quinta-feira, 8 de março de 2012

A manipulação das ONGs

ONGs: as Missionárias da Império
Por Devon DB
Do The Progressive Playbook, em 02 de março de 2012


As Organizações não-governamentais (ONGs) podem ser encontradas em todo o mundo hoje. Do setor privado, ONGs médicas como a Médicos Sem Fronteiras, às ONGs dirigidas pela ONU, como a UNICEF, organizações não-governamentais são uma parte cada vez mais importante do século XXI e ajudam os estados no cumprimento de tarefas tais como alimentar as pessoas, garantir que o meio ambiente esteja sendo cuidado e defender a igualdade social. No entanto, há um lado escuro das ONGs. Elas foram e estão sendo utilizadas como instrumentos de política externa, especificamente pelos Estados Unidos. Em vez de usar a força puramente militar, os EUA agora passaram a usar e manipular as ONGs como ferramentas na implementação de sua política externa, especificamente a National Endowment for Democracy (Fundo Nacional para a Democracia), a Freedom House (Casa da Liberdade) e a Amnesty International (Anistia Internacional).

A National Endowment for Democracy (Fundo Nacional para a Democracia)
De acordo com seu sítio na Internet, a National Endowment for Democracy (NED) é "uma fundação privada sem fins lucrativos dedicada ao crescimento e fortalecimento das instituições democráticas ao redor do mundo" [1], contudo esta descrição de doce sonoridade está realmente muito longe da verdade.

A história da NED começa imediatamente após a administração Reagan. Devido às grandes revelações sobre a CIA na década de 1970, especificamente, que ela estava envolvida em tentativas de assassinato de chefes de Estado, na desestabilização de governos estrangeiros, e estava ilegalmente espionando os cidadãos dos EUA, a sua imagem e a do governo dos EUA como um todo ficaram manchadas. Embora muitas comissões fossem criadas durante esse tempo para investigar a CIA, a Comissão Church (liderada por Frank Church, um democrata de Idaho) foi de fundamental importância quando as suas conclusões "demonstraram a necessidade de vigilância permanente da comunidade de inteligência e resultou na criação da permanente Comissão Especial de Inteligência" [2]. O propósito da Comissão Especial de Inteligência era supervisionar as atividades de inteligência federal e, enquanto vieram a supervisão e estabilidade, parecia sinalizar que a “festa” da CIA de planos de assassinatos e golpes tinha acabado. No entanto, isto estava continuando, mas de uma maneira nova: sob o disfarce de uma nociva ONG cujo objetivo era promover a democracia em todo o mundo, a National Endowment for Democracy.

A NED foi concebida para ser uma ferramenta de política externa dos EUA desde o início. Foi fruto da imaginação de Allen Weinstein, que, antes de criá-la, foi professor nas Universidades de Brown e de Georgetown, havia servido no quadro editorial do Washington Post e foi editor executivo do The Quarterly Washington no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais de Georgetown, um grupo de reflexão neoconservador de direita que no futuro teria ligações com os estrategistas imperialistas, como Henry Kissinger e Zbigniew Brzezinski [3]. Ele declarou em uma entrevista de 1991 que "Muito do que fazemos hoje era feito de forma encoberta há 25 anos pela CIA" [4]. O primeiro diretor da Fundação, Carl Gershman, diretamente admitiu que a NED era uma fachada para a CIA. Em 1986, ele declarou:

Não deveríamos ter que fazer esse tipo de trabalho de forma encoberta. Seria terrível para os grupos democráticos ao redor do mundo serem vistos como subsidiados pela CIA. Vimos isso nos anos 60, e é por isso que ele foi interrompido. Nós não temos tido a capacidade de fazer isso, e é por isso que a NED foi criada.” [5] (grifo nosso)
Pode ser ainda observado que a NED é uma ferramenta do governo dos EUA quando desde a sua fundação em 1983, ela "recebeu uma dotação anual aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos como parte do orçamento da Agência de Informação dos Estados Unidos". [6]

Não antes da fundação da NED começou o financiamento de grupos que apoiam os interesses dos EUA. De 1983 a 1984, a NED foi ativa na França e "apoiou uma organização tipo sindical, para professores e alunos contra "organizações de esquerda de professores" [7], através do financiamento de seminários, cartazes, livros e panfletos que encorajavam oposição ao pensamento de esquerda. Em meados e no fim dos anos 1990, a NED continuou sua luta contra o trabalho organizado, dando mais de US$ 2,5 milhões para o Instituto Americano de Desenvolvimento do Trabalho Livre que era uma fachada da CIA usada para minar os sindicatos progressistas.

Mais tarde, a NED tornou-se envolvida em interferir nas eleições na Venezuela e no Haiti, a fim de debilitar os movimentos de esquerda lá. A NED é e continua a ser uma fonte de instabilidade em países do globo que não se ajoelham diante do poder imperial dos EUA. Além dos fundos da NED uma outra pseudo-ONG: Freedom House (Casa da Liberdade).

A Freedom House(Casa da Liberdade)
A Freedom House foi fundada originalmente em 1941 como uma organização pró-democracia e pró-direitos humanos. Embora isso possa ter sido verdade no passado, nos dias de hoje, a Freedom House está totalmente envolvida em impulsionar os interesses dos EUA na política global e seus líderes têm ligações com as mais repugnantes organizações, como o atual diretor executivo David Kramer que é conselheiro superior do Projeto para o Novo Século Americano, organização com muitos membros responsáveis pelo atual estado belicista dos EUA. [8]

Durante sua administração o presidente Bush usou a Freedom House para apoiar a chamada Guerra ao Terror. Em um discurso de 29 de março de 2006, Bush afirmou que a Freedom House "declarou que o ano de 2005 foi um dos anos de maior sucesso para a liberdade uma vez que a Freedom House começou a medir a liberdade no mundo há mais de 30 anos atrás" e que os EUA não devem descansar "até que a promessa de liberdade chegue a todos os povos e todas as nações", porque "Neste novo século, o avanço da liberdade é um elemento vital de nossa estratégia para proteger o povo americano, e para garantir a paz para as gerações vindouras". [9]

Mais tarde, foi revelado que a Freedom House tornou-se mais e mais sustentadora das políticas da administração Bush por causa do financiamento que estava recebendo do governo dos EUA. De acordo com o seu próprio relatório interno em 2007, o governo dos EUA estava fornecendo cerca de 66% do financiamento para a organização. [10] Este financiamento veio principalmente da USAID (Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional), do Departamento de Estado dos EUA, e do Fundo Nacional para a Democracia (National Endowment for Democracy). Assim, vemos não apenas a conexão política da Freedom House com o governo dos EUA, mas importantes conexões financeiras também.

Deve-se notar, no entanto, que a Freedom House não estava sozinha no apoio ao governo. Sob a administração Bush, o governo dos EUA forçou as ONGs a se tornarem mais submissas às suas exigências. Em 2003, o administrador da USAID, Andrew Natsios afirmou em um discurso proferido em uma conferência de ONGs que no Afeganistão a relação entre as ONGs e a USAID tem influência na sobrevivência do regime de Karzai e que os afegãos "acreditam que [suas vidas] estão melhorando, através de mecanismos que não têm nada a ver com o governo dos EUA e nada a ver com o governo central. Isso é um problema muito sério.” [11] Sobre a situação no Iraque, Natsios afirmou que quando se trata de trabalho das ONGs no país, "provar resultados conta, mas mostrar a relação entre esses resultados e a política dos EUA também conta". [12] (grifo nosso) As ONGs foram essencialmente ditas serem ferramentas do governo dos EUA e foram sendo feitas parte do aparato imperial.

Mais recentemente, a Freedom House foi ativa na Primavera Árabe, onde eles ajudaram na formação e financiamento de grupos da sociedade civil e indivíduos, "incluindo o Movimento Juvenil 6 de Abril no Egito, o Centro de Bahrein para os Direitos Humanos e ativistas de base, como Entsar Qadhi, um jovem líder no Iêmen". [13]

Embora a NED e a Freedom House estejam sendo utilizadas como instrumentos de política externa dos EUA isto não significa que o governo dos EUA não esteja à procura de novos instrumentos, nomeadamente da Anistia Internacional.

