domingo, 31 de outubro de 2010

O futuro se apresenta

Povo bem informado é difícil de ser enganado:
sabe o que quer e rejeita falsificações.
Brincam com as mãos de um trabalhador...
...que continuam as mesmas mãos...
... que passam à frente a outras mãos...
... e para que continue assim em caminho promissor, o mais urgente é a prática do direito de todos à informação e à comunicação. Sem isso não existe democracia.
Brasil para todos, mesmo, somente com Banda Larga Para Todos.





sábado, 30 de outubro de 2010

Jesus disse, Lucas e Mateus escreveram: "Hipócritas! Tirem primeiro as vigas* dos seus próprios olhos!"

Parece que estão cantando um hino religioso
Mas estão difamando e caluniando
O cisco no olho do irmão
Lucas 6,41-42 
“Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho?  Como é que você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão".

Mateus 7,3-5
“Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu? Como ousas dizer a teu irmão: “deixa-me tirar a palha do teu olho”, quando tens uma trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão.” (Mt)


Mônica Serra Allende disse às suas alunas de dança na Unicamp que ela e o marido José Serra fizeram um aborto voluntário na década de 60 no Chile. Nem a Mônica grávida nem o bebê tinham problemas de saúde. Alegou que viviam em época de ditadura e estavam inseguros em ter um filho. Por isso fizeram o aborto.
Não é verdade que a Sra. Mônica tenha vivido sob ditadura a não ser nos primeiros dias do golpe militar chileno, pois foi das primeiras pessoas a fugir da barbárie do regime de Pinochet, juntamente com seu marido José Serra, que já fugira do golpe militar brasileiro em 1964, também logo no seu início, nunca tendo vivido ou lutado efetivamente contra as ditaduras no Brasil e no Chile. Nem seu José nem dona Mônica. Foram se exilar nos Estados Unidos de Nixon e Kissinger, promotores do sangrento golpe (e que já deviam ter a ficha política de José Serra desde a UNE), onde estudaram vários anos na Universidade de Cornell, uma universidade privada e cara (clique aqui e aqui).
Diante de toda a grande mídia brasileira, também chamada de Partido da Imprensa Golpista, essa mesma senhora difamou ao máximo possível uma outra senhora que nunca havia praticado tal ato. A um eleitor evangélico, que citava Jesus Cristo como o “único homem que prestou no mundo” e que declarou voto em Dilma, a esposa do candidato José Serra afirmou que a petista é a favor do aborto. “Ela é a favor de matar as criancinhas”, disse a mulher de Serra ao vendedor ambulante Edgar da Silva, de 73 anos, em Nova Iguaçu, na baixada fluminense.
Quando José Serra era ministro da saúde assinou em novembro de 1998 norma técnica para o SUS (Sistema Único de Saúde), ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez.
Foi uma norma necessária para a saúde pública da mulher brasileira, em atendimento à legislação já votada há muito tempo. Mas José Serra fez e não deveria esconder, porque era ministro do poder executivo e tinha obrigação de executar a lei promulgada.
Dilma nunca disse ser a favor do aborto. Ela se posicionou, abordando o tema como uma questão de saúde pública.
Causa espécie que Serra engrosse, agora, o coro dos que pretendem condenar Dilma Rousseff por uma opinião sobre uma política implementada pelo próprio Serra.


* Devido à pressa por causa da eleição, tivemos que utilizar, em vez de traves, conforme consta na parábola, vigas de viaduto já caídas em cima dos carros que trafegavam pela Rodovia Raposo Tavares, obtidas em fotos sobre o acidente  do Rodoanel.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cristão, Idólatra, Evangélico, ou apenas um Fariseu Oportunista?

Os bispos Benedito Beni e Luiz Gonzaga Bergonzini fazem campanha para Serra, observados pelo sorridente presidente da CNBB
Deu na folha de São Paulo:
Serra elogia papa; Dilma não vê prejuízo
Tucano diz que Bento 16 tem "pleno direito" de orientar fiéis, e petista nega relação entre texto e polêmica do aborto
Candidato do PSDB faz campanha com caráter religioso, e adversária reafirma sua posição contrária à prática
DO ENVIADO A UBERLÂNDIA (MG)
DE BRASÍLIA

No dia em que o papa condenou o aborto e pediu para os bispos brasileiros orientarem politicamente os fiéis católicos, o candidato José Serra (PSDB) elogiou Bento 16 e retomou o tom religioso na sua campanha.
"O fato é que o líder espiritual mundial da Igreja Católica tem pleno direito de emitir as suas diretrizes e orientações para os católicos do mundo. Ele tem plena liberdade de fazê-lo, é um guia espiritual muito importante", disse Serra, em Uberlândia.
"E defesa da vida é o que merece fazer parte das palavras do papa, além do que é previsível, além do que é bom para o mundo ouvir isso, a defesa da vida."
Antes de dar entrevista, Serra também imprimiu tom religioso em dois momentos de sua campanha ontem.
Primeiro, ganhou de presente uma imagem de Nossa Senhora da Abadia, padroeira de cidades do Triângulo Mineiro, que ele ergueu como se fosse uma taça.
Depois, em discurso, citou a Bíblia para enaltecer sua estada em Minas, onde estava na companhia dos senadores eleitos Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS) e do governador Antonio Anastasia (PSDB).
"Eu não sei qual é o trecho da Bíblia, mas há um trecho na Bíblia que Deus vem a Salomão, em sonho, no dia em que ele assume o reinado, e oferece a ele qualquer coisa: "Tudo que você quiser será dado". E Salomão respondeu: "Eu só quero uma coisa, sabedoria e conhecimento", disse Serra, sob aplausos.

