro no governo, por volta do ano 1985, Mitterrand disse que era necessário eu fazer uma viagem na região: ir ao Oriente Próximo e passar pelo "meu bravo amigo" – brincou ele muitas vezes – o coronel Qaddafi.

Eu quero mostrar a vocês a continuidade da ação e do pensamento dos Estados Unidos da América, nesse caso da Líbia. Em 1985-86 o embaixador dos EUA me pediu um encontro para me apresentar uma delegação do Pentágono. Eles vieram com mapas para me mostrar que o coronel Qaddafi preparava armas químicas e nucleares. Eles estavam munidos com equipamentos de monitoramento e imagens sofisticados. Eles me mostraram com muitos detalhes as usinas e as fábricas. Isto foi durante duas horas. Seu objetivo era – preparem-se! – me persuadir de que eu persuadisse por minha vez o Presidente da República a bombardear a Líbia e o coronel Qaddafi porque tornara-se perigoso para o Ocidente. Nesse momento eu estava um pouco irritado e disse ao chefe da delegação dos EUA que eu tinha levado em conta as suas preocupações e que eu iria falar com o Presidente da República. Mas antes de sair eu fiz uma pergunta: "Qaddafi é um terror, ok! Isto pode se conceber. Você quer que a gente o destrua. Mas, então, me explique porque todos os cidadãos de nacionalidade americana podem entrar sem visto no território da Líbia, para negociar e lidar com petróleo?".

Os militares dos EUA começaram a me explicar que se tratava de indivíduos, enquanto que o governo dos Estados Unidos vê em Qaddafi um diabo e contam nesse caso com a França. Eu respondi que eles contavam errado com Paris e que eu não ia dar conselhos ao Presidente da República para engajar o exército francês na África do Norte. Mas já era o segundo alerta, sendo o primeiro o de 1983.

O terceiro alerta foi muito mais específico. Passados dois anos, eu estava então ainda no governo, o barulho das botas ressoa na esquina. Pedi a Mitterrand para ir à Líbia ver o coronel Qaddafi. Eu retornei para lá e tivemos uma conversa dura, no deserto, ao anoitecer. Fiquei bastante surpreso com a atitude de Qaddafi que tinha evacuado suas tropas do Chade, mas que permanecia desde então um objeto de ameaças, imprecisas mas constantes.

Retornei para a França e Mitterrand imediatamente me questionou sobre os resultados da minha missão na Líbia porque ele recebera no dia do meu regresso da Líbia uma carta do presidente Bush (Pai) dentro da qual esse último pedido de novo de bombardear a Líbia. Depois de escutar Mitterrand, eu respondi a Washington que não era questão de bombardear o país norte Africano sob qualquer pretexto que fosse. As coisas então se acalmaram e as relações foram retomadas.

O quarto alerta – e na minha opinião o mais sintomático, porque você vai ver os estragos que ele ocasionou – se desenrolou em 1988-89, quando eu não estava mais no governo. Era um período de coabitação e o primeiro-ministro era Jacques Chirac. O Presidente da República me chama de novo porque a França torna-se novamente objeto de demanda, neste caso vinda da OTAN. A OTAN pedia permissão para sobrevoar o território do Hexágono (a França) a fim de atacar a Líbia com uma centena de aviões. Eu aconselhei o Presidente da República a recusar esse pedido, o que o chefe de Estado fez em seguida. Os americanos e a NATO ficaram furiosos porque no caso da ausência de autorização do sobrevôo, os aviões deviam fazer a volta por Gibraltar e a Espanha. Esse desvio apresentava ao menos 20 horas de atraso por causa das escalas obrigatórias e as perdas de gasolina.

Após a recusa da França as formações aéreas da OTAN passaram pelo sul de Espanha. Os otanienses chegaram em um lugar onde eles sabiam onde estava o coronel Qaddafi. Mais tarde eu visitei este lugar que foi completamente destruído. É lá que as crianças de Qaddafi foram mortas, desde então este lugar é mantido como um mausoléu que se podia até mesmo visitar há alguns meses (atrás).

Assim, em quatro ocasiões a tentativa foi feita com a França para obter o seu acordo de patrocinar a cruzada armada contra Qaddafi com a idéia de destruí-lo. Mas o que se passa hoje, quando os novos políticos chegaram ao poder na França? Refiro-me naturalmente ao Sr. Sarkozy. Por negociações diversas sobre as quais sempre não temos a verdadeira explicação – porque Gaddafi não há muito tempo foi recebido em Paris com grande pompa e com as honras militares – alguns meses depois a França votou pela Resolução 1973.