A Amnesty International (Anistia Internacional)
A organização de direitos humanos Anistia Internacional é a mais nova ferramenta na caixa de ferramentas imperial do Império Americano. Em janeiro de 2012, Suzanne Nossel foi nomeada a nova Diretora Executiva da Anistia Internacional pelo próprio grupo. Antes de vir para a Anistia, Nossel já tinha profundas ligações com o governo dos EUA quando ela "serviu como Secretária Adjunta para as Organizações Internacionais do Departamento de Estado dos EUA". [14]

Nossel é conhecida por cunhar “poder esperto”, o termo que ela definiu como saber que "os interesses dos EUA são favorecidos/estimulados angariando/recrutando/alistando outros em nome de objetivos dos EEUU, através de alianças, instituições internacionais, diplomacia cuidadosa, e o poder dos ideais". [15] Embora esta definição possa parecer inofensiva, 'poder esperto' parece ser uma versão melhorada do "poder suave" de Joseph Nye, que por sua vez é definida como "a habilidade de obter resultados desejados através da atração em vez de usar as cenouras e cacetes de pagamento ou coerção". [15] Um exemplo possível deste “poder esperto" é a guerra na Líbia, onde os EUA usaram a ONU como um meio de obter permissão para participar de "intervenção humanitária".

No entanto, mesmo antes de Nossel ser nomeada para a Anistia, o grupo estava involuntariamente ajudando na guerra da mídia contra a Síria. Em uma entrevista de 01 de setembro de 2011 ao Democracy Now, Neil Sammonds, o pesquisador e um dos autores para a Anistia do relatório Detenção Mortal: Mortes em Custódia No Meio do Protesto Popular na Síria, falou sobre a maneira pela qual a pesquisa foi feita para o relatório. Ele declarou:

"Eu não fui à Síria. A Anistia Internacional não tinha sido autorizada a entrar no país durante esses eventos, embora tenhamos solicitado. Assim, a pesquisa para este relatório foi feita principalmente a partir de Londres, mas também de algum trabalho em países vizinhos e através de comunicações com uma grande rede de contatos e parentes das famílias, e, você sabe, de outras fontes.[16] (grifo nosso)
Como alguém pode escrever um relatório com qualquer quantidade de autoridade se suas únicas fontes são apenas fontes de segunda mão que podem ou não podem ter um viés ou uma agenda para impulsionar? Como você pode escrever um relatório usando fontes cuja informação não tem como ser verificada? É uma reminiscência da Guerra da Mídia contra Qaddafi, onde foi relatado na Grande Mídia que ele estava bombardeando o seu próprio povo e tinha dado Viagra a seus soldados para que eles pudessem estuprar as mulheres, mas absolutamente nada disso foi verificado.

Enbora as ONGs possam ter uma influência positiva na sociedade em geral, é preciso ter consciência de suas origens, quem é responsável por elas, e de quem elas estão recebendo financiamento, porque a natureza da ONG está mudando, está sendo cada vez mais integrada no aparelho imperial de dominação e exploração. As ONGs estão se tornando rapidamente as missionárias do império.

Notas
1
http://www.ned.org/about
2
http://www.senate.gov/artandhistory/history/minute/Church_Committee_Created.htm
3
http://www.rightweb.irc-online.org/articles/display/Center_for_Strategic_and_International_Studies#P3782_823232
4
William Blum, Rogue State: A Guide to the World’s Only Superpower, 3rd ed. (Monroe, ME: Common Courage Press, 2005) pg 239
5
Ibid, pg 239
6
http://law.justia.com/cfr/title22/22-1.0.1.7.42.html
7
Blum, pg 240
8
http://web.archive.org/web/20110630143054/http://freedomhouse.org/template.cfm?page=92&staff=450
9
http://transcripts.cnn.com/TRANSCRIPTS/0603/29/se.01.html
10
http://web.archive.org/web/20100331104836/http://www.freedomhouse.org/uploads/special_report/71.pdf
11
http://www.usaid.gov/press/speeches/2003/sp030521.html
12
Ibid
13
http://www.nytimes.com/2011/04/15/world/15aid.html?pagewanted=all
14
http://www.democracyarsenal.org/SmartPowerFA.pdf
15
http://www.huffingtonpost.com/joseph-nye/barack-obama-and-soft-pow_b_106717.html
16
http://www.democracynow.org/2011/9/1/amnesty_international_decries_assad_regimes_brutal


segunda-feira, 5 de março de 2012

Aniquilar a Jamahiriya Socialista Líbia

Reflexões
A "Jamahiriya" versus a "Mudança de Regime": um Movimento de contestação ou uma Rede de contestadores?
Por: Julien Teil
Do: The Humanitarian War


A estratégia de “mudança de regime” – aparece de maneira evidente como um componente indispensável essencial da guerra conduzida pela Otan na Líbia.
O apoio popular do qual se beneficia o regime da Jamahiriya Árabe Líbia provém em grande parte dos benefícios econômicos e sociais que promove assim como do sistema tribal para o qual a redistribuição da riqueza do petróleo era uma garantia de unidade nacional.
Tratava-se portanto de uma sociedade pensada como orgânica e cujos sujeitos ou cidadãos deviam solidarizar-se, corporizar-se com este "governo das massas" (tradução de Jamahiriya).
A fim de implodir a Líbia, a realidade deste sistema político foi deliberadamente escurecida pelos meios de comunicação ocidentais e entre os líbios "insurgentes".


Aprenda com a Líbia.

A Jamahiriya poderia ter sido apresentada de maneira honesta pelos especialistas, sociólogos e jornalistas durante o conflito que começou no final de fevereiro na Líbia. Mas acontece que os benefícios de sua estrutura assim como a sua eficiência econômica permitiu não apenas a manutenção da Líbia no ranking entre os mais poderosos fundos de riqueza soberana (a Líbia era o 12º maior), mas também o seu apoio para o desenvolvimento da África. Ora, é precisamente este último ponto que os poderes reunidos na NATO viram com maus olhos pois constituía um grande concorrente na África, terra de conquista para o Ocidente desde há séculos.
Leia o original
Desde 2008, o Congressional Research Service (Centro de Pesquisa do Congresso dos EUA) emite algumas reservas sobre as intenções apresentadas pela Jamahiriya. Além de uma simples crítica, estes comentários anunciaram já uma forma de ingerência que pretendia utilizar os grupos de oposição interna na Líbia para derrubar o regime de Muammar Gaddafi. A primeira coisa que foi criticada contra essa organização política foi seu fundamento mesmo e definido pelo Serviço de Pesquisa Congressional como "A autoridade do povo". Por outro lado as "propostas para a dissolução dos ministérios de estado e para a distribuição de renda”, perfeitamente socialistas, foi apresentado como questionável.

Os trunfos internos da mudança de regime.
No mesmo documento, publicado pela primeira vez em 2008 e em seguida atualizado em 25 de fevereiro de 2011 - o dia do lançamento da estratégia diplomática contra a Jamahiriya Líbia no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas pelo tríptico UN Watch (Vigia da ONU, uma ONG filiada ao Comitê Judaico Americano), Liga Líbia dos Direitos Humanos e National Endowment for Democracy (Fundo Nacional para a Democracia, uma organização criada e financiada pelo Congresso dos EEUU) – são apresentados os grupos de oposição interna na Líbia: de um lado os Exilados e de outro a Irmandade Muçulmana (Muslim Brotherhood) e o LIFG (Grupo Islâmico Combatente da Líbia). Mas os representantes dessas três entidades, através da National Endowment for Democracy já são aliados do Departamento de Estado dos EUA.
Leia o original
No entanto, no documento do Congressional Research Service publicado em 2008, o Grupo de Combate Islâmico da Líbia é designado como um grupo terrorista desde dezembro de 2004, os ativos do ramo EUA foram congelados pelo Decreto Presidencial 13224 em setembro de 2001. Além disso, para o Departamento de Estado dos EUA e numerosos  especialistas, as ligações entre a Al Qaeda e o Grupo Islâmico Combatente da Líbia estão além de qualquer dúvida. É no entanto particularmente nos representantes desta organização que os países membros da OTAN vão se apoiar para sustentar a mudança de regime na Líbia em nome do "crescimento e desenvolvimento das instituições democráticas no mundo”, mandato oficial da NED (National Endowment for Democracy).