DILMA
Dilma Rousseff (PT) também comentou a declaração de Bento 16 ontem. A presidenciável disse que não vê prejuízos para sua campanha na mensagem do papa para que bispos brasileiros preguem voto contra políticos que defendam a descriminalização do aborto.
Ela negou qualquer constrangimento com a fala e afirmou que é preciso respeitar o posicionamento do papa que, segundo ela, é uma orientação. "Eu acho que é a posição do papa e tem que ser respeitada. Ele tem o direito de manifestar o que pensa. É a crença dele."
Antes de ser candidata, Dilma defendeu abertamente a descriminalização da prática. Já na campanha, disse ser contra e que a discussão cabe ao Congresso.
Para Dilma, a manifestação de Bento 16 não tem relação com os rumores que circularam contra ela em templos e igrejas de que a petista defenderia o aborto.
"Vamos separar as questões. Eu não acho que o papa tem nada a ver com isso. No Brasil, ocorreu outra coisa: uma campanha que não veio à luz do dia. Foi uma campanha de difamações, calúnias e algumas feitas ao arrepio da lei. Ele [papa] veio a público e falou a posição dele", afirmou.
A candidata reafirmou que é "pessoalmente contra o aborto", mas defendeu que a prática seja tratada como questão de saúde pública.


(PAULO PEIXOTO, MÁRCIO FALCÃO E RANIER BRAGON)




quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Zé Mola para presidente? Que peninha...

-- Trololó, bateram forte! Tô no mundo da Lua!
Deu na Folha de São Paulo

16/10/2010 - 18h35
Visita de Serra a missa no Ceará termina em tumulto
FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL A CANINDÉ (CE)

Terminou em tumulto a visita do candidato do PSDB à Presidência,José Serra, a uma missa na festa de São Francisco, em Canindé, interior do Ceará, na tarde deste sábado. A festa é o maior evento religioso da cidade.
Havia militantes com bandeiras do PT e de Serra. No final da missa, houve corre-corre e o tucano chegou a ser empurrado, mas não se feriu.
Os ânimos foram inflamados por declarações do frade que celebrou a missa, cujo nome não foi informado.
Ele reclamou da chegada de Serra quando a cerimônia já estava em andamento e declarou, na presença do tucano, que a igreja não autoriza a divulgação de panfletos associando a presidenciável petista Dilma Rousseff à defesa do aborto.

"PROFANAÇÃO"
Quando chegou ao local da festa, Serra foi vaiado por cerca de cem militantes petistas que, segundo a Guarda Municipal, faziam um bandeiraço em frente à catedral.
Ao entrar na missa, em um galpão atrás da catedral, Serra e comitiva sentaram nas primeiras fileiras, provocando uma pequena confusão, o que irritou o frade.
"Gostaria que a missa não fosse tumultuada com os políticos que aqui chegaram, por favor", disse ele.
Durante a missa, o frade disse que não se referia a "A" ou a "B", mas àqueles que estavam conversando. "Se vieram com outra intenção, peço que saiam assim como entraram", disse. "Isso é uma profanação", afirmou.
Perto do fim da missa, o frade exibiu um panfleto que, segundo ele, atacava Dilma. "Acusam a candidata do PT em nome da igreja. Não é verdade", disse o frade.
O plateia aplaudiu. "Não está autorizada essa coisa. A igreja não está autorizando essas coisas", repetiu ele.
No final da missa começaram a chegar ao local militantes com bandeiras de Serra --e foi quando houve o tumulto com a militância petista. Serra não quis comentar as declarações do frade.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que acompanhou a missa, se exaltou e afirmou que era um "padre petista" como aquele que estava "causando problemas à igreja".
Seguranças da igreja não permitiram que a imprensa se aproximasse do religioso.

"TENHO UMA MOLA"
Antes da missa, Serra havia se reunido com políticos locais. "Tenho sofrido nesta campanha ataques, mentiras de profissionais da mentira que nunca imaginei na minha vida", discursou, sem explicar ao que se referia.
"Não fosse a minha vida, meu testemunho que sempre dei de correção na vida pública, eu ficaria abalado. No caso, agora, faço o contrário. Tenho uma mola. No momento que batem, eu subo."
Com Agência Brasil 

Zé Molinha pula bolinha

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O que os jornalistas do Brasil vão fazer com isso?

Amaury Ribeiro Jr., jornalista investigativo várias vezes premiado


Leia o depoimento completo de Amaury à Polícia Federal aqui ou aqui.




terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alckmin & Serra somem com R$400 milhões do SUS

Ê... São Paulo
Ê... São Paulo

26 de outubro de 2010 às 11:49h

Governador eleito terá de dar conta de verba assim que assumir o estado 
Por Leandro Fortes

