sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ahmadinejad recepcionado como herói no Líbano

Em 14/10/2010 libaneses se reúnem em um campo de futebol da cidade de Bint Jbeil, no sul do Líbano, quase fronteira com Israel, para ouvir o presidente iraniano  Mahmoud Ahmadinejad em comício organizado pelo Hezbollah.
Mulheres libanesas com bandeiras do Líbano e do Irã recepcionam o presidente iraniano
Libanesas lançam pétalas de rosas à comitiva iraniana
Ahmadinejad recepcionado como herói no Líbano
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
18/10/2010, Franklin Lamb [1], “Speaking Freely”, Asia Times Online: On the road with Ahmadinejad  [2]
 
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu.
Sobre a mesma visita, lia-se:
no Washington Times, 12/10/2010: O desfile da vitória: Ahmadinejad no Líbano - A visita do presidente Mahmoud Ahmadinejad ao Líbano, que se inicia hoje, marca mais que uma vitória histórica do regime islâmico iraniano; marca também a vitória do Irã sobre Israel e todo o ocidente, na disputa pelo controle sobre o Líbano” [Reza Kahlili];
no Telegraph, Londres, 14/10/2010 - Mahmoud Ahmadinejad visita a fronteira Israel-Líbano  - Vídeos em: Ahmadinejad addresses rally near Israel border e Ahmadinejad gets warm welcome from Lebanese Shias - (nos dois vídeos, as imagens interessam mais do que o que dizem os comentaristas).



BEIRUTE. Ahmadinejad veio, viu e venceu.
Ao ver o presidente Mahmud Ahmadinejad jogar beijos para os trabalhadores que varriam o aeroporto de Beirute, na partida para o Irã, hoje pela manhã, um historiador cristão libanês comentou: “Esse persa vive hoje momento de maior glória que Cesar, depois de conquistar a Inglaterra pela segunda vez.”
Ahmadinejad de fato jogou muito mais que uma pedra contra os projetos EUA-Israel para o Líbano, energizado pela multidão que o seguia pelas ruas em adoração.
Ahmadinejad de fato jogou muito mais que uma pedra contra os projetos EUA-Israel para o Líbano, energizado pela multidão que o seguia pelas ruas em adoração.
Um Líbano agradecido ofereceu a Ahmadinejad o que um bispo local descreveu como a maior manifestação de apoio que o Líbano jamais viu; e que superou, até, a divisão sectária que atormenta o país. Foi manifestação maior que a ocorrida quando da visita do Papa João Paulo II, dia 10/5/1997.
Uma das causas importantes de tamanho apoio popular é a assistência que o Irã dá aos projetos sociais libaneses, há mais de 25 anos, e para a reconstrução do Líbano depois das agressões israelenses de 1993, 1996 e 2006. Em discurso recente, o secretário geral do Hizbollah detalhou a ajuda massiva que o país recebe do Irã, estimada em mais de 1 bilhão de dólares.
A comunidade diplomática no Líbano está amplamente convencida de que Ahmadinejad conseguiu promover a unidade dos grupos religiosos libaneses, acalmou a atmosfera política e trouxe propostas para equacionar os projetos econômicos mais desesperadamente urgentes no Líbano, mediante 17 acordos bilaterais. Oferta particularmente apreciada no Líbano foi a promessa de construir um complexo para produção de energia elétrica que fornecerá sete vezes mais eletricidade que o total hoje produzido no Líbano, que ainda enfrenta cortes de energia em todo o país. O racionamento, de três a 12 horas por dia, castiga praticamente todo o Líbano, com apagões totais em algumas áreas, às vezes durante vários dias.
As multidões gritavam, acenavam, cantavam. Jornais e televisões locais usaram expressões como “recepção de rock star”, “afeto massivo, transbordante”, para descrever a recepção que o povo libanês ofereceu ao presidente Ahmadinejad.
Ao longo da estrada, viam-se refugiados palestinos – que vivem encurralados nos terríveis campos que a ONU mantém no Líbano, privados até dos direitos civis mais elementares, ante a apatia da comunidade internacional e de várias seitas religiosas no próprio Líbano. Alguns choravam, lembranças da Nakba que lhes arrancou as terras e as casas e esperanças de voltar à sua Palestina sagrada e ao gozo do pleno Direito de Retorno.