A liquidação da Jamahiriya.
A Jamahiriya Árabe Líbia era, portanto, um regime socialista que excluía as várias formas de extremismo. Este projeto socialista ambicionava uma redistribuição de riqueza à qual alguns membros do regime ferozmente se opunham. Em primeiro lugar Mahmoud Jibril, que havia sido nomeado por Saif al-Islam Qaddafi para modernizar e abrir a economia líbia à internacional. Mas Mahmoud Jibril já havia, antes dos acontecimentos de fevereiro, se encontrado com Bernard Henri-Levy várias vezes para desenvolver o projeto de formação do Conselho Nacional de Transição. Além disso, durante as discussões com ex-funcionários de Mahmoud Jibril, eles nos haviam expressado a opinião dele quanto ao projeto de redistribuição das riquezas e da dissolução dos ministérios: para ele, esse projeto era "louco". Na verdade, ele não acreditava de forma alguma na capacidade do povo líbio de dispor de tais "privilégios" e, portanto, de determinar seu próprio destino.
Conferência Nacional da Oposição Líbia - Junho de 2005 - Londres
Ao contrário de outros membros do Conselho Nacional de Transição, Jibril não estava presente em Junho de 1994 na conferência Líbia pós-Kadafi da CSIS (Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais) nem na da Conferência Nacional da Oposição Líbia realizada em Londres em 2005 e que formalizou a criação oficiosa do CNT. Ele era então um recém-chegado no processo de federação de uma rede de manifestantes protestadores já iniciada em 1994. Mas seu papel não foi menos importante, uma vez que contribuiu de maneira eficaz para o reconhecimento de um governo ilegítimo pelas instituições internacionais.
O assim chamado "movimento de protesto" líbio é portanto na realidade uma rede de manifestantes que encontrou apoio considerável entre os países da coligação da Aliança. Esta rede, além de ser assessorada pela NATO, também seguiu as instruções fornecidas pela Aliança para implodir a Jamahiriya Árabe Líbia. Uma implosão cujo método era destruir todos os ganhos econômicos e sociais da sociedade orgânica, a fim de destruir a identidade cultural. Esta identidade, indestrutível, baseia-se em grande parte do sistema tribal, em si uma garantia da unidade nacional.
Não é, portanto, surpreendente ter visto o CNT e seus aliados ocidentais insistirem sobre a característica não-tribal da "Nova Líbia" (ver abaixo).

Bernard-Henri Lévy entre os "rebeldes" na Líbia com um slogan em segundo plano (veja abaixo)
Slogan de propaganda dos "Rebeldes": "Nenhum sistema tribal mais. Nós somos uma grande tribo."



domingo, 4 de março de 2012

"Mercenários de Qaddafi": outra mentira

"Os mercenários de Qaddafi", outra escandalosa mentira espalhada pelas ONGs de Direitos Humanos em conluio com a Grande Mídia político-empresarial internacional para forçar a invasão e o massacre da Líbia.
Do: The Humanitarian War

Desde a intervenção da Otan em Kosovo, a suposta necessidade de desencadear a guerra para proteger a população civil mudou para uma Resolução das Nações Unidas, a R2P (Responsabilidade de Proteger), que estabelece um quadro jurídico em flagrante contradição com a natureza original do Direito Internacional previsto na criação da Organização das Nações Unidas.
Este filme tem como objetivo demonstrar o absurdo desta Resolução.
Para isso, apresenta-se como um apelo ao respeito à soberania e ao direito internacional, mas almeja também abordar aspectos destrutivos e insidiosos da guerra na Líbia e de certas vertentes da ação humanitária.
Trata-se, portanto, também, de um trabalho de investigação sobre as verdadeiras causas daquela guerra e sobre o papel das ONGs que apoiaram a intervenção da OTAN.


A Guerra Humanitária” é um filme rodado principalmente na Líbia durante os meses de julho e agosto de 2011, fruto do trabalho de Julien Teil, Mahdi Darius Nazemroaya e Mathieu Ozanon. Ainda incompleto, está hoje dividido em 5 vídeos, dentre os quais o abaixo.


Os Mercenários de Qaddafi e a Divisão da África
Produzido por Julien Teil
Escrito por Julien Teil e Mahdi Darius Nazemroaya
Teil and Nazemroaya noticiaram e reportaram de modo independente, diretamente de Trípoli, na Líbia, onde estavam durante a Primavera de 2011.

Transcrição do filme para a língua portuguesa:
AlJazeera: Batalha pela Líbia: Filmagem exclusiva das forças de Qaddafi. Forças de Qaddafi no campo de batalha
France 24: Pauline Simonet enviada especial a Ajdabiya, Líbia: as forças de Qaddafi... Qaddafi não atacará mais Benghazi, mas a sitiará.

Embora a guerra da OTAN na Líbia seja sempre mostrada como uma intervenção humanitária, a mídia segue referindo-se ao exército regular líbio como as "tropas de Qaddafi":
The Telegraph.uk: Líbia: forças de Qaddafi se recuperam depois do chamado para livrar Trípoli de "traidores". Forças de Muammar Qaddafi realizaram uma recuperação através da Líbia poucas horas depois que ele as exortou a se levantarem e livrarem o país dos "demônios e traidores".
Libération.fr: As forças de Qaddafi tentam recuperar Gawalesh
Aljazeera.com: Forças de Qaddafi atacam instalações de petróleo da Líbia
L'Express.fr: Líbia: as forças de Qaddafi bombardeiam Misrata

Da mesma maneira, a expressão "as brigadas de Assad" tem sido usada para identificar o exército da Síria. Esta ambígua terminologia foi e continua sendo utilizada pela mídia para retirar a legitimidade dos povos líbio e sírio e seus respectivos exércitos:
The Telegraph – Blog Michael Weiss Assad envia seus esquadrões da morte. Estudantes do Líbano e de Ruanda, tomem nota por Michael Weiss mundo 31 de julho de 2011
Haaretz.com Relatório: cinco mortos na Síria quando as forças de Assad confrontam com desertores do exército. O Observatório Sírio de Direitos Humanos diz que as tropas leais ao regime do presidente Bashar Assad, armados com metralhadoras pesadas, alvejam casas particulares
Ynet news.com: Oposição síria: forças de Assad "preparadas para o ataque" ao centro dos protestos Oposição síria, alertou na sexta-feira que milhares de soldados e milícias leais regime têm cercado o centro dos protestos de Homs, preparados para lançar o que pode ser um assalto final sangrento para esmagar a dissidência. O Conselho Nacional da Síria, disse em um comunicado enviado à AFP em Nicósia que o regime do Presidente Bashar Assad estava usando o pretexto do que chamou de ataque "terrorista" em um oleoduto para aniquilar a área central dos protestos . O regime está pavimentando o caminho para cometer um massacre...