Não é possível separar o voto dessa resolução de todos os eventos que o antecederam, durante dezoito anos de política francesa, nos quais eu fui parte envolvida. O que não se passou no nosso tempo se passou com a nova Presidência da República, porque os americanos sempre mantiveram a idéia de se servir da OTAN, ao que a França resistiu durante os anos 1980-1990 (a questão da manipulação da NATO e a sua transformação permanecendo um tema a debater à parte). Por fim essa idéia triunfou. O drama principal deste triunfo não está no fato de que a França deu seu acordo para o sobrevôo de seu território e nem também porque a forças aéreas e navais participaram desta operação militar. Ele consiste de um outro fenômeno: a França foi na cabeça da intervenção na Líbia, e aqui o caso histórico é surpreendente!

Estou certo de que esta reviravolta permanecerá lembrada na história da diplomacia internacional.

É verdade que Qaddafi não era um mimo. Mas quando vemos o desenrolar atual da situação na Líbia, fazemos a pergunta "O que o futuro poderá ser, comparado ao passado? Qual vai ser a partilha de cadeiras na Líbia?"

Infelizmente, os ocidentais não fazem estas perguntas porque eles só pensam no petróleo.

No entanto, o regime de Benghazi não deu presentes à França. Hoje as concessões não tem sido dadas como à Itália. Por isso, mesmo em termos de hidrocarbonetos, a idéia de intervir na Líbia ainda assim não se justifica.

Para concluir, eu notarei que está em processo de render a alma o equilíbrio de forças que estava em vigor até que Gorbachev chegasse ao poder na Rússia e ao desmantelamento do Pacto de Varsóvia – enquanto seu homólogo ocidental, a OTAN, ainda existe!.

E o exemplo da Líbia nos mostra que hoje vivemos em um contexto internacional dos mais dolorosos e mais perigosos.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Bandidos ou revolucionários "rebeldes" da ONU?

Líbia hoje: quintal dos "bandidos-revolucionários" e da ONU

Por: Alexander Mezyaev
De: Strategic Culture Foundation, em 20/03/2012
De: Voltairenet.org, em 17/04/2012


Lynn Pascoe (à esquerda), Secretário-Geral para Assuntos Políticos, discute com membros do Conselho de Segurança, incluindo (da direita para esquerda): Susan Rice (EUA), Gerard Araud (França), Peter Wittig (Alemanha) e Mark Grant Leal (Reino Unido), antes da reunião do Conselho sobre a situação na Líbia, em 29 de fevereiro de 2012.

Pela primeira vez o Conselho de Segurança da ONU examinou os resultados da operação “Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia"-MANUL (United Nations Support Mission in Libya-UNSMIL) depois que foi criada em setembro do ano passado.

O relatório do Secretário Geral da ONU foi submetido à consideração do Conselho para convencer os seus membros de que a prorrogação das atividades da Missão era necessária. Isso é o que foi feito. O Conselho de Segurança tomou a decisão de estender o funcionamento da missão por mais um período de até 12 meses e especificou um novo mandato. Como declara, a Missão é para ajudar as autoridades líbias a definirem os requisitos e prioridades nacionais em todo o país; para promover o Estado de Direito, para monitorar e proteger os Direitos Humanos, para restabelecer a segurança pública, para combater a proliferação ilegal de todos os tipos de armas e material relacionado (mísseis superfície-ar disparados do ombro conhecidos como Sistemas Portáteis de Defesa Aérea-MANPADS são motivo de preocupação particular).

Não obstante o relatório do Secretário Geral da ONU tentasse retratar as autoridades líbias de um ponto de vista mais positivo, uma análise dos acontecimentos na Líbia não pôde ser evitada.

O novo relatório de Ban Ki-moon, contém informações sobre ações de combate das forças leais à Jamahiriya Árabe Líbia, que continuam a resistência aos ocupantes da NATO/ONU e seus colaboradores locais. A resistência ocorre nas maiores cidades: Trípoli, Bani Walid, Kufra, etc.
1 Tentando amenizar a gravidade da situação, o Secretário Geral da ONU chama as ações de combate de "escaramuças".