Quando assumir, pela terceira vez, o governo do estado de São Paulo em 1º de janeiro de 2011, o tucano Geraldo Alckmin terá que prestar contas de um sumiço milionário de recursos federais do Ministério da Saúde dimensionado, em março passado, pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). O dinheiro, quase 400 milhões de reais, deveria ter sido usado para garantir remédios de graça para 40 milhões de cidadãos, mas desapareceu na contabilidade dos governos do PSDB nos últimos 10 anos. Por recomendação dos auditores, com base na lei, o governo paulista terá que explicar onde foram parar essas verbas do SUS e, em seguida, ressarcir aUnião pelo prejuízo.
O relatório do Denasusfoi feito a partir de auditorias realizadas em 21 estados. Na contabilidade que vai de janeiro de 1999 e junho de 2009. Por insuficiência de técnicos, restam ainda seis estados a serem auditados. O número de auditores-farmacêuticos do País, os únicos credenciados para esse tipo de fiscalização, não chega a 20. Nesse caso, eles focaram apenas a área de Assistência Farmacêutica Básica, uma das de maior impacto social do SUS. A auditoria foi pedida pelo Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, para verificar denúncias de desvios de repasses de recursos do SUS para compra e distribuição de medicamentos nos sistemas estaduais de saúde.
O caso de São Paulo não tem parâmetro em nenhuma das demais 20 unidades da federação analisadas pelo Denasus até março de 2010, data de fechamento do relatório final. Depois de vasculhar todas as nuances do modelo de gestão de saúde estadual no setor de medicamentos, os analistas demoraram 10 meses para fechar o texto. No fim das contas, os auditores conseguiram construir um retrato bem acabado do modo tucano de gerenciar a saúde pública, inclusive durante o mandato de José Serra, candidato do PSDB à presidência. No todo, o período analisado atinge os governos de Mário Covas (primeiro ano do segundo mandato, até ele falecer, em março de 2001); dois governos de Geraldo Alckmin (de março de 2001 a março de 2006, quando ele renunciou para ser candidato a presidente); o breve período de Cláudio Lembo, do DEM (até janeiro de 2007); e a gestão de Serra, até março de 2010, um mês antes de ele renunciar para disputar a eleição.
Ao se debruçarem sobre as contas da Secretaria Estadual de Saúde, os auditores descobriram um rombo formidável no setor de medicamentos: 350 milhões de reais repassados pelo SUS para o programa de assistência farmacêutica básica no estado simplesmente desapareceram. O dinheiro deveria ter sido usado para garantir aos usuários potenciais do SUS acesso gratuito a remédios, sobretudo os mais caros, destinados a tratamentos de doenças crônicas e terminais. É um buraco e tanto, mas não é o único.
A avaliação dos auditores detectou, ainda, uma malandragem contábil que permitiu ao governo paulista internalizar 44 milhões de reais do SUS nas contas como se fossem recursos estaduais. Ou seja, pegaram dinheiro repassado pelo governo federal para comprar remédios e misturaram com as receitas estaduais numa conta única da Secretaria de Fazenda, de forma ilegal. A Constituição Federal determina que para gerenciar dinheiro do SUS os estados abram uma conta específica, de movimentação transparente e facilmente auditável, de modo a garantir a plena fiscalização do Ministério da Saúde e da sociedade. Em São Paulo essa regra não foi seguida. O Denasus constatou que os recursos federais do SUS continuam movimentados na Conta Única do Estado. Os valores são transferidos imediatamente depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED).
Em fevereiro, reportagem de CartaCapital demonstrou que em três dos mais desenvolvidos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS foram, ao longo dos últimos quatro anos, aplicados no mercado financeiro. O fato foi constatado pelo Denasus após um processo de auditoria em todas as 27 unidades da federação. Trata-se de manobra contábil ilegal para incrementar programas estaduais de choque de gestão, como manda a cartilha liberal seguida pelos tucanos e reforçada, agora, na campanha presidencial. Ao todo, de acordo com os auditores, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passava, à época, de 6,5 bilhões de reais, dos quais mais de 1 bilhão de reais apenas em São Paulo.
Ao analisar as contas paulistas, o Denasus descobriu que somente entre 2006 e 2009, nos governos de Alckmin e Serra, dos 77,8 milhões de reais do SUS aplicados no mercado financeiro paulista, 39,1 milhões deveriam ter sido destinados para programas de assistência farmacêutica – cerca de 11% do montante apurado, agora, apenas no setor de medicamentos, pelos auditores do Denasus. Além do dinheiro de remédios para pacientes pobres, a primeira auditoria descobriu outros desvios de dinheiro para aplicação no mercado financeiro: 12,2 milhões dos programas de gestão, 15,7 da vigilância epidemiológica, 7,7 milhões do combate a DST/Aids e 4,3 milhões da vigilância epidemiológica.
A análise ano a ano dos auditores demonstra ainda uma prática sistemática de utilização de remédios em desacordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) estabelecida pelo Ministério da Saúde, atualizada anualmente. A lista engloba medicamentos usados nas doenças mais comuns pelos brasileiros, entre os quais antibióticos, antiinflamatórios, antiácidos e remédios para dor de cabeça.  Entre 2006 e 2008, por exemplo, dos 178 medicamentos indicados por um acordo entre a Secretaria de Saúde de São Paulo e o programa de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, 37 (20,7%) não atendiam à lista da Rename.
Além disso, o Denasus constatou outra falha. Em 2008, durante o governo Serra, 11,8 milhões do Fundo Nacional de Saúde repassados à Secretaria de Saúde de São Paulo para a compra de remédios foram contabilizados como “contrapartida estadual” no acordo de Assistência Farmacêutica Básica. Ou seja, o governo paulista, depois de jogar o recurso federal na vala comum da Conta Única do Estado, contabilizou o dinheiro como oriundo de receitas estaduais, e não como recurso recebido dos cofres da União.
Apenas em maio, dois meses depois de terminada a auditoria do Denasus, a Secretaria Estadual de Saúde resolveu se manifestar oficialmente sobre os itens detectados pelos auditores. Ao todo, o secretário Luís Roberto Barradas Barata, apontado como responsável direto pelas irregularidades por que era o gestor do sistema, encaminhou 19 justificativas ao Denasus, mas nenhuma delas foi acatada. “Não houve alteração no entendimento inicial da equipe, ficando, portanto, mantidas todas as constatações registradas no relatório final”, escreveram, na conclusão do trabalho, os auditores-farmacêuticos.
Barata faleceu em 17 de julho passado, dois meses depois de o Denasus invalidar as justificativas enviadas por ele. Por essa razão, a discussão entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo sobre o sumiço dos 400 milhões de reais devidos ao programa de Assistência Farmacêutica Básica vai ser retomada somente no próximo ano, de forma institucional.


Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor, autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Mantém um blog chamado Brasília eu Vi

Será que ele tem o diploma?


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Todos nós adoramos ouvir isso!!!

Adaptado do




No dia 2 de Janeiro de 2011, um senhor se aproxima do Palácio da Alvorada , atravessa a Praça dos Três Poderes e fala para o sentinela que monta guarda:
-- "Por favor, eu gostaria de entrar e conversar com o Presidente Serra".
 O soldado olha para o homem e diz:
-- "Senhor, o Sr. Serra não é presidente e não mora aqui".
-- "Está bem", diz o homem, indo embora.
 No dia seguinte, o mesmo homem se aproxima novamente do Palácio da Alvorada e fala com o mesmo sentinela:
-- "Por favor, eu gostaria de entrar e conversar com o Presidente Serra".
 O soldado novamente diz:
-- "Senhor, como lhe falei ontem, o Sr Serra não é presidente e nem mora aqui".
O homem agradece e novamente se vai.
No dia 4 de janeiro ele volta, aproxima-se do Palácio Alvorada e fala com o mesmo guarda:
-- "Por favor, eu gostaria de entrar e conversar com o Presidente Serra".
 O soldado, compreensivelmente irritado, olha para o homem e diz:
-- "Senhor, este é o terceiro dia seguido que o Senhor vem aqui e pede para falar com o Sr. Serra. Eu já lhe disse que ele não é presidente, nem mora aqui. O Senhor não entendeu?"
 O homem olha para o soldado e diz:
-- "Sim, eu compreendi perfeitamente, mas eu adoro ouvir isso!!!"
 O soldado, em posição de sentido, presta uma vigorosa continência e diz:
-- "Até amanhã, Senhor!!!"