Depois disso, a mídia – apoiada por notórios "anjos" (patrocinadores invisíveis) – espalhou a informação de que as forças militares de Qaddafi tinham sido reforçadas com grupos de mercenários africanos:
BBC World News.uk: Tuaregs "juntam-se aos mercenários de Qaddafi". Membros da comunidade tuaregue no Mali dizem que um grande número de homens do grupo étnico Tuareg deixou Mali na última semana para juntar-se às forças pró-Qaddafi na Líbia
The Guardian.uk: Qaddafi desencadeou uma força mercenária na Líbia? Relatos descrevem tropas de negros falando francês, mas observadores advertem que poderiam ser apenas imigrantes sub-saarianos no exército
Depois disso, a mídia – apoiada por notórios anjos – espalhou a informação de que as forças militares de Qaddafi tinham sido reforçadas com grupos de mercenários africanos:
Al Jazeera TV: forças abrem fogo em funeral. Mercenários atiram na população na cidade do leste de Benghazi.Mercenários africanos atirando nas pessoas em Benghazi.Há mercenários trazidos daquele país para a Líbia atirando na população em Benghazi

Geneviève Garrigos, presidenta da Anistia Internacional–França, foi convidada para falar ao canal France 24 em 22 de fevereiro de 2011, um dia após o então designado Exército Líbio atacar os civis. Esta informação tem sido desde então contradita por numerosos fatos e testemunhos:
Geneviéve Garrigos: Sexta e sábado tivemos informações de que nas forças de Qaddafi enviadas contra os manifestantes poderiam ter estado mercenários estrangeiros, a fim de acelerar o processo opressivo.
Geneviève Garrigos alegou ter informação sobre mercenários estrangeiros a serviço do Exército da Líbia. Tal alegação também foi apresentada pelo Dr. Soliman Bouchuiguir, presidente da Liga Líbia de Direitos Humanos no Conselho de Direitos Humanos da ONU:
Soliman Bouchuiguir: Estes mercenários parecem ter carta branca para pilhar e matar todos os civis, sem distinção.
Contudo, passados 5 meses, e após uma investigação levada a cabo na Líbia por Donatella Rovera, a posição de Geneviève Garrigos foi completamente diferente:
Jornal: "Libia: Anistia acusa os Rebeldes de tortura e abusos"
Cartaz: "50 anos de ANISTIA INTERNACIONAL"
Repórter: Olá Geneviéve Garrigos, você é a presidente da Anistia na França. Eu gostaria de discutir alguns assuntos com você...
Donatella Rovera, consultora sobre como responder à crise na Anistia Internacional passou 3 meses na Líbia. Ela observou a prisão de civis líbios e estrangeiros por parte do Conselho de Transição, que apresentou-os como mercenários. O que você pode nos dizer sobre isso?

Genevieve Garrigos: efetivamente, desde o início da organização e preparação para combate contra as tropas de Qaddafi, havia rumores de forças mercenárias agindo em favor de Qaddafi. No entanto, nossos investigadores que chegaram em meados de fevereiro e saíram no final de junho, constataram que havia apenas algumas pessoas encarceradas. Mas eles nem sequer foram incriminados.
Na verdade, os rumores estavam em sua maioria acusando pessoas de cor escura ou negros. Eles poderiam ser líbios - uma vez que os líbios vivendo no sul não necessariamente tem o tipo árabe - ou estrangeiros.
Isso criou uma espécie de medo e xenofobia, que conduziu a espancamentos, maus tratos e umas poucas prisões. Mas hoje temos de admitir que não temos nenhuma evidência concreta do emprego de forças mercenárias por Qaddafi.

Repórter: A sua colega acrescenta que ela não viu nenhum mercenário e que é uma lenda espalhada pelos meios de comunicação. Você pode confirmar essa afirmação?

Genevieve Garrigos: Absolutamente! O trabalho de Donatella – e isto é por que nós enviamos investigadores cedo - foi para verificar se realmente nós encontrávamos mercenários. E não encontramos.
Por exemplo, ela cita o caso de um jovem argelino, cujo patrão teve de testemunhar que ele trabalhava em uma padaria, porque ele era suspeito de ser um mercenário.
Atualmente não temos nenhum sinal nem evidências concretas para corroborar esses rumores.

Geneviéve Garrigos: Sexta e sábado temos informações que nas forças de Qaddafi enviadas contra os manifestantes poderiam ter estado mercenários estrangeiros... havia rumores de forças mercenárias...
A mesma fonte agora classifica de boato o que antes considerou uma informação. O período de cinco meses entre as duas entrevistas permitiu que a Anistia Internacional realizasse uma investigação. Mas já era tarde demais, pois o rumor já havia sido propagado pela mídia - pelo canal 24 França - graças à primeira afirmação de Garrigos.
Estes boatos tiveram resultados trágicos: ao serem retratados como mercenários, líbios negros foram e são assassinados. Este documento, publicado por uma televisão líbia, revelou que líbios negros membros do Exército oficial foram assassinados sob esta alegação, usada como justificativa pública. Porém, todas as provas mostram que este homem [mostrado nas fotos] é definitivamente líbio.
Líbio negro: Meu filho é o mártir Hisham Mansur Abuajila Saleh. Graduou-se na Escola Secundária Militar. Ele foi assassinado pelos criminosos. Que sejam banidos por Deus.
Este componente racial na guerra da Líbia foi na verdade calculado e orquestrado para executar um projeto político de reestruturação. Trata-se de um projeto que, ao impor ódio e divisões entre os líbios, completa a divisão entre brancos e negros. Como denunciado pelo professor Samuel Phillips Huntington, tal projeto almeja utilizar as chamadas linhas divisórias da civilização:
Samuel Huntington: As civilizações são, em primeiro lugar, o Ocidente, composto principalmente pelos norte-americanos e os europeus ocidentais; os islamitas; os ortodoxos, cujo líder é a Rússia; os chineses; os hindús, sendo a Índia o maior país; e, para muitos, o Japão. Eu incluiria também a América Latina e a África.
Eis uma divisão geopolítica a serviço dos interesses norte-americanos que querem dividir a África de acordo com os planos do seu Departamento de Estado que, juntamente com a OTAN, pretendem a balcanização do continente africano. A Líbia é um país árabe, mulçumano e africano. O projeto da União Africana apoiado e conduzido por Qaddafi, portanto, estava atrapalhando a OTAN. A unificação dos países da África capacitá-los-ia para se libertarem do domínio colonialista. Do mesmo modo, o projeto do Satélite RASCOM, lançado em 21 de setembro de 2007, possibilitou a independência africana, até certo ponto, em relação à comunicação. O continente, portanto, só poderá resistir ao imperialismo se permanecer unido e indiferente às propagandas da mídia e da OTAN. Até onde se sabe sobre os "anjos" (patrocinadores invisíveis) dos Direitos Humanos, esses "anjos" (patrocinadores invisíveis) são peças indispensáveis do sistema imperialista.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Qaddafi: o demônio inventado pela Grande Mídia

Desvendando a vida familiar de Muammar Qaddafi e desmontando as mentiras da Grande Mídia Demonizadora
Do: Svet+

O sérvio Miodrag Djordjevic, que viveu mais de 20 anos como cozinheiro na residência da família de Muammar Qaddafi é entrevistado pela jornalista Ana Mandić no programa Јутро плус (Manhã mais) da TV sérvia свет плус (Mundo mais)