Outros refugiados, muitos dos quais ilegais, iraquianos, afegãos, curdos e outros, todos unidos, clamando pela expulsão das forças de ocupação que devastam seus países de origem, acenavam com lenços e jogavam beijos. Vários trabalhadores ‘escravos convidados’, que ganham a vida como trabalhadores domésticos no Líbano, vindos de Sri Lanka, da Etiópia, do Sudão, das Filipinas e de outros países, viam-se também, misturados aos sírios que trabalham, a maioria, na construção civil no Líbano. Um punhado de personagens de O Vermelho e o Negro de Stendhal, gente que, procurando cavar seu espaço na vida, ajeita-se de um ou do outro lado, em associações que os obrigam a mostrar-se em eventos daquela magnitude.
Cerca de 750 mil pessoas, praticamente ¼ da população do Líbano, gente de todas as idades, aglomeraram-se ao longo da estrada que leva ao principal aeroporto de Beirute e em outros eventos, durante dois dias de intensa programação com várias aparições públicas, da visita do presidente Ahmadinejad ao Líbano. Esse “hóspede do povo libanês” foi saudado com pétalas de rosas vermelhas e amarelas e folhas verdes, as cores da bandeira do Irã. Por problemas de tráfego e dificuldades de deslocamento, alguns eventos previstos sofreram alguns atrasos, inclusive uma reunião com cidadãos, à moda dos “Town Hall Meeting com Obama” dos EUA. O evento foi programado para promover um encontro entre o presidente Ahmadinejad e 15 cidadãos norte-americanos que vivem no Líbano – professores universitários, empresários, estudantes, senhoras e organizações não-governamentais norte-americanas, no formato típico das campanhas políticas norte-americanas, com o presidente do Irã em contato direto, informal, sem intermediários, com seus interlocutores.
No estádio de futebol do al-Raya Athletic, no sul de Beirute, onde se realizam frequentemente os grandes comícios populares do Hizbollah, cerca de 150 mil pessoas acotovelavam-se no gramado principal. Fontes do Hizbollah noticiaram que foi a maior concentração de pessoas, de todos os eventos ali realizados. Milhares de outros libaneses assistiam nas ruas próximas, onde se instalaram várias telas de televisão gigantes, cercadas de barracas que vendiam milho assado, bolos de feijão cozido, kaak asrounye (pães recheados) e imensa variedade de salgados, doces e refrigerantes.
Quem andasse por ali, de motoneta, como eu, saboreando o frescor de um fim de tarde e início de noite generosamente fresca de outono, veria que havia milhares de pessoas por toda a área, reunidos pelos cafés de calçada e frente às vitrines, todos à procura de um lugar do qual conseguissem ver as imagens das televisões ligadas em lojas, bares e residências. Os adultos fumavam seus cachimbos de água, crianças corriam pelas calçadas, os grupos de adolescentes reuniam-se, felizes com o feriado, sem aulas e sem lições de casa.
Bandeiras libanesas e iranianas tremulavam por todos os lados, além das enormes bandeiras do Hizbollah, mostrando que se tratava de visita oficial. O presidente Ahmadinejad do Irã foi convidado pelo presidente Michel Suleiman do Líbano, em nome de todos os cidadãos libaneses, em nome, também, da maioria dos libaneses da diáspora.
A segurança pessoal, próxima, do presidente do Irã, incluiu os guardas da Guarda Presidencial de Suleiman. E coube ao Hizbollah garantir a segurança da área circundante. Viam-se os atiradores de elite do Hizbollah em janelas e telhados. E outros soldados apareciam, sem se ver de onde saíam, sempre que surgia alguma agitação ou começo de briga na multidão. Foram ocorrências raras. Nesses casos, o soldado do Hizbollah pedia desculpas pelas dificuldades, pedia paciência e compreensão, dada a importância do evento e a multidão nas ruas.
Uma estudante vestida em chador preto (na cultura da resistência, diz-se Chadori, tanto no Irã quanto no Líbano) e seguida de uma fila de colegas apresentou-se como intérprete de farsi, árabe e inglês, depois de saudar entusiasmada os convidados norte-americanos: “Bem-vindos à nova fronteira, entre a República Islâmica do Irã e a Palestina!” Quase todos à volta dela riram.