E não é o único absurdo no seu relatório que não clareia a compreensão sobre a situação, mas sim a torna mais complicada. Por exemplo, além das novas autoridades líbias e dos "simpatizantes do antigo regime" de repente um terceiro ator aparece – algumas "brigadas revolucionárias". Quem são eles, que áreas eles controlam, sob qual comando eles estão – o relatório não diz uma palavra sobre isso.

Mas o texto deixa claro para que esse novo ator é necessário: "as 'brigadas' revolucionárias continuam a realizar prisões de supostos partidários do antigo regime, e interrogatório, inclusive em locais que foram descobertos, bem como controlam centros de detenção conhecidos". Há "atos de graves torturas e maus-tratos perpetrados pelas brigadas, incluindo mortes sob custódia, particularmente em Trípoli, Misrata, Zintan, Gheryan".2

Agora, tudo se torna claro. As novas autoridades líbias não têm nada a ver com isso, é tudo culpa de algumas míticas "brigadas". Ainda uma outra questão brota: se as brigadas operam na própria Trípoli, o que o "governo" controla?

Ban Ki-Moon, como secretario-geral da ONU, deveria ser «o mais independente possível», mas entretanto qualificou como «catastrófico» o duplo veto da Rússia e da China contra a intervenção na Síria pelo Conselho de Segurança da ONU e propagandeou, sem verificar, os dados fantasistas e mentirosos do Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede en Londres. Na Líbia, Ban Ki-Moon garante atualmente, através da ONU, o “serviço pós-guerra da OTAN y afirma que as forças da coalizão seguiram «estritamente o marco político e jurídico estabelecido pelo Conselho de Segurança», apesar dos crimes de guerra já comprovados.

O representante especial da ONU para a Líbia Ian Martin veio da Líbia para participar na sessão do Conselho de Segurança e lançar luz sobre como está a situação no local. Seu relatório foi um não menos lastimável espetáculo. Ele também manteve que havia algumas "brigadas armadas", mas não está claro quem eram e sob qual controle elas agiam.3

O Representante Permanente da Líbia junto à ONU Abdurrahman Mohamed Shalgham foi mais claro. Ele disse diretamente que havia áreas onde o governo não conseguia estabelecer o controle. Nenhuma presença da polícia e nenhum tribunal tornam impossível para as novas autoridades serem responsáveis pelo que estava acontecendo lá. Mas de qualquer maneira Shalgham não definiu em quais partes do país aquelas áreas fora de controle do "governo" estavam situadas.

De acordo com a lei internacional quaisquer autoridades constituem um governo legal se eles controlam o território. Isso é de direito. É tacitamente reconhecido de facto que o governo deve controlar pelo menos a maior parte do país. É exatamente o que falta no caso do Conselho Nacional de Transição. Assim, os representantes têm de inventar relatórios bastante estúpidos.

As autoridades da "nova Líbia" sabem que suas cabeças podem rolar em um piscar de olhos. É por isso que o representante da Líbia na ONU disparou o alarme. Ele disse que é sabido que alguns líderes do antigo regime Qaddafi estavam tramando um golpe de Estado. "Nos últimos dias um número de células armadas foram detidas. Elas estavam conspirando para sabotar e explodir bombas em Tripoli. Agentes de Qaddafi estão enviando recursos para a Líbia para atos de sabotagem".4 Shalgham disse que havia enviado ao Conselho de Segurança e ao Tribunal Penal Internacional as cópias de conversa telefônica gravada do ex-primeiro-ministro líbio Al-Baghdadi al-Mahmoudi (que agora vive na Tunísia) pessoalmente dando instruções para iniciar atos de sabotagem.Em uma semana o atual "primeiro-ministro" líbio Abdel Rahim al-Kib dirigiu-se ao Conselho de Segurança implorando-lhe para cancelar o embargo de armas contra a Líbia.

Deixe a terra queimar sob os pés do "governo".

Para salvar o atual regime o Conselho de Segurança da ONU revogou o embargo de suprimentos de armas contra a Líbia efetivada pela cláusula 14 da Resolução N 1973, mas as cláusulas 9 e 10 da resolução 1970 (com as alterações inseridas pela Resolução 2009) continuam em vigor. Ainda assim a resistência das pessoas às recentes autoridades continua. Mas a súplica da Líbia para retornar seus recursos apreendidos pelas "democracias ocidentais" de alguma forma ficou sem resposta. A resolução apenas "instruiu" o Comitê de Sanções para supervisionar permanentemente os outros passos introduzidos pelas resoluções 1970, 1973 e 2009 concernentes apenas à Autoridade de Investimentos da Líbia e à Carteira de Investimentos Líbio-Africana. Também previa uma plausível revogação das sanções pelo Comitê mas somente quando for apropriado.5

Há uma operação especial para transferir os bandoleiros da "oposição" síria para a Líbia, conduzida sob a cobertura da Missão das Nações Unidas e de seu cabeça Ian Martin .