Comida simples para um grande homem - Muammar Qaddafi
Tradução do Vídeo:
Ana Mandić: Hoje nosso convidado é Miodrag Djordjevic, que foi um cozinheiro na residência de Muammar Qaddafi por mais de 20 anos. Bom dia e bem vindo ao "Morning Plus"
Miodrag Djordjevic: Bom dia.
Ana Mandić: Sua história é bastante interessante para os nossos telespectadores. Você trabalhou como cozinheiro pessoal para o coronel Qaddafi por mais de 20 anos. Na verdade, você parou de trabalhar este ano, certo?
Miodrag Djordjevic: Sim, eu voltei de Trípoli em 29 de junho de 2011.
Ana Mandić: Você trabalhou em nosso país antes de ir para a Líbia?
Miodrag Djordjevic: Sim, eu tinha trabalhado para a nossa empresa militar "Dedinje".
Ana Mandić: Como aconteceu que precisamente você veio trabalhar como cozinheiro pessoal para o coronel Qaddafi?
Miodrag Djordjevic: Bem, eu me inscrevi para o anúncio de emprego que foi publicado para essa vaga e, apesar do fato de que a concorrência era feroz eu foi escolhido graças às minhas qualidades e experiência.
Ana Mandić: Como se sentiu em trabalhar para o coronel Qaddafi? Ele era exigente?
Miodrag Djordjevic: Não, de modo algum. Ele não era nem um pouco exigente. Ele era uma pessoa completamente normal. Ele não era de modo algum caprichoso ou extravagante e ele mesmo costumava pedir por telefone o que ele queria comer no almoço ou jantar. Ele nunca fez nenhum estardalhaço sobre a comida.
Ana Mandić: Pode nos dizer qual foi a opinião geral sobre ele?
Miodrag Djordjevic: Bem, algumas pessoas o chamavam de ditador e achavam que seu regime era duro com os líbios, mas estou convencido de que a Líbia deve ter precisamente esse líder firme e decidido.
Ana Mandić: Você o viu muitas vezes?
Miodrag Djordjevic: Sim, muitas vezes eu o vi de manhã depois que ele acordava, ele costumava acordar às 9 horas da manhã, porque ele sempre estava passando pela cozinha ou sala de jantar no caminho para a sua tenda.
Ana Mandić: Pode nos dizer qual tipo de personalidade era ele?
Miodrag Djordjevic: Ele era uma pessoa completamente normal, ele costumava cuidar de tudo e de todos, tanto sobre a política como sobre os membros de sua família e cuidava até mesmo de nós, que trabalhávamos na residência.
Ana Mandić: Ele cuidava de você?
Miodrag Djordjevic: Sim, ele cuidava muito de nós. Ele estava sempre preocupado se tínhamos tudo que precisávamos, por exemplo, se alguém de nós ia viajar, ele sempre cuidava para que tivéssemos bons veículos. Ele não era reservado de modo algum. Pelo contrário, ele era muito comunicativo, um tipo de pessoa a quem você sempre pode recorrer se você precisar de alguma coisa.
Ana Mandić: Visto que você estava na Líbia quando os motins começaram e mais tarde durante a guerra pode nos dizer como era a vida lá?
Miodrag Djordjevic: Os motins começaram em 13 de janeiro de 2011. No início, o coronel Qaddafi pensou que tudo iria acabar bem, mas quando um após o outro de seu círculo mais próximo de pessoas começaram a traí-lo, ele se tornava mais e mais reservado e estava óbvio que estava ficando muito difícil para ele. Eu não sei como expressá-lo direito, mas era evidente que estava magoando-o intensamente.
Ana Mandić: Você nos trouxe algumas fotos que vamos mostrar agora para nossos telespectadores. Aqui, nesta, podemos ver você com o coronel Qaddafi.
Miodrag Djordjevic: Sim, esta foto foi tirada em 1996, quando paramos na cidade de Sabha em nosso caminho de volta da Nigéria. O coronel Qaddafi queria ser fotografado com todos os sérvios que estavam trabalhando para ele naquela época.
A próxima foto é de 2006, quando a minha família toda estava na Líbia, porque minha esposa trabalhava lá, também. Pedi ao coronel Qaddafi tirar uma foto com a minha família para que possamos ter uma memória dele.
Aqui está mais uma foto. Esta foto foi tirada há 3 anos. Os membros de sua família estão nela. A primeira à direita é sua filha adotiva Hanna, que era a sua favorita, o jovem com barba é Saif al Arab, que foi morto no ataque da OTAN em 01 de maio de 2011.
Ana Mandić: Houve algumas especulações sobre adoção de Hanna.
Miodrag Djordjevic: Bem, você sabe, é um assunto delicado, mas eu diria que ela foi adotada. O rapaz de camisa azul é Mohamed, filho do coronel, de seu primeiro casamento e ao lado dele está Aisha, sua única filha de sangue.
Ana Mandić: Onde você disse que esta foto foi tirada?
Miodrag Djordjevic: Três anos atrás.
Ana Mandić: Visto que você foi cozinheiro do coronel Khadafi você nos diria que tipo de comida que ele gostava de comer?
Miodrag Djordjevic: Ele gostava de comer todas as antigas refeições tradicionais líbias como a gata, Bazin, iz zabib e cuscuz feito de farinha integral.
Ele tinha o seu próprio gosto para comida e eu sempre olhava para o seu sofra - o grande prato em que a comida é servida, para ver se ele comia bem e se ele ficou contente com as refeições, porque houve momentos em que ele não ficava satisfeito e naquelas ocasiões ele me chamava no telefone e me dizia que ele não gostara de algum prato, mas isso é normal na nossa profissão.
Ana Mandić: Você ficou receoso pela sua vida quando os distúrbios começaram na Líbia?
Miodrag Djordjevic: Não, eu era bem considerado uma vez que eles adivinhavam o que seria bombardeado em seguida. Eu era movido de um lugar para outro. No final, eles me pagaram bem antes de eu sair do país.
Ana Mandić: Como você recebeu tudo o que estava acontecendo com o coronel Qaddafi?
Miodrag Djordjevic: Eu recebi muito mal. Foi como um relâmpago inesperado para mim embora eu pense que o coronel Qaddafi sabia o que ia acontecer devido aos acontecimentos anteriores no Egito e na Tunísia. Em seguida, o mesmo cenário começou a acontecer em Benghazi, onde o coronel não ia frequentemente desde que a cidade estava sob a governança de Mustafa Abdeljalil o homem que organizou os tumultos no final.
Ana Mandić: Você vive na Sérvia agora?
Miodrag Djordjevic: Sim, eu moro com minha família em Belgrado.
Ana Mandić: Você continua a trabalhar como cozinheiro?
Miodrag Djordjevic: Sim, claro.
Ana Mandić: Muito obrigado por estar conosco. Nossos telespectadores podem ouvir um pouco mais sobre esta interessante história hoje à noite no programa que recebe meu colega Milovan Drecun.



Um verdadeiro herói dos direitos humanos

Veja abaixo por que Qaddafi foi eleito pela maioria do voto popular na Internet, apesar da intensa propaganda da Grande Mídia político-empresarial internacional tentando transformá-lo num "demônio"
Do: Canal de davisoneill, no Youtube

Muammar Qaddafi foi o vencedor do Prêmio Herói dos Direitos Humanos 2011,da Anistia Internacional, em votação pela Internet.
No entanto, quando os covardes bajuladores que dirigem a Anistia viram o caminho que a votação estava seguindo, suspenderam a competição e se recusaram a anunciar o vencedor.
Tarde demais.
Milhões de pessoas já tinham visto o que tinha acontecido. O povo tinha se manifestado e a sua opinião a Anistia não pôde esconder.


Tradução do vídeo:

Coronel Muammar Qaddafi Vencedor do Prêmio Herói dos Direitos Humanos de 2011 da Anistia Internacional

Aqui estão algumas das razões pelas quais as pessoas comuns decentes do mundo votaram assim...
O coronel Qaddafi baixou a Taxa de Mortalidade Infantil na Líbia de 125 em cada 1.000 habitantes para 15 em cada 1.000 habitantes.
Isso se traduz em 2.000.000 de pais, ao longo dos últimos 40 anos, não tendo que sofrer a agonia de perder um filho.
ASSISTÊNCIA MÉDICA GRATUITA na Líbia
Centro Médico de Trípoli
Durante a monarquia fantoche dos EUA na Líbia (governo do Rei Idris), viver em uma casa de tijolos era um privilégio apenas para uma pequena elite.
O Coronel Qaddafi prometeu casa para todos os líbios antes que seus próprios pais tivessem uma casa.
Seu pai morreu na tenda que ele nasceu - mas, em poucos anos, cada família líbia tinha uma nova casa de tijolos.
BOLSA DE ESTUDOS GRÁTIS NA LÍBIA
46% dos estudantes pós-secundários são do sexo feminino
Juntamente com belos edifícios públicos e faculdades onde a educação era gratuita para todos.
Universidade Al-Tahadi
Faculdade de Estomatologia
Centro de conferências