A moça falou, cheia de autoconfiança, em inglês com marcado sotaque britânico; até que viu a expressão de horror e pânico estampada no rosto de uma mulher, de tailleur marrom claro e saltos altos, que um dos rapazes do Hizbollah informou-me mais tarde que se desconfiava que fosse alguém ainda não identificado, da embaixada dos EUA. “Brincadeira”, a Chadori disse, ainda rindo, estendendo a mão à estrangeira, que olhava, sem saber o que fazer, à mão amistosa que emergia do chador. “Por que os norte-americanos são sempre tão sérios?” perguntou. Fazendo um gesto na direção de Tel Aviv, a Chadori continuou: “Concordam, pelo menos, que Irã e EUA estão destinados a serem nações amigas, depois que nossos países resolverem o problema de Israel?”
“Diga-me, por favor, o que pensam os norte-americanos. Há alguns dias, preparando-me para esse trabalho – e nem parece trabalho, de tão agradável –, li um documento que dizia que 90% dos norte-americanos são contrários à ideia de atacar o Irã, se o Irã não atacar Israel. São boas notícias, porque tenho certeza que o Irã, diferente do que Israel tem feito, jamais será o primeiro a atacar e iniciar uma guerra. Claro que, se for atacado, o Irã retaliará e talvez se inicie ali a 3ª Guerra Mundial. Mas não haverá guerra envolvendo o Irã, a menos que o Irã, a Síria ou o Líbano sejam atacados. Formamos a Aliança da Resistência, “um por todos, todos por um”, mas sinceramente desejamos ser amigos do povo dos EUA.” A Chadori ofereceu à mulher de tailleur um saquinho de celofane, atado com uma fita e com uma bandeirinha do Irã, de pistaches iranianos caramelados. “Não, obrigada”, disse a norte-americana, afastando-se do grupo.
A Embaixada dos EUA alertou os norte-americanos a evitar os eventos da “provocativa e potencialmente perigosa visita de Ahmadinejad ao Líbano, porque o governo libanês não oferece proteção a cidadãos norte-americanos”. Jeffrey Feltman, Secretário-assistente de Estado para Assuntos do Oriente Médio, reclamou, pelo jornal pan-árabe al-Hayat de 13/10: “Por que o presidente do Irã organiza atividades que só fazem aumentar a tensão? Nos empenhamos em diminuir a tensão, e Ahmadinejad faz o oposto.”
Seja como for, havia muitos norte-americanos em todos os eventos em que Ahmadinejad foi visto.
Na visita a Qana, os deputados do Hizbollah, muitos dos quais mantêm relações de velha amizade com norte-americanos no Líbano, devem ter alertado o presidente do Irã de que havia norte-americanos perto dele. Foi ‘dica’ que Ahmadinejad utilizou muito bem, porque não perdeu ocasião de saudá-los com gestos de cabeça, sorrisos francos e simpáticos e repetidos agradecimentos pela presença deles. O presidente disse aos convidados norte-americanos que dia virá em que Irã e EUA serão nações amigas, muito provavelmente aliadas.
Pouco antes de o comboio de 35 carros da comitiva iraniana e vários funcionários e políticos libaneses chegarem a Qana, para a quarta e maior manifestação popular, um avião militar israelense circulava lentamente, provocativamente, sobre o local do massacre de Qana de 1996. Vários, na multidão, apontavam para o céu e crianças gritavam “Israel!”, assustadas.
Alguns moradores de Qana que conhecem os aviões israelenses de longe, como Ali – que cresceu ali –, sabiam detalhes precisos das especificações e capacidades daquele tipo de avião. A provocação dos israelenses acabou, segundo fontes da segurança do Hizbollah, quando os pilotos israelenses perceberam atividade numa das bases da Resistência, com os mísseis guiados a laser orientados na direção do avião israelense. A mesma fonte informou que o Hizbollah não tinha intenção de atacar o avião israelense e apenas o monitorava como risco potencial à segurança dos libaneses, e para impedir qualquer perturbação à visita do presidente iraniano. Explicou que a Resistência libanesa não atacaria se não houvesse ameaça real e imediata, porque lhe interessa preservar sua “ambiguidade tática e estratégica”, sem expor as armas que reúne em seu arsenal.