Uma vez que o fato se tornou conhecido6 Ian Martin tentou fazer com que pareça que não fossem militantes, mas sim "refugiados" que fugiam do regime sangrento de Bashar Assad. Mas para quem alguma vez já viu um mapa, é claro que se pode "escapar" da Síria para a Líbia apenas pela Jordânia e Israel e, em seguida, atravessando o Egito. E superar tudo isso para ter asilo garantido no país mais "livre de problemas"! Parece que essas pessoas não são refugiados, mas sim corredores de maratona.

Como se pode ver é uma outra história boba. Mas ninguém se preocupa com a autenticidade das explicações oferecidas. Desde há muito tempo as sessões do Conselho de Segurança da ONU tornaram-se exemplos de cinismo e hipocrisia, um palco mundial para propagação de mentiras para promover o apoio da opinião pública aos crimes mais sangrentos e infames.

Após a queda do Estado líbio, os mercenários muçulmentirosos da "Al-Qaeda" foram transportados para a Síria visando reeditar a mesma estratégia contra o governo de Damasco. Ante à crescente resistência síria aos bandos contratados por Hillary Obama, David Cameron, Nicolas Sarkozy, Bernard-Henri Levy e outros, torna-se agora necessário tirá-los do país e repatriá-los emergencialmente para a Líbia. Este fluxo constante de combatentes é garantido precisamente pela Missão das Nações Unidas na Líbia, dirigida por Ian Martin sob o disfarce de "Assistência aos Refugiados".

Em 9 de março, em Genebra, a Comissão Internacional de Inquérito sobre a Líbia apresentou um relatório formal na sessão do Conselho dos Direitos Humanos. O seu presidente Philippe Kirsch (ex-chefe do Tribunal Penal Internacional) disse que crimes contra a humanidade e crimes de guerra foram cometidos na Líbia. Ele disse que era necessário conduzir uma investigação adicional sobre as atividades da OTAN no país e também das circunstâncias das mortes de Muammar Qaddafi e de seu filho Mouatassim.

O representante da Rússia no Conselho de Direitos Humanos da ONU qualificou o relatório de "não equilibrado o suficiente". É uma interpretação surpreendentemente diplomática.

É fato bem conhecido e documentado que múltiplos crimes foram cometidos como resultado das operações de combate da Otan na Líbia. Pode-se recordar os bombardeios de 9 de Agosto de 2011 sobre Zlitan, que causaram a morte de mais de 80 pessoas, incluindo 30 crianças. Ou os ataques contra o centro de TV em Trípoli em julho de 2011.
Inexplicavelmente estes e muitos outros eventos (os mais significativos) de vítimas humanas sob as bombas da NATO nem sequer são mencionados no relatório da Comissão.

Não obstante o relatório contenha uma seção especial dedicada à morte de Muammar Gaddafi e seu filho Mouatassim, os advogados parecem tirar conclusões estranhas. A Comissão insiste que embora tenha feito muitos pedidos, que não recebeu qualquer relatório de autópsia, mas apenas imagens do corpo, que não permitem determinar a causa da morte. Isso possibilitou uma conclusão de que "a Comissão tem sido incapaz de confirmar a morte de Muammar Gaddafi como um homicídio ilegal."7

Os membros da Comissão, advogados proeminentes, fingem ser principiantes em questões legais que nunca viram vídeos de Qaddafi sendo humilhado, nem o testemunho de seus assassinos. O fato criticamente fundamental de que um preso foi destituído da vida passou a ser de nenhum significado jurídico para advogados experientes.

As deliberações do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação na Líbia em março deste ano e os resultados da investigação conduzida pela Comissão das Nações Unidas de inquérito sobre a Líbia testemunham que um plano para converter a Líbia em uma "zona de penumbra" da cena política mundial está em andamento.

As tentativas são realizadas para torná-la uma espécie de simbiose entre o Iraque e a Somália, um lugar de descontrolado "alastramento" de armas, livre bombeamento de petróleo e treinamento de militantes para novas revoluções.

Mas até que a resistência das forças da Jamahiriya Líbia não esteja quebrada esse plano pode ser frustrado.