Espalhando a boa notícia: #dia31vote13

Meu amigo e minha amiga, vou falar com você sobre internet.
Eu sei que aqui na rede há vídeos legais, música bacana, coisas engraçadas, todo tipo de informação.

Mas também há muita gente mal intencionada, que distribui mentiras para os amigos e parentes. Esse tipo de gente engana os próprios amigos com informações erradas.

Só que nessa hora tem uma coisa muito clara: nós somos muito diferentes dos nossos adversários.

Então, ajude a esclarecer as pessoas que tem menos acesso às informações. E o caminho pra isso é simples: basta falar a verdade!

Entre nas redes sociais, mande emails para seus contatos, espalhe a boa notícia: vamos eleger Dilma presidente do Brasil



Deu no Tijolaço.com

Posto aí em cima o alerta de Lula sobre as baixarias na rede e seu pedido a todos nós por um esforço ainda maior nesta reta final. Sabemos que Dilma está crescendo e Serra caindo, mas os adversários não possui escrúpulos e têm a mídia a seu lado. O apelo de Lula é claro, vamos falar a verdade, mas vamos falar, todo o tempo e com todos aqueles que pudermos. E está funcionando: no Twitter, o #dia31vote13 está bombando e é um dos “trend topics” do Brasil. Se você usa o twitter, use a marca da campanha. Vamos mostrar que a internet não pode ser o esgoto das baixarias que eles querem torná-la. Vamos mostrar que informação e mobilização vence qualquer armação.



sábado, 23 de outubro de 2010

A democracia cria, consolida e garante direitos. Governo José Serra destrói a democracia.



depoimentos para o Brasil seguir mudando
Marilena Chauí, filósofa e professora da USP

O que é a democracia? A democracia não é apenas o regime formal da lei e da ordem. O que caracteriza a democracia e faz ela diferente de todos os regimes políticos é que ela é a criação de direitos, a consolidação e a garantia de direitos. E quando nós tomamos o governo Lula o que nós vemos é justamente a criação de direitos, o acesso à cidadania, o acesso aos direitos de milhões de brasileiros que estavam excluídos. Os Programas Sociais fizeram com que os direitos sociais, econômicos e culturais fossem garantidos para todos os cidadãos brasileiros.

A democracia, na medida em que ela cria direitos, ela exige que um país seja reconhecido pela sua estabilidade interna, pela capacidade da sua economia de assegurar a tranquilidade dos seus cidadãos. O que foi a política econômica do governo Lula? Foi exatamente isso, o que nos permitiu atravessar uma crise que abalou o mundo inteiro e não nos atingiu! E um governo democrático é aquele que garante também o direito da nação de aparecer como autônoma, independente, falando de igual para igual com as grandes potências mundiais. Nós estávamos acostumados com um Brasil submisso, um Brasil que obedecia ordens da Europa, ordens dos Estados Unidos. O que é que nós temos agora? Um Brasil que tem os seus direitos internacionais afirmados e garantidos!

Ora, diante dessa realização democrática, um governo possível, impossível, improvável, jamais virá, mas se houvesse um governo Serra, significaria a liquidação dessa democracia. Por que? Comecemos pela questão dos direitos sociais e políticos. O que é que caracteriza uma política neoliberal? A gente fala do enxugamento do estado e pensa sempre na privatização de empresas. É claro, como o Fernando Henrique declarou em público varias vezes, a alma da privatização da Vale do Rio Doce foi o Serra, e agora podem ler lá no “Valor Econômico” a pretensão deles de privatizar o Pré-sal.

Mas, o mais grave nesse enxugamento do Estado é o que acontece com os direitos sociais, porque o Estado deixa de ter responsabilidade pelos direitos sociais, como a educação e a saúde, transforma estes direitos em serviços, e esses serviços para serem vendidos e comprados no mercado. Isso é a privatização dos direitos, a desaparição dos direitos sociais, dos direitos econômicos e dos direitos culturais. Isso é uma destruição da democracia e é isto que ele representa: ele representa um Brasil internacionalmente submisso, um Brasil sem direitos sociais, econômicos e culturais e um Brasil de privatização das coisas mais importantes que asseguram a nossa economia. Não é possível admitir uma coisa dessa!

Marilena Chauí

Enquanto isso, no reino da Tucanolândia...