O coronel Qaddafi construiu o maior projeto humanitário de todos os tempos: o Grande Rio Feito pelo Homem, que abastece o continente africano com tanta água quanto o rio Nilo fluindo por 200 anos.
Seu plano era salvar milhões de vidas partilhando esse milagre com todo o povo da África.
Agora os imperialistas franceses querem privatizar essa água, e vendê-la para quem oferecer mais dinheiro.
As crianças africanas podem ir para o inferno.
O coronel Qaddafi organizou a União Africana, para que o povo africano pudesse ser independente e livre do terror e do roubo imperialista.
Ele estocou 140 toneladas de ouro em Trípoli, para ser a base do Banco Central Africano, libertando assim a África das garras do FMI e do Banco Mundial, e salvando milhões de vidas africanas.
É por isso que os banqueiros internacionais criminosos queriam este belo e amoroso homem morto.
je pense a vous nostalgie = Acho que você tem saudade
UM HOMEM com coragem é um majoritário
VIVA LIBIA!
Coronel Muammar Qaddafi Herói dos Direitos Humanos 2011 da Anistia Internacional

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Desafios da Verdade: a vida familiar de Qaddafi

Testemunho sobre a vida familiar de Qaddafi desmascara as mentiras da Grande Mídia Demonizadora
Miodrag Djordjevic foi cozinheiro pessoal da família de Muammar Qaddafi por 20 anos. Ele deixou a Líbia em Junho de 2011. A esposa de Miodrag, Suzana Djordjevic, também passou alguns anos (1990-1996) na Líbia, cuidando dos filhos de Qaddafi. Neste vídeo eles falam sobre a vida na residência de Qaddafi, proporcionando uma visão de seu estilo de vida, valores, relações com seus filhos e com seu pessoal. A entrevista foi feita em Belgrado, na Sérvia (antiga Iugoslávia), em dezembro de 2011, por Milovan Drecun, famoso jornalista sérvio. O Sr. Drecun havia visitado a Líbia em junho de 2011, quando passou algumas semanas fazendo uma pesquisa sobre o jornalismo independente na guerra da Líbia.
"Minha vida com a família Qaddafi"
Miodrag Djordjevic é entrevistado por Milovan Drecun

Filho do deserto Muammar al Qaddafi

Milovan Drecun: Muammar Abu Muhammad al-Qaddafi Minyar foi o líder da Líbia desde 1969 até 2011. No início dos anos 1960 ele terminou a escola de oficiais no Reino Unido e formou o Movimento dos Oficiais Livres. Juntamente com esta organização, em 1969, ele derrubou o rei Idris em um golpe sem sangue, e, em seguida, estabeleceu a ditadura militar e tomou o poder no país. Em vez de reino, ele formou um estado socialista, embora o seu modelo de estado social fosse completamente diferente dos modelos já conhecidos. O país ganhou um novo nome - Jamahiriya Popular Socialista Árabe Líbia Ele estabeleceu um sistema político de congressos populares e comitês populares como uma forma de democracia direta Em 1976 ele publicou o Livro Verde, em que ele estabeleceu seus objetivos políticos. Qaddafi defendeu fortemente a unidade dos países árabes. Em anos mais recentes, ele estava tentando reforçar e acelerar a unificação dos países africanos. Com sua insistência a União Africana foi fundada, e foi declarada a sucessora para a Organização da Unidade Africana, e, inspirada na União Européia, foi concebida para se tornar uma região econômica integral na África. No início de 2011, depois que a guerra eclodiu na Líbia, uma das principais exigências dos rebeldes era que ele abdicasse do poder e deixasse o país. Em 27 de junho, o TPI (Tribunal Penal Internacional) em Haia, emitiu um mandado de prisão contra Qaddafi, por crimes supostamente cometidos contra a humanidade, que foi rejeitado pela UA (União Africana). Muammar al-Qaddafi foi brutalmente assassinado em 20 de outubro de 2011 em sua cidade natal de Sirte. A ONU (Organização das Nações Unidas) oficialmente solicitou uma investigação sobre sua morte, suspeitando que foi cometido crime de guerra. No final de junho de 2011, na mesma época em que minha visita à Líbia estava prestes a terminar, um homem também estava deixando o país - um homem que foi cozinheiro pessoal de Qaddafi por 20 anos.
Milovan Drecun: Quando você conheceu Qaddafi?
Miodrag Djordjevic: Eu fui para a Líbia em 13 de janeiro de 1990. O primeiro contato foi no 6º mês, enquanto eu estava servindo café da manhã para as crianças, ele se aproximou de mim por trás, na cozinha, em primeiro lugar cumprimentando-me com "Assalamu Alaikum". Virei-me e quando eu vi eu estava assustado... Então ele perguntou: "Kako si?" (que significa "Como vai você?" em sérvio). Fiquei intrigado - como ele podia falar a nossa língua? Esse foi o nosso primeiro encontro, muito emocionante e muito intenso. Os pratos favoritos do presidente eram os nacionais líbios. Ele gostava de ter "asida" de manhã, é semelhante ao pudim rápido de farinha de trigo; "m'gata'a", semelhante ao espaguete, mas é feito em casa e picado; "couscous", feito com farinha integral; "ruzz m'hubub", ele gostava mais com passas; quando ele alcançava algum sucesso, ele gostava de ter "bazeen"... Este é feito de cordeiro, molho, batatas, ovos... é uma comida muito saborosa. Ele preferia comer em uma tigela de madeira, eu tenho esses talheres que ele usava... Quando ele era visitado por autoridades oficiais, ressaltava que deveria ser servido uma comida que todos os seus compatriotas comiam. Ele não era muito exigente. Houve momentos em que havia mais comida na minha geladeira do que em sua residência. Ele era modesto e sempre disse que a comida não deve ser desperdiçada, mostrava quanta carne ele queria, e ele comia pouco. Uma noite, nós conseguimos melancias, não era a sua época ainda, elas foram trazidas da África, de Gana, eu acho, aquelas eram as primeiras melancias na Líbia... O garçom extraiu apenas o núcleo e jogou fora o resto. Naquele momento Qaddafi estava vindo checar a cozinha, o depósito e a pilha de lixo. Junto com sua Senhora Safia e Saif al-Islam, ele foi para o depósito de lixo e viu que a melancia e o pão tinham sido jogados. Ele pediu que tudo aquilo fosse trazido para a cozinha e disse que era muito triste que a comida estava sendo jogada no lixo. Ele disse que muitas pessoas não tinham nada para comer, e que seria melhor se nós déssemos isso para o exército ou uma sociedade humanitária em vez de despejá-la no lixo. Ele admirava os sérvios pela qualidade do seu trabalho, por sua honestidade e muitas outras coisas. Vir trabalhar em sua casa, sem testes e checagens - isso mostra sua enorme confiança, e isto é realmente algo especial. As refeições que eu estava fazendo não eram submetidas a quaisquer controles, eram servidas diretamente em sua mesa. Nunca houve quaisquer problemas nesses 20 anos. Ele confiava muito em nós. Qaddafi gostava muito de iugoslavos e muito frequentemente nos mostrava isso, e ele apreciava-nos trabalhando em sua casa, então ele estava sempre sorrindo assim.
Milovan Drecun: É este um sorriso sincero?
Miodrag Djordjevic: Sim, um sorriso muito sincero. Essa foto foi tirada em 1996, quando nós estávamos voltando da Nigéria, paramos em Sabha, onde ele fez uma pequena pausa, e então ele nos pediu, seus empregados, que ele queria tirar uma foto com a gente. Tiramos fotos muito bonitas... essas são as nossas pessoas trabalhando para ele. Esta foto foi tirada no aniversário de 18 anos de Aisha, isso foi em Gharghour. Fizemos alguma comida para aquela ocasião.
Milovan Drecun: Como pareceu a cerimônia? Frequentemente se fala sobre a vida luxuosa de Qaddafi...
Miodrag Djordjevic: Não havia luxo sob qualquer condição, eles eram pessoas muito modestas... Nós não fizemos nada de especial... aperitivos frios, aperitivos quentes e algumas sobremesas comuns. Esta foi no casamento de Aisha, que foi em Mazra, em uma grande tenda que Mubarak deu de presente e onde a cerimônia ocorreu. Eu era seu anfitrião, uma vez que a Senhora Safia nos considerava sua família.
Milovan Drecun: Quantos convidados estavam lá?
Miodrag Djordjevic: Cerca de 2.000. Só as mulheres estavam no salão, uma vez que mulheres e homens eram separados.
Milovan Drecun: Isso é uma prática comum nos Líbia?
Miodrag Djordjevic: Sim, nos casamentos os homens e as mulheres não devem ficar juntos.
Milovan Drecun: Foi muitas vezes falado sobre a generosidade de Qaddafi, que ele costumava atender os pedidos das autoridades de estado em busca de ajuda financeira.
Miodrag Djordjevic: Sim, é verdade. Ele realmente ajudava. Embora eu fosse seu cozinheiro, eu ouvia muito de seu pessoal sobre a sua ajuda . Ele ajudou mais a África, ele realmente deu um monte de dinheiro para a África
Milovan Drecun: Quais autoridades européias ele ajudou?
Miodrag Djordjevic: Por exemplo, ele deu dinheiro para Papandreou, ele veio em 2005...
Milovan Drecun: Primeiro-ministro grego?
Miodrag Djordjevic: Sim, primeiro-ministro grego. Ele conseguiu, penso eu, cerca de 20 milhões de dólares, sendo obrigado a fazer um complexo turístico em Baida e Benghazi.
Milovan Drecun: Construí-lo na costa da Líbia?
Miodrag Djordjevic: Sim, na costa da Líbia. Ele também deu dinheiro para o presidente francês para sua campanha eleitoral, ele deu aos italianos...
Milovan Drecun: Você quer dizer Sarkozy?
Miodrag Djordjevic: Sim, exatamente. Isso é o que eu ouvi bem, do seu pessoal.
Milovan Drecun: Esse é o mesmo Sarkozy que começou a campanha de bombardeio e derrubada de Qaddafi?
Miodrag Djordjevic: Certo.
Milovan Drecun: E ele deu a Berlusconi também?
Miodrag Djordjevic: Sim, ele também.
Milovan Drecun: De todas as autoridades que visitaram Qaddafi, qual impressionou mais você?
Miodrag Djordjevic: O presidente egípcio, ele era realmente...
Milovan Drecun: Mubarak antigo presidente?
Miodrag Djordjevic: Sim, ele. Em seguida, Yasser Arafat, presidente palestino, que estava sempre visitando repentinamente. Lembro que uma vez seu avião ficou preso na areia quando tentava pousar. Então Qaddafi ficou muito preocupado e eles correram para verificar se ele estava ok. Relativamente a estes presidentes europeus, ele estava apenas parcialmente contente de encontrá-los. Ele era mais orientado para a África, que ele queria torná-la unida, ele queria que aqueles países muçulmanos fossem compactos e unidos. No entanto, tudo isso ficou do jeito que está.
Milovan Drecun: Eu sei que ele costumava convidar algumas autoridades e, em seguida, deixava-os esperando por ele por vários dias.
Miodrag Djordjevic: Sim, por exemplo, o presidente francês Jacques Chirac estava esperando há 2 dias para ser recebido. Ele estava em Trípoli, mas Qaddafi foi para Sirte, e convidou-o para vir a Sirte. Um dia eu fui ao armazém de seu fornecedor para pegar algumas mercadorias, e vi alguns envelopes entre as mercadorias nas prateleiras. Eu perguntei ao fornecedor: "O que é isso?" Ele disse: "Isso é salário do patrão" Peguei o envelope e olhei - havia 575 dinares líbios. Isso foi no passado 1990, quando vim pela primeira vez para a Líbia e encontrei aquelas pessoas pela primeira vez. Fiquei espantado e perguntei: "O que ele vai fazer com esse dinheiro? Por que está sendo mantido nos envelopes?". Ele me disse que a Senhora Safia estava economizando-o e dando-o para os pobres, eles estavam comprando mantimentos, carne e dando-os para os pobres. Com respeito aos seus custos de vida dentro da residência, havia 9 deles e os custos eram 150 euros por dia. Quando as autoridades estavam visitando, as despesas eram de cerca de 1100-1200 euros. Ele não permitia muita extravagância. A vida na residência Qaddafi era muito modesta. Não havia torneiras de ouro, marfim ou decorações em seus quartos. Seus quartos tinha uma cama de casal, estante e armário de roupas. O banheiro, era muito comum, simples, com uma banheira normal, prateleiras de cosméticos. Ele mesmo não o queria muito limpo e perfeito, mas parecer natural, assim como em qualquer outra casa. Ele era muito justo para seus filhos. Ele queria que eles fossem como todas as outras crianças, para não terem luxo e não se comportarem arrogantemente.
Suzana Djordjevic (esposa de Miodrag, esteve cuidando dos filhos de Qaddafi de 1990 a 1996): Apesar de todos os seus compromissos, Qaddafi cuidava muito de seus filhos - se estavam no horário para a escola, se eles estavam se comportando bem ... Ele também costumava vê-los à distância, enquanto eles estavam brincando e socializando. Ele teve filhos de dois casamentos - filho Maomé do primeiro e 7 do segundo casamento. No entanto, ele também adotou crianças - Hannah e, anteriormente, 3 deles a quem ele criou como seu e que se casaram. Ele não os tratava de forma diferente dos seus próprios filhos. Sua favorita era Hannah, que tinha sido adotada. De todos os seus filhos, era com ela que ele gastava mais tempo. Ela era menina muito carinhosa... ela o considerava seu verdadeiro pai. Qaddafi gastava seu tempo livre com seus filhos, jogando xadrez... Esta é a pequena Hannah, Saif al-Arab ... Ele queria que seus filhos não se diferenciassem de outras crianças líbias. As crianças freqüentavam escolas regulares, comuns, eles não iam para as especiais, nem eram educados em casa, exceto quando eles tomavam algumas aulas extras. Ele não queria que seus filhos fossem olhados de forma diferente, fossem favorecidos pelos professores. Ele até mesmo proibia estritamente isso - dizendo que os professores que fizessem vista grossa para suas crianças não seriam capazes de conseguir um emprego na Líbia. Ele costumava discipliná-los... Por exemplo, ele castigou Hannibal uma vez, quando ele não estava bem na escola, então Qaddafi veio em seu quarto, deu uma olhada em seus armários e viu as roupas que eram um pouco caras, então ele as levou embora... porque ele não queria que seus filhos vestissem roupas melhores que as outras crianças. Ele próprio trouxe o aparelho de TV para fora da sala de Aníbal, bem como o aparelho de som. O quanto Qaddafi queria que seus filhos fossem modestos se pode aprender com isso: uma vez, quando havia uma feira de carro em Tripoli, um de seus filhos comprou um carro e dirigiu-o para a residência. Quando ele estava entrando na residência Qaddafi viu o carro e perguntou ao segurança de quem era aquele carro. Eles lhe disseram... Ele ficou chocado, e ele queimou aquele carro. Ele fez isso por si mesmo.
Miodrag Djordjevic: Como todos os presidentes, ele tinha os seus informantes. Em uma parte do Gargaresh onde estavam suas casas de praia, as crianças se reuniram com suas companhias, se divertindo um pouco. Ele ouviu isso e chegou lá ... durante a noite todo o complexo foi trazido para baixo dentro do mar. Ele não permitia que seus filhos se comportassem como se estivessem acima dos outros. Ele queria que eles fossem como filhos de qualquer outro cidadão da Líbia. Esta foto foi tirada em 1996, no aniversário de Hannah. Crianças iugoslavas também foram convidados para a festa infantil na residência. Quando as fotos individuais estavam para ser tiradas, ele foi à Senhora Safia, perguntou-lhe de quem eram essas duas crianças e ela lhe disse que aqueles eram filhos dos nossos trabalhadores. Ele imediatamente concordou em tirar fotos com os nossos filhos em primeiro lugar. Nesta foto ele está com minha filha e o filho de um colega. Essa foto foi tirada em 2006, quando minha família veio me visitar. Pedi-lhe que ele tirasse uma foto com minha família.
Ana Djordjevic (filha de Miodrag): Em 2006 eu estava visitando meu pai, e uma vez que meus pais me disseram que Qaddafi estava escrevendo livros, eu estava interessada no que ele estava escrevendo, sobre e sua maneira de pensar, então eu decidi comprar um de seus livros... Este é o livro. O livro é muito interessante, no entanto, cruzou pela minha mente que eu deveria dar o livro para o meu pai, para que ele pudesse obter um autógrafo para mim, porque eu ficaria muito feliz de ter tal lembrança. Papai foi com ele para Sirte, ele autografou o livro para mim, aqui... Com este livro eu consegui o seu Livro Verde, que também foi autografado. O livro é muito interessante, consiste em poucas novelas, mas para mim a parte mais interessante foi uma a respeito da relação entre cidade e campo. Ele descreve a cidade como um movimentado lugar onde as pessoas estão sempre com pressa e sempre que um estranho quiser perguntar um endereço as pessoas lhe dirão: "Eu estou com pressa, eu sinto muito, você vai ter que pedir a outro alguém". Ao passo que o campo é descrito como um lugar calmo, onde todos se conhecem e todos são amigos e onde, como ele disse, pela primeira vez a Lua pode ser vista do jeito que é, e onde se pode perceber a clareza do céu, sem poluição ao redor. Eu gostei muito disso.
Miodrag Djordjevic: Qaddafi não gostava de fumar, ele proibia estritamente aos seus filhos. Eles fumavam escondido... Muitas vezes a Senhora Safia vinha aos quartos de seus filhos e procurava em seus bolsos. Quando ela encontrava cigarros ela os criticava, dizendo que se Qaddafi descobrisse, ele iria fazer um alarido. Nenhum de seus filhos fumou cigarros na sua presença. E o consumo de álcool estava fora de questão, pois era proibido por lei. Uma vez, nos anos 1980, quando ele estava na Bulgária, durante a recepção da sua delegação foi servido álcool. Ele se virou e foi embora. Naquele dia, 24 de março de 1999, quando a NATO anunciou o bombardeio da Sérvia a Senhora Safia veio para a cozinha, com as mãos à cabeça e gritando: "O que esses vilões sobre seu país querem?" Quando o presidente Qaddafi ouviu que os sérvios haviam extraditado Milosevic para o tribunal em Haia, Qaddafi não aprovou de jeito nenhum. Ele não apoiava a extradição de uma autoridade de Estado que, afinal, representava o seu país. Ele era contra, independentemente do fato de ele não colaborar muito com Milosevic. Houve uma pequena reunião, onde ele disse isso ao seu pessoal. Ele não apoiava o tribunal de Haia e não o reconhecia. Sua residência e sua casa eram mantidos principalmente por alemães, que conheciam os mapas de sua casa, seus abrigos e tudo mais. Todas as suas coisas e equipamentos técnicos foram adquiridos da Alemanha. A última vez que vi Qaddafi foi em março, ele entrou na cozinha e expressou seu apreço por eu ficar lá e por ser amável com sua família. Ele me perguntou: "Mio, é você o único?". Eu lhe disse que eu era o único iugoslavo que restara. Ele me chamou de um grande homem e um grande chef. A última vez que eu ouvi dele foi no final de março, quando ele me chamou e pediu um jantar para uma delegação. Ele me perguntou de novo se eu era o único. Eu disse que eu era, e ele me disse que eu era um grande homem e um grande sérvio. Antes de eu deixar a Líbia, a Senhora Safia me disse para ficar pronto para uma viagem, que eu ia de férias durante um mês, dois ou três, e que eles iriam me convidar para voltar. Qaddafi não está mais, mas eu tenho essa grande lembrança.
Milovan Drecun: Durante 20 anos você conheceu Muammar Qaddafi e sua família... Você pode responder a esta pergunta - Muammar Qaddaf era um ditador ou o líder da revolução?
Miodrag Djordjevic: Ele era apenas o líder da revolução, de jeito nenhum um ditador. Porque um homem que cuida de tudo e deseja o melhor para seu povo com todo o seu coração não pode ser um ditador. Apenas o líder da revolução.
Milovan Drecun: Você ficou abalado por sua trágica morte?
Miodrag Djordjevic: Sim, terrivelmente. Eu fiquei totalmente devastado por sua morte. Depois de todo esse tempo, eu ainda não consigo acreditar que tal coisa poderia acontecer a um grande dignitário e um grande líder revolucionário.