Notas:
1 Relatório do Secretário-Geral sobre a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia // Documento da ONU nº S/2012/129 de 01 de março de 2012, parágrafos 9-12.
2 Idem, parágrafo 24.
3 Relatório de Ian Martin na 6728ª sessão do Conselho de Segurança da ONU em 29 de fevereiro de 2012 // Documento da ONU nº S/PV.6728, página 3.
4 Relatório de M. Shalgham, representante permanente da Líbia na ONU, na 6728ª sessão do Conselho de Segurança, em 29 de fevereiro de 2012 // Documento da ONU nº S/PV.6728, páginas 8-9.
5 Resolução nº 2040 (2012) do Conselho de Segurança da ONU, 12 de março de 2012, item nº 9.
6 Por exemplo, o Sr. Vitaly I. Churkin, Representante Permanente da Federação Russa na ONU, disse na sessão do Conselho de Segurança em 7 de março: "
Em segundo lugar, temos manifestado preocupação com relação à proliferação descontrolada de armas líbias na região. Entretanto, não são apenas armas que estão indo para o exterior. Há informações de que há um centro de treinamento especial na Líbia, apoiado pelas autoridades, para os assim chamados sírios revolucionários. Seus cadetes estão sendo enviados para a Síria para atacar o Governo legítimo. Isso é totalmente inaceitável por quaisquer pretextos legítimos. Esta ação está solapando a estabilidade no Oriente Médio.". (Documento da ONU nº S/PV.6731, página 8).
7 Relatório da Comissão Internacional de Inquérito sobre a Líbia // Documento da ONU nº A/HRC/19/68, parágrafos 33-34.


Documentos produzidos pela ONU tentando justificar e legitimar suas ações de invasão, bombardeio, genocídio e destruição da Líbia e a instalação do governo-títere e do caos naquele ex-país soberano e independente, belo, pacífico e próspero:

Documento S/PV.6728: reunião do Conselho de Segurança da ONU, realizada em 29/Fev/2012, com relatos sobre a situação atual na Líbia por Ian Martin (Representante Especial do Secretário-Geral da ONU e Chefe da Missão de Apoio da ONU na Líbia) e também por Abdurrahman Mohamed Shalgham (Representante Permanente da Líbia na ONU).
Versões em inglês e espanhol.

Documento S/2012/129, de 01/Mar/2012, do Conselho de Segurança da ONU: Relatório do Secretário-Geral da ONU sobre a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia
Versões em inglês e espanhol.

Documento S/PV.6731, de 07/Mar/2012, do Conselho de Segurança da ONU, relata a 6731ª sessão do Conselho onde foi apresentado e discutido o Relatório do Secretário-Geral da ONU sobre a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (S/2012/129) e a situação atual naquele país.
Versões em inglês e espanhol.

Documento A/HRC/19/68, de 08/Mar/2012, do Conselho de Direitos Humanos da ONU: relatório da Comissão Internacional de Inquérito na Líbia
Versão em inglês.doc e inglês.pdf.

Anexo IV do documento A/HRC/19/68, de 08/Mar/2012, do Conselho de Direitos Humanos da ONU: Imagens de satélite e o conflito na Líbia.
Versão em inglês.pdf

Documento S/RES/2040 (2012), de 12/Mar/12, do Conselho de Segurança da ONU, relata a 6733ª sessão do Conselho, que institui a Resolução 2040 (2012) prorrogando o mandato da UNSMIL por mais um ano, suspendendo o embargo de armas ao governo líbio, liberando alguma parte dos US$bilhões em ativos da Líbia congelados...
Versões em inglês e espanhol.



terça-feira, 17 de abril de 2012

Veja como o World Trade Center 7 foi implodido


Os Fatos Sobre o World Trade Center 7

Por Rayn
Publicado originalmente em 08Janeiro2007 no acidrayn.com


Em 11 de setembro de 2001, às 17:20hs, o World Trade Center 7, um edifício de 47 andares e 174 metros de altura, sofrendo um incêndio com chamas esparsas, irregulares e difusas e um talho em seu canto sudoeste mais baixo, despencou de sua posição de 81 colunas reforçadas com aço vertical no céu a uma velocidade de quase queda-livre, com simetria e sem praticamente nenhuma resistência dos pavimentos ainda intactos, estruturalmente ligados à coluna e abaixo das chamas de incêndio internas dispersas e difusas, sem evidência de que QUALQUER parte de QUALQUER das 81 colunas de aço verticais tenha permanecido de pé, ao mesmo tempo caindo perfeitamente sobre a área de sua própria planta no chão.

