segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mentiras e verdades

“A Dilma é um fantoche de Lula.”
Mentira.  A escolha da candidata não foi mera “invenção da cabeça” de Lula. Além de ter participado ativamente do governo desde 2002, a candidatura de Dilma foi apoiada pelos diretórios do PT e no 4º Congresso do partido.

“Dilma apareceu agora, não tem história nem experiência.”
Mentira.   Embora Dilma nunca tenha disputado uma eleição antes, ela tem uma longa história na vida pública. Combateu a ditadura militar, atuou como secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre e secretária de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. Foi responsável por aumentar em 46% a capacidade do sistema energético gaúcho e evitar o racionamento de energia entre 2001 e 2002, sob FHC. No governo Lula, foi ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil. Ela coordenou programas como “Luz para Todos”, “Minha Casa, Minha Vida”, “Pré-Sal” e “Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”.

“A alternância de poder é saudável para a democracia”
Verdade. Mas alternar o poder, em si, não diz tudo. É bom lembrar que, na democracia, o poder deve refletir a vontade popular. Se o povo vota conscientemente no mesmo partido em diversas eleições, isso, a priori, não constitui um problema. Se fosse, não haveria reeleição e, a rigor, nem precisaríamos de eleições: bastaria trocar automaticamente o comando  do governo a cada 4 anos. Cabe aos outros partidos construírem um bom projeto para disputar as eleições. Ao olhar o passado, vemos que sempre houve na Presidência uma hegemonia de partidos com valores semelhantes. Dos seis presidentes eleitos após 21 anos de ditadura militar, por exemplo, cinco deles pertenciam à chamada ala direita ou centro-direita.

“Dilma está ligada à Erenice Guerra, funcionária corrupta, e à quebra de sigilo fiscal de adversários políticos.”
Mentira. Apesar do alarde da imprensa, até agora os resultados das investigações não provaram o vínculo de Dilma Rousseff com o suposto esquema de tráfico de influência na Casa Civil, nem muito menos a ligação institucional do PT com a quebra de sigilo fiscal de adversários. Dilma não pode ser responsabilizada por erros cometidos pelo filho de uma ex-assessora nem por supostos erros cometidos por alguns dos mais de 1 milhão de filiados do PT.

“O PT é corrupto. Dilma está no PT. Logo, Dilma é corrupta.”
Mentira.  A generalização é caluniosa. Pode haver algumas pessoas filiadas ao partido que praticaram corrupção, e elas devem ser punidas e expulsas da legenda. Mas dizer que o PT, enquanto instituição, é corrupto, é uma calúnia.  Ademais, situações de corrupção não são exclusivas do PT. Muitas delas, inclusive, foram divulgadas pela imprensa sem provas. Ainda assim, é preciso, com urgência, melhorar os mecanismos de fiscalização dos candidatos da legenda.

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