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Qaddafi não bombardeou seu povo

Segundo os militares russos que monitoram por satélite todo o território líbio, "os ataques mencionados pelos meios de comunicação ocidentais nunca ocorreram".

Mais uma vez a mídia imperial mentirosa, de modo articulado e intensivo, inventou e incutiu, nas mentes desinformadas, mentiras como se fossem verdades, para angariar apoio e justificar as ações imorais de violência, ataques e massacres aos direitos, às liberdades e às vidas de milhares de inocentes, para rapinar suas riquezas.
Mas o tempo, o senhor da razão, vai repondo a verdade dos fatos acontecidos e dos não acontecidos. Como este, sobre o falso massacre realizado pelas tropas de Qaddafi contra sua população civil, ampla e intensamente divulgado nos momentos que antecederam e conduziram à aprovação da Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que por sua vez avalizou o bombardeio e massacre daquele rico e próspero país soberano e de sua população.
A reportagem a seguir, da RT News, desmente essa falsa informação divulgada pela Al Arabiya, Al Jazeera, BBC e toda a Grande Mídia mundial, inclusive a brasileira. 
Legendas traduzidas:
Âncora da TV:
A notícia de que a Líbia teria usado sua força aérea contra seu próprio povo se espalhou rapidamente ao redor do mundo.Mas líderes militares russos dizem que estão monitorando a situação do espaço e imagens de satélite contam uma história diferente.
Talvez Irina Galushko possa nos dizer mais sobre esse assunto. Irina, que eles dizem?

Irina Galushko:
Agora nós temos a informação do comando militar russo que disse estar monitorando a situação na Líbia via satélite, desde o início de agitação no país. Segundo eles, algumas informações fornecidas pelos meios de comunicação ocidentais não correspondem às imagens recebidas.
Mais precisamente, segundo a Al Jazeera e a BBC, em 22 de fevereiro, o governo líbio realizou ataques aéreos contra Benghazi, a maior cidade do país, e contra Tripoli. Mas militares russos dizem não haver registrado qualquer um desses ataques aéreos. Suas fotos dizem que não aconteceu nada do gênero no país.
Se pensarmos nas imagens e filmes que saíram do país, podemos notar que não se vê qualquer sinal de devastação causada pelo ataque aéreo da aviação da Líbia. 
Assim, os militares russos dizem que, na medida em que a eles resulta, não tem visto nenhum ataque e confirmaram que, segundo eles, os ataques mencionados pelos media ocidentais nunca ocorreram.
Além disso, os militares estão trabalhando em estreita cooperação com Ministério das Relações Exteriores russo e não só estão monitorando a situação militar, não só controlando a situação em Trípoli e outras cidades líbias, mas também mantendo sob observação os campos de petróleo e nos mantendo atualizados via satélite sobre o que acontece em terra.

Âncora da TV:
Ok, Irina, graças.
Foi Irina Galushko que relatou a partir de Moscou sobre a reação russa ao conflito na Líbia.