Aqui estão três fotos do WTC antes de 11 de setembro de 2001:
Entrada principal do WTC7, como podia ser vista a partir da Rua Vesey.

O World Trade Center 7, como podia ser visto a partir do topo do World Trade Center 2.

Perfil do edifício WTC 7, como podia ser visto do lado oriental.

O World Trade Center 7 nunca foi atingido por um avião.
Sua queda recebeu pouca atenção da mídia, ou mesmo dos muitos funcionários incumbidos com a tarefa de descobrir o que aconteceu. De acordo com o relatório oficialmente endossado da Agência Federal de Gestão de Emergência (Federal Emergency Management Agency-FEMA) do Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland Security-DHS), intitulado "Estudo do Desempenho do Edifício World Trade Center: Coleta de Dados, Observações Preliminares e Recomendações", e publicado em maio de 2002, destroços em chamas das Torres Gêmeas causaram incêndios em vários andares do edifício – possivelmente acendendo tanques de combustível no subsolo e finalmente conduzindo ao seu colapso. No entanto, a FEMA não fez nenhuma tentativa para esclarecer que a sua hipótese não tinha em absoluto quaisquer dados reais para apoiá-la. Eles não chegaram a conclusões finais – escolhendo, em vez disso, requerer uma análise mais extensa e completa, a fim de descobrir por que o Edifício 7, aparentemente, “implodiu”. "As especificidades dos incêndios no WTC 7 e como eles fizeram o edifício desmoronar permanecem desconhecidas neste momento. Embora o combustível diesel total mencionado contivesse energia potencial enorme, a melhor hipótese tem apenas uma BAIXA PROBABILIDADE de ocorrência. Mais pesquisas, investigação e análises são necessárias para resolver essa questão" (FEMA, Estudo do Desempenho do Edifício World Trade Center, Maio/2002, capítulo 5.7). O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (National Institute of Standards and Technology - NIST) do Departamento de Comércio dos EUA (Department of Commerce - DOC) publicou o NCSTAR 1: Investigação Federal de Construção e Segurança contra Incêndio do Desastre do World Trade Center - Relatório Final sobre o Colapso das Torres do World Trade Center, mas tem ainda deixado de fora um relatório conclusivo sobre WTC7. Em uma entrevista a uma revista de New York, em março de 2006, o Dr. S. Shyam Sunder, investigador líder do desastre do WTC no NIST, disse, do World Trade Center 7: "Estamos estudando o movimento horizontal de leste a oeste, interno à estrutura, no quinto para o sétimo andares... Mas sinceramente, eu realmente não sei. Tivemos problemas para obter uma maçaneta do Edifício nº 7".

*Suspiro* Embora a falta de uma conclusão sólida sobre o que fez o WTC7 "colapsar" seja mantida tanto pelo relatório do FEMA quanto pela falta de um relatório do NIST, este fato está sendo ativamente ignorado por aqueles que diriam que esses relatórios estão completos e que a investigação sobre 9/11 está, portanto, encerrada. Pessoas boas estão sendo atacadas pelos defensores da história oficial por simplesmente seguirem a recomendação do relatório FEMA e tentarem promover pesquisas, investigar e analisar os eventos que cercam a queda do WTC 7.


Aqui está uma foto do relatório FEMA (figura 1-4) ilustrando o layout do Complexo World Trade Center antes de 9/11/01:
Tome nota da localização do Edifício 7 do World Trade Center em relação às Torres Gêmeas, World Trade Centers 4, 5 e 6, à Igreja Ortodoxa Grega São Nicolau, ao Edifício Verizon, à direção dos impactos do vôo 11 e 175 e à localização dos posteriormente espalhados destroços de avião. Dados todos esses fatores, O WORLD TRADE CENTER 7 NÃO SE DESTACA COMO ESTANDO EM QUALQUER MAIOR PERIGO DE TOTAL DESTRUIÇÃO DO QUE QUALQUER DOS OUTROS EDIFÍCIOS que são na verdade diretamente limítrofes das Torres Gêmeas, e muito menos que só ele iria “colapsar” quase simetricamente sobre sua própria planta na velocidade próxima à queda livre.