O povo, o exército e a resistência do Líbano ignoraram as provocações, inclusive ameaças de atentado e assassinato, como a que fez o deputado (negador da Nakba) Aryeh Eldad, as falas tolas do presidente Shimon Peres, do ministro da Defesa Ehud Barak e de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro e o que os soldados israelenses têm feito ao longo da Linha Azul. Os israelenses têm insistentemente tentado invadir o sistema de comunicações do Hizbollah e têm enviado mensagens de texto, com ameaças, através de telefones celulares clonados. Houve também um sem fim de críticas à visita do presidente Ahmadinejad, distribuídas por funcionários dos EUA, além de mais e mais ameaças por porta-vozes do governo israelense, como Mark Regev, e vociferados pela ultra direita no Congresso dos EUA.
Na 6ª-feira, aviões israelenses sobrevoaram insistente (e barulhentamente) o sul do Líbano, como que para lembrar “Ele partiu, mas nós continuamos aqui”. A agência estatal de notícias do Líbano informou que jatos israelenses haviam sido observados, a média altitude, sobre Nabatiyeh, Iqlim al-Tuffah, Marjayoun, Khiam e Arqoub.
Outras provocações, todas com a assinatura de Israel, durante a visita de Ahmadinejad ao Líbano foram centenas de balões azuis e brancos, lançados para acompanhar as colunas de ar para o norte e chegar a Bint Jbeil no momento da chegada do avião presidencial. Alguns balões traziam insultos escritos por crianças; outros chegaram cobertos de fezes humanas. Os balões sujos de fezes são uma modalidade de insulto que o Exército de Israel repete há 45 anos, contra o Líbano e a Palestina. Nos primeiros movimentos da ocupação, soldados israelenses criaram o que chamam “arte-merda”: paredes, colchões e outras superfícies são ‘pintadas’ com excrementos humanos, nas casas que Israel invade.
Para muitos libaneses xiitas e de todas as 17 seitas não-xiitas – e por efeito de quase cinco anos da mais violenta campanha de desqualificação que EUA e Israel jamais tentaram contra os iranianos como povo, e contra o presidente, pessoalmente –, Ahmadinejad é hoje mal compreendido e subestimado nos EUA e em Israel, mas, simultaneamente, cresce seu prestígio no Líbano, onde circula como se estivesse em sua pátria.
Membros de sua comitiva descrevem Ahmadinejad como homem simples, religioso devoto, sem complicações, alguém que pode bem personificar as melhores aspirações contemporâneas de justiça. É apaixonado defensor da resistência à ocupação e da libertação da Palestina. Segundo alguns de seus assessores, alguns deles experientes jornalistas iranianos, Ahmadinejad é respeitado e amado por gerações de iranianos mais velhos pelo muito que fez pela proteção social dos idosos. Outra de suas bases de apoio político são as famílias de trabalhadores, pelos programas que seu governo implantou, de melhoria da nutrição das famílias, inclusive com substituição de alimentos industrializados por alimentos naturais nas escolas. Segundo o Fundo da ONU para a Infância, o programa de nutrição infantil iraniano é dos mais avançados do mundo.
Jornalistas iranianos dedicaram-se a explicar, em longas entrevistas e sessões de contato com a imprensa do Líbano, que muito do que se divulga no ocidente sobre Ahmadinejad ou é falso ou é pouco preciso. Citam, como exemplos, frase atribuída ao presidente, em 2005, na qual teria dito que Israel deveria ser “varrido do mapa” e outra declaração, na qual teria exigido estudos mais aprofundados para confirmar o Holocausto de judeus. Para os jornalistas, só circulou, dessas frases, a versão encenada pelo lobby sionista de negadores da Nakba, amplificados e repercutidos por uma imprensa ocidental “de repetição”. (Essa semana, aliás, a Agência Reuters ainda repetia a mesma história em Beirute.)
Se se examinam as transcrições do discurso de Ahmadinejad na Conferência de Teerã em 2005, vê-se que o que o presidente disse foi: “O regime que hoje ocupa Jerusalém tem de desaparecer da história do tempo”. É exatamente o que mais e mais pessoas repetem, cada vez mais frequentemente, à medida que cresce a série de crimes dos sionistas israelenses, e desaparece qualquer solidariedade ao governo de uma teocracia fascista de judeus implantada pela violência no Oriente Médio.
A palavra “mapa”, por exemplo, jamais ocorreu no discurso original. Como o professor Narash Norouzi demonstrou, a palavra em persa para “mapa” é nagsheh – que não aparece no discurso original em farsi. Nem o presidente jamais falou em “varrer” coisa alguma.