Publicado em 02/05/2010

Tocando nos bicos como assunto
Antonio Brás Constante
 
Pode parecer um assunto banal, mas o bico acompanha o homem desde os seus primeiros dias de vida, intimamente ligado às pessoas e literalmente na boca do povo. O bico pode ser considerado uma expressão multifuncional, pois é associado a várias situações e está inserido no contexto social da humanidade.
Quando a situação aperta e não se consegue emprego, o que se faz? Bicos para sobreviver. Quando se quer mandar tudo para os ares, logo se pensa em “dar um bico” nos problemas. Mesmo no seio de nosso lar (frase bem sugestiva), temos vários bicos espalhados pela casa, como por exemplo, os bicos do fogão, dos sapatos, de luz, etc.
Falando em seios, o bico também está inserido no imaginário erótico do público adulto, onde musas seminuas mexem com nossa volúpia, expondo as partes de seus corpos perfeitos e entre eles, não preciso dizer qual é um dos mais procurados pelos olhos masculinos (e de algumas mulheres também).
Os reinos animal, vegetal e mineral, estão repletos de bicos, espalhados em várias formas e cores. Também não podemos nos esquecer das doenças que trazem consigo o simbolismo do bico, como, por exemplo, o bico de papagaio, entre outras.
Nas expressões populares o bico ganha destaque. Quem já não ouviu falar que aquela beldade não é para o seu bico.
Muitos segredos são guardados, porque fulano foi obrigado a fechar o bico. Quem abre o bico pode se dar muito mal, então o melhor é ficar de bico calado.
Algumas pessoas ficam de bico quando estão magoadas, outras preferem molhar o bico e acabam se embebedando, mas se você fizer isto, cuidado! Pois, nestes casos sempre algum policial pode aparecer e acabar ficando no seu bico.
Mas não quero que pensem que estou aqui tentando levar os leitores no bico, falando apenas de assuntos compostos por essa palavra. Posso escrever sobre coisas mais importantes, como uma guerra, catástrofes naturais, as misérias do mundo, política ou mesmo sobre o resultado futebolístico do gauchão. Porém, é melhor não falar sobre nada disso. Afinal, em alguns assuntos não se deve meter o bico. 

Antonio Brás Constante se define como um eterno aprendiz de escritor, amigo e amante da musa inspiração. Lançou recentemente o livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br).


São Paulo, reino dos bicos grandes
São Paulo nós levamos no bico desde 1994 e acabamos de vencer no primeiro turno. É nosso mais fiel eleitorado. Para esse povo privatizamos quase tudo, desde distribuidoras de energia, de telecomunicações, bancos e estradas, que passaram a ser caminhos por onde ninguém passa sem pagar. Como os pedágios de Tróia no caminho para o Mar Negro, dos nabateus no caminho de Petra, dos tuaregues no Saara, dos senhores medievais europeus, tudo com muito lastro histórico, pois somos bastante cultos. Só não privatizamos ainda a Sabesp e a Cesp, mas não foi por falta de bico! E agora vamos dar de bico na bola do jogo privatizando o que falta para o povo de São Paulo e concretizando o sonho de Mário Covas. Governo tucano quer mostrar eficiência e competência, não pode ser bico mole na alienação das empresas estatais lucrativas. Não vai sobrar nenhuma empresa estatal. Além do que vamos privatizar e terceirizar a saúde e a educação, porque o estado não pode ser forte, tem que ser mínimo. Tem que dar lucro aos verdadeiros empreendedores da iniciativa privada, que oferecerão a custo mais baixo os serviços de saúde educação transporte moradia dentro da economia de mercado.
Somos gratos aos nossos eleitores de São Paulo, sempre tão generosos.
Vivam os nossos eleitores de São Paulo!
Vivam!
Melhor esse bico do que bico de papagaio, ai ai dodói
Bico fechado. Fale, mas não vá abrir o bico, hein?
Eu quero fazer biquinho mas meu bico é muito grande
quaiano o bico
 Meu bico doce, bom de bico,
São Paulo já tá no bico!
Tô numa sinuca de bico, tô no bico do corvo
de bico caído
Preciso fazer um bico até a próxima eleição
Eu vou também pegar no bico da chaleira
porque desta vez ainda não é para o meu bico

Polícia Federal: quebra de sigilos na Receita foi reação de Aécio Neves à espionagem da Cerra-Central de Espionagem do Serra

Araponga versus Araponga
Tucano versus Tucano
Serra espionou Aécio que espionou Serra
 A Polícia Federal confirma o que a blogosfera já dizia há vários meses: o caso das quebras de sigilo de pessoas ligadas a José Serra originou-se por reação dos tucanos mineiros à Central de Espionagem liderada por Marcelo Itajiba, deputado federal não reeleito e ex-delegado da Polícia Federal, que estava colhendo informações sobre o governador Aécio Neves, que disputava com Serra a candidatura tucana à presidência. Itajiba já atuara em investigações e montagens de inúmeros dossiês contra adversários políticos de José Serra a partir de uma "central de segurança e contra-espionagem" instalada em 2002 no Ministério da Saúde de José Serra, quando produziu, entre outras ações, o caso Lunus contra Roseana Sarney, então líder nas pesquisas como candidata da demotucanagem.
     -- Eu também, uai!    -- Eu quero saber tudo de você!  

Leia o depoimento completo de Amaury à Polícia Federal aqui ou aqui.

Deu no Luis Nassif Online:
O caso do dossiê Amaury 
Enviado por luisnassif, qua, 20/10/2010 - 10:55

Para entender melhor o inquérito da Polícia Federal sobre a quebra do sigilo fiscal dos tucanos.
As investigações foram encerradas na semana passada, inclusive com a tomada de depoimento do repórter Amaury Jr por mais de dez horas.
A conclusão final do inquérito foi a de que Amaury trabalhou o dossiê a serviço do Estado de Minas e do governador Aécio Neves - como uma forma de se defender de esperados ataques de José Serra.
Em negociação com o Palácio, a cúpula da Polícia Federal decidiu segurar as conclusões para após as eleições, para não dar margem a nenhuma interpretação de que o inquérito pudesse ter influência política.
No entanto, a advogada de Eduardo Jorge - que tem acesso às peças do inquérito por conta de uma liminar na Justiça - conseguiu as informações. Conferindo seu conteúdo explosivo, aparentemente pretendeu montar um antídoto. Vazou as informações para a Folha, dando ênfase ao acessório - a aproximação posterior de Amaury com a pré-campanha de Dilma - para diluir o essencial - o fato de que o dossiê foi fogo amigo no PSDB.
Neste momento - segundo informações de repórteres de Brasília com acesso a investigadores - discute-se na PF a oportunidade ou não de uma coletiva para colocar as peças no devido lugar.
Aparentemente, a operação de Eduardo Jorge acabou sendo um tiro no pé. A partir de agora, não haverá como a velha mídia ignorar o inquérito e suas conclusões.

Deu no


Violação da lógica
Leandro Fortes 22 de outubro de 2010 às 9:26
A mídia rebola para esconder o fato: a quebra do sigilo da turma de Serra é fruto de uma guerra tucana. A PF revelou ter sido o jornalista Amaury Ribeiro Jr. (foto), então a serviço do jornal O Estado de Minas, que encomendou a despachantes de São Paulo a quebra dos sigilos.

Apesar do esforço em atribuir a culpa à campanha de Dilma Rousseff, o escândalo da quebra dos sigilos fiscais de políticos do PSDB e de parentes do candidato José Serra que dominou boa parte do debate no primeiro turno teve mesmo a origem relatada por CartaCapital em junho: uma disputa fratricida no tucanato.
Obrigada a abrir os resultados do inquérito após uma reportagem da Folha de S.Paulo com conclusões distorcidas, a Polícia Federal revelou ter sido o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, então a serviço do jornal O Estado de Minas, que encomendou a despachantes de São Paulo a quebra dos sigilos. O serviço ilegal foi pago. E há, como se verá adiante, divergências nos valores desembolsados (o pagamento­ ­teria ­variado, segundo as inúmeras versões, de 8 mil a 13 mil reais).
Ribeiro Júnior prestou três depoimentos à PF. No primeiro, afirmou que todos os documentos em seu poder haviam sido obtidos de forma legal, em processos públicos. Confrontado com as apurações policiais, que indicavam o contrário, foi obrigado nos demais a revelar a verdade. Segundo contou o próprio repórter, a encomenda aos despachantes fazia parte de uma investigação jornalística iniciada a pedido do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que buscava uma forma de neutralizar a arapongagem contra ele conduzida pelo deputado federal e ex-delegado Marcelo Itagiba, do PSDB. Itagiba, diz Ribeiro Júnior, agiria a mando de Serra. À época, Aécio disputava com o colega paulista a indicação como candidato à Presidência pelo partido.
Ribeiro Júnior disse à PF ter sido escalado para o serviço diretamente pelo diretor de redação do jornal mineiro, Josemar Gimenez, próximo à irmã de Aécio, Andréa Neves. A apuração, que visava levantar escândalos a envolver Serra e seus aliados durante o processo de privatização do governo Fernando Henrique Cardoso, foi apelidada de Operação Caribe. O nome sugestivo teria a ver com supostas remessas ilegais a paraísos fiscais.
Acuado por uma investigação tocada por Itagiba, chefe da arapongagem de Serra desde os tempos do Ministério da Saúde, Aécio temia ter a reputação assassinada nos moldes do sucedido com Roseana Sarney, atual governadora do Maranhão, em 2002. Naquele período, a dupla Itagiba-Serra articulou com a Polícia Federal a Operação Lunus, em São Luís (MA), que flagrou uma montanha de dinheiro sujo na empresa de Jorge Murad, marido de Roseana, então no PFL. Líder nas pesquisas, Roseana acabou fora do páreo após a imagem do dinheiro ter sido exibida diuturnamente nos telejornais. Serra acabou ungido a candidato da aliança à Presidência, mas foi derrotado por Lula. A família Sarney jamais perdoou o tucano pelo golpe.
Influente nos dois mandatos do irmão, Andréa Neves foi, por sete anos, presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) de Minas Gerais, cargo tradicional das primeiras-damas mineiras, ocupado por ela por conta da solteirice de Aécio. Mas nunca foi sopa quente ou agasalho para os pobres a vocação de Andréa. Desde os primeiros dias do primeiro mandato do irmão, ela foi escalada para intermediar as conversas entre o Palácio da Liberdade e a mídia local. Virou coordenadora do Grupo Técnico de Comunicação do governo, formalmente criado para estabelecer as diretrizes e a execução das políticas de prestação de contas à população. Suas relações com Gimenez se estreitaram.
Convenientemente apontado agora como “jornalista ligado ao PT”, Ribeiro Júnior sempre foi um franco-atirador da imprensa brasileira. E reconhecido.­ Aos 47 anos, ganhou três prêmios Esso e quatro vezes o Prêmio Vladimir Herzog, duas das mais prestigiadas premiações do jornalismo nativo. O repórter integra ainda o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e é um dos fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Entre outros veículos, trabalhou no Jornal do Brasil, O Globo e IstoÉ. Sempre se destacou como um farejador de notícia, sem vínculo com políticos e partidos. Também é reconhecido pela coragem pessoal. Nunca, portanto, se enquadrou no figurino de militante.
Em 19 de setembro de 2007, por exemplo, Ribeiro Júnior estava em um bar de Cidade Ocidental, em Goiás, no violento entorno do Distrito Federal, para onde havia ido a fim de fazer uma série de reportagens sobre a guerra dos traficantes locais. Enquanto tomava uma bebida, foi abordado por um garoto de boné, bermuda, casaco azul e chinelo com uma arma em punho. O jornalista pulou em cima do rapaz e, atracado ao agressor, levou um tiro na barriga. Levado consciente ao hospital, conseguiu se recuperar e, em dois meses, estava novamente a postos para trabalhar no Correio Braziliense, do mesmo grupo controlador do Estado de Minas, os Diários Associados. Gimenez acumula a direção de redação dos dois jornais.
Depois de baleado, Ribeiro Júnior, contratado pelos Diários Associados desde 2006, foi transferido para Belo Horizonte, no início de 2008, para sua própria segurança. A partir de então, passou a ficar livre para tocar a principal pauta de interesse de Gimenez: o dossiê de contrainformação encomendado para proteger Aécio do assédio da turma de Serra. O jornalista tinha viagens e despesas pagas pelo jornal mineiro e um lugar cativo na redação do Correio em Brasília, inclusive com um telefone particular. Aos colegas que perguntavam de suas rápidas incursões na capital federal, respondia, brincalhão: “Vim ferrar com o Serra”.
Na quarta-feira 20, por ordem do ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a cúpula da PF foi obrigada a se movimentar para colocar nos eixos a história da quebra de sigilos. A intenção inicial era só divulgar os resultados após o término das eleições. O objetivo era evitar que as conclusões fossem interpretadas pelos tucanos como uma forma de tentar ajudar a campanha de Dilma Rousseff. Mas a reportagem da Folha, enviezada, obrigou o governo a mudar seus planos. E precipitou uma série de versões e um disse não disse, que acabou por atingir o tucanato de modo irremediável.
Em entrevista coletiva na quarta-feira 20, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, e o delegado Alessandro Moretti, da Divisão de Inteligência Policial (DIP), anunciaram não existir relação entre a quebra de sigilo em unidades paulistas da Receita Federal e a campanha presidencial de 2010. De acordo com Moretti, assim como constou de nota distribuída aos jornalistas, as provas colhidas revelaram que Ribeiro Júnior começou a fazer levantamento de informações de empresas e pessoas físicas ligadas a tucanos desde o fim de 2008, por conta do trabalho no Estado de Minas. A informação não convenceu boa parte da mídia, que tem arrumado maneiras às vezes muito criativas de manter aceso o suposto elo entre a quebra de sigilo e a campanha petista.
Em 120 dias de investigação, disse o delegado Moretti, foram ouvidas 37 testemunhas em mais de 50 depoimentos, que resultaram nos indiciamentos dos despachantes Dirceu Rodrigues Garcia e Antonio Carlos Atella, além do office-boy Ademir Cabral, da funcionária do Serpro cedida à Receita Federal Adeildda dos Santos, e Fernando Araújo Lopes, suspeito de pagar à servidora pela obtenção das declarações de Imposto de Renda. Ribeiro Júnior, embora tenha confessado à PF ter encomendado os do­cumentos, ainda não foi indiciado. Seus advogados acreditam, porém, que ele não escapará. Um novo depoimento do jornalista à polícia já foi agendado.
De acordo com a investigação, a filha e o genro do candidato do PSDB, Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, tiveram os sigilos quebrados na delegacia da Receita de Santo André, no ABC Paulista. Outras cinco pessoas, das quais quatro ligadas ao PSDB, tiveram o sigilo violado em 8 de outubro de 2009, numa unidade da Receita em Mauá, também na Grande São Paulo. Entre elas aparecem o ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, e Gregório Preciado, ex-sócio de Serra. O mesmo ocorreu em relação a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil e tesoureiro de campanhas de Serra e FHC.
Segundo dados da PF, todas as quebras de sigilo ocorreram entre setembro e outubro de 2009. As informações foram utilizadas para a confecção de relatórios, e todas as despesas da ação do jornalista, segundo o próprio, foram custeadas pelo jornal mineiro. Mas o repórter informou aos policiais ter disposto de 12 mil reais, em dinheiro, para pagar pelos documentos – 8,4 mil reais, segundo Dirceu Garcia – e outras despesas de viagem e hospedagem. Garcia revelou ao Jornal Nacional, da TV Globo, na mesma quarta 20, ter recebido 5 mil reais de Ribeiro Júnior, entre 9 e 19 de setembro passado, como “auxílio”. A PF acredita que o “auxílio” é, na verdade, uma espécie de suborno para o despachante não confessar a quebra ilegal dos sigilos.
A nota da PF sobre a violação fez questão de frisar que “não foi comprovada sua utilização em campanha política”, base de toda a movimentação da mídia em torno de Ribeiro Júnior desde que, em abril, ele apareceu na revista Veja como integrante do tal “grupo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff. Embora seja a tese de interesse da campanha tucana e, por extensão, dos veículos de comunicação engajados na candidatura de Serra, a ligação do jornalista com o PT não chegou a se consumar e é um desdobramento originado da encomenda feita por Aécio.
A vasta apuração da Operação Caribe foi transformada em uma reportagem jamais publicada pelo Estado de Minas. O material, de acordo com Ribeiro Júnior, acabou por render um livro que ele supostamente pretende lançar depois das eleições. Intitulado Os Porões da Privataria, a obra pretende denunciar supostos esquemas ilegais de financiamento, lavagem de dinheiro e transferência de recursos oriundos do processo de privatização de estatais durante o governo FHC para paraísos fiscais no exterior. De olho nessas informações, e preocupado com “espiões” infiltrados no comitê, o então coordenador de comunicação da pré-campanha de Dilma, Luiz Lanzetta, decidiu procurar o jornalista.
Lanzetta conhecia Ribeiro Júnior e também sabia que o jornalista tinha entre suas fontes notórios arapongas de Brasília. Foi o repórter quem intermediou o contato de Lanzetta com o ex-delegado Onézimo Souza e o sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. O quarteto encontrou-se no restaurante Fritz, localizado na Asa Sul da capital federal, em 20 de abril. Aqui, as versões do conteú­do do convescote divergem. Lanzetta e Ribeiro Júnior garantem que a intenção era contratar Souza para descobrir os supostos espiões. Segundo o delegado, além do monitoramento interno, a dupla queria também uma investigação contra Serra.
O encontro no Fritz acabou por causar uma enorme confusão na pré-campanha de Dilma e, embora não tenha resultado em nada, deu munição para a oposição e fez proliferar, na mídia, o mito do “grupo de inteligência” montado para fabricar dossiês contra Serra. A quebra dos sigilos tornou-se uma obsessão do programa eleitoral tucano, até que, ante a falta de dividendos eleitorais, partiu-se para um alvo mais eficiente: os escândalos de nepotismo a envolver a então ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
O tal “grupo de inteligência” que nunca chegou a atuar está na base de outra disputa fratricida, desta vez no PT. De um lado, Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte que indicou a empresa de Lanzetta, a Lanza Comunicações, para o trabalho no comitê eleitoral petista. Do outro, o deputado estadual por São Paulo Rui Falcão, interessado em assumir maior protagonismo na campanha de Dilma Rousseff. Essa guerra de poder e dinheiro resultou em um escândalo à moda desejada pelo PSDB.
Em um dos depoimentos à polícia, Ribeiro Júnior acusa Falcão de ter roubado de seu computador as informações dos sigilos fiscais dos tucanos. Segundo o jornalista, o deputado teria mandado invadir o quarto do hotel onde ele esteve hospedado em Brasília. Também atribuiu ao petista o vazamento de informações a Veja. O objetivo de Falcão seria afastar Lanzetta da pré-campanha e assumir maiores poderes. À Veja, Falcão teria se apresentado como o lúcido que impediu que vicejasse uma nova versão dos aloprados, alusão aos petistas presos em 2006 quando iriam comprar um dossiê contra Serra. Em nota oficial, o parlamentar rebateu as acusações. Segundo Falcão, Ribeiro Júnior terá de provar o que diz.
As conclusões do inquérito não satisfizeram a mídia. Na quinta 21, a tese central passou a ser de que Ribeiro Júnior estava de férias – e não a serviço do jornal – quando veio a São Paulo buscar a encomenda feita ao despachante. E que pagou a viagem de Brasília à capital paulista em dinheiro vivo. Mais: na volta das férias, o jornalista teria pedido demissão do Estado de Minas sem “maiores explicações”.
É o velho apego a temas acessórios para esconder o essencial. Por partes: A retirada dos documentos em São Paulo é resultado de uma apuração, conduzida, vê-se agora, por métodos ilegais, iniciada quase um ano antes. Não há dúvidas de que o diá­rio mineiro pagou a maioria das despesas do repórter para o levantamento das informações. Ele não é filiado ao PT ou trabalhou na campanha ou na pré-campanha de Dilma.
Ribeiro Júnior pediu demissão, mas não de forma misteriosa como insinua a imprensa. O pedido ocorreu por causa da morte de seu pai, dono de uma pizzaria e uma fazenda em Mato Grosso. Sem outros parentes que ­pudessem cuidar do negócio, o jornalista decidiu trocar a carreira pela vida de pequeno empresário. Neste ano, decidiu regressar ao jornalismo. Hoje ele trabalha na TV Record.
Quando o resultado do inquérito veio à tona, a primeira reação do jornal mineiro foi soltar uma nota anódina que nem desmentia nem confirmava o teor dos depoimentos de Ribeiro Júnior. “O Estado de Minas é citado por parte da imprensa no episódio de possível violação de dados fiscais de pessoas ligadas à atual campanha eleitoral. Entende que isso é normal e recorrente, principalmente às vésperas da eleição, quando os debates se tornam acalorados”, diz o texto. “O jornalista Amaury Ribeiro Júnior trabalhou por três anos no Estado de Minas e publicou diversas reportagens. Nenhuma, absolutamente nenhuma, se referiu ao fato agora em questão. O Estado de Minas faz jornalismo.”
No momento em que o assunto tomou outra dimensão, a versão mudou bastante. Passou a circular a tese de que Ribeiro Júnior agiu por conta própria, durante suas férias. Procurado por CartaCapital, Gimenez ficou muito irritado com perguntas sobre a Operação Caribe. “Não sei de nada, isso é um absurdo, não estou lhe dando entrevista”, disse, alterado, ao telefone celular. Sobre a origem da pauta, foi ainda mais nervoso. “Você tem de perguntar ao Amaury”, arrematou. Antes de desligar, anunciou que iria divulgar uma nova nota pública, desta vez para provar que Ribeiro Júnior, funcionário com quem manteve uma relação de confiança profissional de quase cinco anos, não trabalhava mais nos Diários Associados quando os sigilos dos tucanos foram quebrados na Receita.
A nota, ao que parece, nem precisou ser redigida. Antes da declaração de Gimenez a CartaCapital, o UOL, portal na internet do Grupo Folha, deu guarida à versão. Em seguida, ela se espalhou pelo noticiário. Convenientemente.
O que Gimenez não pode negar é a adesão do Estado de Minas ao governador Aécio Neves na luta contra a indicação de Serra. Ela se tornou explícita em 3 de fevereiro deste ano, quando um editorial do jornal intitulado Minas a Reboque, Não! soou como um grito de guerra contra o tucanato paulista. No texto, iniciado com a palavra “indignação”, o diário partiu para cima da decisão do PSDB de negar as prévias e impor a candidatura de Serra contra as pretensões de Aécio. Também pareceu uma resposta às insinuações maldosas de um articulista de O Estado de S. Paulo dirigidas ao governador de Minas.
“Os mineiros repelem a arrogância de lideranças políticas que, temerosas do fracasso a que foram levados por seus próprios erros de avaliação, pretendem dispor do sucesso e do reconhecimento nacional construído pelo governador Aécio Neves”, tascou o editorial. Em seguida, desfiam-se as piores previsões possíveis para a candidatura de Serra: “Fazem parecer obrigação do líder mineiro, a quem há pouco negaram espaço e voz, cumprir papel secundário, apenas para injetar ânimo e simpatia à chapa que insistem ser liderada pelo governador de São Paulo, José Serra”. E termina, melancólico: “Perplexos ante mais essa demonstração de arrogância, que esconde amadorismo e inabilidade, os mineiros estão, porém, seguros de que o governador ‘político de alta linhagem de Minas’ vai rejeitar papel subalterno que lhe oferecem. Ele sabe que, a reboque das composições que a mantiveram fora do poder central nos últimos 16 anos, Minas desta vez precisa dizer não”.
Ao longo da semana, Aécio desmentiu mais de uma vez qualquer envolvimento com o episódio. “Repudio com veemência e indignação a tentativa de vinculação do meu nome às graves ações envolvendo o PT e o senhor Amaury Ribeiro Jr., a quem não conheço e com quem jamais mantive qualquer tipo de relação”, afirmou. O senador recém-eleito disse ainda que o Brasil sabe quem tem o DNA dos dossiês, em referência ao PT.
Itagiba, derrotado nas últimas eleições, também refutou as acusações de que teria comandado um grupo de espionagem com o intuito de atingir Aécio Neves, no meio da briga pela realização de prévias no PSDB. “Não sou araponga. Quando fui delegado fazia investigação em inquérito aberto, não espionagem, para pôr na cadeia criminosos do calibre desses sujeitos que formam essa camarilha inscrustada no PT.”

Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor, autor dos livros Jornalismo Investigativo, Cayman: o dossiê do medo e Fragmentos da Grande Guerra, entre outros. Mantém um blog chamado Brasília eu Vi.