Aqui está outra imagem do relatório FEMA (figura 1-7):
Note-se que o raio das zonas de impacto de detritos para a queda das Torres Gêmeas indica que WTC 3, 4, 5, 6, WFC 2, o Edifício do Bankers Trust e o 90 West St. estão em maior perigo de receber danos.

Retirada do relatório do FEMA (figura 5-14), esta foto ilustra a localização de WTC7 em relação à nuvem de poeira de alta energia que surgiu após a queda do WTC 1:
Legenda da FEMA ao lado da imagem diz: "Observe-se que as duas coberturas mecânicas do WTC7 estão intactas." Além disso, note-se que há uma completa falta de detritos sobre o telhado da WTC7. Finalmente, note-se que os WTC 5 e 6 não são visíveis. Eles foram completamente envoltos em poeira e detritos.

Aqui estão algumas fotos exibindo a face leste do WTC 7 ainda de pé após a queda das Torres Gêmeas:
A porção inferior da face leste do WTC 7, como pode ser vista a partir da esquina das ruas Barclay Street e West Broadway. Há um incêndio no 12 º andar que se estende por sete a oito janelas.

Um close-up da porção inferior da face leste do WTC 7 com um incêndio no 12 º andar

Outra vista de grande ângulo da face oriental do WTC 7 no fogo.

A área de foco nas fotos acima é a face oriental do WTC 7. Há um fogo isolado no 12 º andar. Observe que há fumaça colorida escura emanando da linha de janelas. Isso indica que estamos vendo fogos de chamas difusas. Os fogos de chama difusa queimam o mais fresco de todos os incêndios e representam pouca ameaça à estrutura de uma construção de armação de aço e núcleo de aço.

Aqui está uma foto mostrando a maior parte da face norte do WTC7 após a queda das Torres Gêmeas:
Observe que, embora existam pequenos, isolados incêndios nos andares 7 º e 12 º, o resto da face norte do edifício está completamente intacto, incluindo quase todas as janelas.

Aqui está uma foto aérea mostrando a face oeste do WTC 7, após a queda das Torres Gêmeas:
Esta foto, mostrando a face oeste do WTC 7, é destaque na "Resposta NIST para o Desastre do World Trade Center: Parte IIC – o Colapso do WTC7" de 05 de abril de 2005 (pág. 16). Observe o estrago no canto sudoeste do edifício, bem como a quantidade de janelas quebradas na parede oeste.

Aqui estão algumas fotos mostrando a face sul do WTC 7:
Nesta foto do relatório FEMA (figura 5-17), observa-se que a fumaça escura é proveniente de uma série de janelas na face sul do WTC7, obscurecendo a extensão do fogo e/ou dos fragmentos dos danos sofridos. Curiosamente, enquanto a fumaça parece ser proveniente da face sul de praticamente todos os escritórios à vista do canto sudoeste, apenas algumas janelas na face oeste dos escritórios do mesmo canto estão emitindo alguma fumaça.

Aqui está uma foto mostrando os World Trade Centers 5, 6 e 7:
Observa-se que a fumaça escura é proveniente de uma série de janelas na face sul do WTC7. Além disso, nota-se que enquanto a fumaça está emanando da face sul da maioria dos escritórios de canto sudoeste, apenas umas poucas janelas da face oeste dos escritórios do mesmo canto estão emitindo fumaça. Finalmente, nota-se que há fumaça escura crescendo do WTC5 e WTC6, que estão no primeiro plano da foto, aos pés do WTC7. O WTC6 (à esquerda) está sendo pulverizado com água por bombeiros na cena.

Outra foto mostrando os edifícios World Trade Center 5, 6 e 7:
Observe-se o fato de que há pelo menos três fontes que contribuem para a grande nuvem de fumaça que é persistente entre os edifícios nesta foto: a fumaça que emana da face sul do WTC7 bem como as que provém dos incêndios no WTC5 e WTC6. Também nota-se o fato de que a fumaça está crescendo do telhado do WTC6 e que está sendo pulverizada com água pelos bombeiros no local.

A terceira foto exibindo World Trade Centers 5, 6 e 7:
A porção inferior da parede leste de WTC 7, como vista a partir da esquina das ruas Barclay Street e West Broadway. No fundo, WTC5 (esquerda) e WTC6 (direita) estão em chamas e soltando fumaça.

Esta foto do relatório FEMA (figura 4-13) mostra o WTC5 em chamas:
Nota-se que o WTC5 parece estar totalmente envolvido em fogo. Também se nota que as ondas de fumaça saem de uma série de janelas, bem como de todo o telhado. Este dano observado NÃO RESULTA em um colapso estrutural de todo o edifício.