Apesar de todas essas evidências, o mundo foi induzido a crer que o presidente do Irã ameaçara “varrer Israel do mapa”. E, isso, sem que ele jamais tivesse usado as palavras “mapa”, “varrer” e “Israel”. O presidente iraniano parece ter falado, isso sim, sobre a entidade sionista e uma “mudança de regime” – conceito tão frequentemente usado em Washington, DC, ao longo das duas últimas décadas.
Outro caso em que uma fala de Ahmadinejad foi distorcida aconteceu em discurso no qual o presidente do Irã exigiu inquérito internacional independente sobre o evento de 11/9, e o presidente Barack Obama mostrou-se indignado e considerou “ultrajante” a análise dos iranianos. A cada dia, aumenta o número de norte-americanos que exigem o mesmo tipo de investigação independente, que responda as inúmeras questões cruciais às quais o inquérito conduzido por autoridades norte-americanas nem considerou. Quanto às acusações de que o Irã e seu presidente seriam antissemitas, sociólogo judeu iraniano disse, em palestra que fez na Universidade do Líbano que os 25 mil judeus que vivem no Irã vivem em condições melhores, sem jamais ter enfrentado qualquer tipo de discriminação, que muitos judeus sefarditas em Israel; e, isso, sem falar dos árabes-israelenses.
Haverá analistas que se dedicarão à histórica visita do presidente Ahmadinejad ao Líbano e sobre a importância que terá para o Irã e para o Líbano, para a questão palestina, para os alinhamentos estratégicos em toda a região, com consequências que alcançarão a China, a Rússia e toda a comunidade internacional.
O presidente Ahmadinejad partiu à noite, de Beirute, imediatamente depois de uma reunião na Embaixada do Irã com o secretário-geral do Hizbollah Hassan Nassrallah. No final dessa reunião, Nassrallah entregou ao presidente do Irã, como marco dessa visita histórica, um dos rifles que o Hizbollah confiscou dos soldados israelenses derrotados na guerra de julho de 2006.
A visita de Ahmadinejad ao Líbano é ponto alto de processo diplomático que marca a consagração simbólica de uma nova realidade local e regional, e de um novo caminho de negociação diferente da via Israel-Arábia Saudita ou da via síria. No Líbano, muitos interpretam a visita como o início de uma nova era de resistência à brutal ocupação sionista israelense e ao processo de limpeza étnica da Palestina; para outros, a visita marca, também, nova etapa na resistência à ocupação e à exploração dos recursos naturais do mundo árabe, pelos EUA. Há analistas que já falam de um novo eixo de resistência, de seis membros, liderado por Irã e Turquia, com o Iraque, o Afeganistão, a Síria e o Líbano – aproximando várias e diferentes potências emergentes na região.
O que já parece bem evidente é que o presidente do Irã e a grande comitiva de empresários que visitaram o Líbano já iniciaram uma nova era de relações bilaterais entre, no mínimo esses dois países. Ahmadinejad, nessa visita, deixou claro que, sim, mantêm relações políticas e pessoais em todos os grupos políticos libaneses – motivo pelo qual a visita foi elogiada até pelos líderes da direita cristã, entre os quais Samir Geagea. A visita porá em andamento grandes projetos econômicos conjuntos, além do rearmamento, com auxílio iraniano, das Forças Armadas Libanesas, além da cooperação política estratégica, tudo que agora se inicia. [Continua]

Comentário da Vila Vudu 
O único inconveniente que há no (ÓTIMO) #globomente é levar a supor que outros jornais, revistas, televisões ou rádios não mintam ou realmente informem os brasileiros sobre o mundo.
No Brasil, a distribuição de informação jornalística é MAIS CARTELIZADA que a distribuição de drogas no Afeganistão ou na Colômbia.
Então, aí vão informações e imagens sobre FATOS que NINGUÉM viu em NENHUM “jornal” brasileiro, nem televisão nem rádio nem nada -- e que são importantes.

A continuação (2ª. Parte) será distribuída e postada em outra ocasião...

[1] Franklin Lamb é Doutor em Direito e Ciências Econômicas. É Diretor da ONG “Americans Concerned for Middle East Peace, Washington DC-Beirut”, membro-fundador da “Associação da Fundação de Sabra e Shatila” e da “Campanha pelos Direitos Civis dos Palestinos no Líbano”. Vive em Beirute e recebe e-mails em fplamb@gmail.com.
[2] Há versão desse artigo em espanhol, em Rebelión

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