Aqui está uma foto mostrando World Trade Center 6 (com WTC7 no fundo, à esquerda):
Nota-se que o WTC6 está em chamas e está sendo pulverizado com água pelo Corpo de Bombeiros de NY, enquanto uma grande nuvem de fumaça emana de seu telhado.

Aqui está uma foto aérea do relatório FEMA (figura 5-26) ilustrando o Marco Zero depois da queda do WTC 1, 2 e 7:
Note que o WTC7 parece ter sido ESCOLHIDO para a destruição completa. WTC5 e WTC6 estão ambos diretamente fronteiriços com as Torres Gêmeas, e ambos são abaixo de 10 andares de altura. Esses fatores os tornam muito mais suscetíveis a danos por queda de destroços do que o World Trade Center 7.

A empresa que o governo contratou para limpar o Marco Zero, Demolições Controladas, Inc., determinou que World Trade Centers 5 e 6 foram irreversivelmente danificados. Nos meses seguintes a 11/09/2001, ambos os edifícios foram "puxados" para baixo com cabos.

Aqui está uma fotografia aérea do World Trade Center 7, tirada poucos dias depois de 11/09/2001:
Nota-se como as quatro paredes externas do WTC7 tem quase caído/dobrado para dentro e no topo do resto da pilha de ruínas sem danificar significativamente qualquer dos edifícios adjacentes.

Aqui estão algumas fotos do World Trade Center 7, tirada poucos dias depois de 9/11/01:

A única forma conhecida para alcançar esses resultados físicos em um edifício de estrutura de aço é por meio de demolição controlada. Este procedimento computadorizado, altamente complicado, de intrincada cronometragem, envolve rápido e simultâneo rompimento de todas as colunas de aço verticais que sustentam um edifício em pé, com cargas explosivas de corte estrategicamente colocadas, em seções de pavimento por pavimento, sequencialmente de baixo para cima, e imediatamente em seguida aniquilar a fundação do edifício com força explosiva. Uma vez que o edifício começa a cair no vazio recém-criado, explosivos estrategicamente colocados são detonados, andar por andar, novamente a partir de cima para baixo, correspondendo à velocidade da gravidade, de modo a deslocar as já rompidas colunas de aço verticais, enquanto simultaneamente pulveriza os pisos e reforços de concreto que avançam e entram para o vazio. O resultado final deste método é claro: uma pilha arrumada, em ordem, do edifício.


Aqui está uma foto do Edifício Key Bank, em Salt Lake City, Utah:
O Bank Building Key, um edifício de 20 andares de estrutura de núcleo de aço, foi demolido com explosivos em 18 de agosto de 2007.

Aqui está uma foto do recém-demolido Edifício Key Bank:
Note-se a presença de uma nuvem de pó de alta energia quando o edifício é implodido.

Aqui está uma foto mostrando as sobras/resíduos do Edifício Key Banco:
Observe que a parede externa direita permanece em grandes peças intactas, e caiu para dentro e na direção da pilha global.

Com as fotos acima em mente, aqui está o exemplo real de um edifício na Índia que sofreu um "colapso/panqueca":
Observa-se como o colapso e destruição de cada andar, um por um, de cima para baixo, se estendeu inteiramente até às paredes externas da estrutura, deixando-as prensadas, também. Além disso, nota-se que este edifício não foi erigido usando aço estrutural, mas sim barras de aço e concreto, que é muito, muito mais fraco em comparação, e não deixaria esqueleto de aço para trás.

Aqui está uma foto do Edifício Windsor em Madri, Espanha:
O Edifício Windsor era um edifício de 29 andares de estrutura de concreto armado reforçado com aço que pegou fogo na noite de 12 de fevereiro de 2005. As chamas arderam por mais de 24 horas antes que finalmente se extinguissem.

Aqui estão duas fotos do Edifício Windsor engolfado pelo fogo:
O fogo começou no 21 º andar, e rapidamente se espalhou por todo o edifício, atingindo até o 4 º andar, e inteiramente até o telhado.

Note que esta estrutura NÃO foi erigida com aço estrutural, mas sim concreto reforçado com aço, tornando a construção de estrutura significativamente mais fraca, em comparação com o World Trade Center 7.

Aqui estão algumas fotos mostrando o rescaldo do incêndio do Edifício Windsor e a extensão dos danos à estrutura: